sábado, 26 de dezembro de 2020

Um Natal que surpreendeu

Em um ano que surpreendeu a todos o Natal não poderia ser diferente. Tinha que ser surpreendente. De forma diferente sim, porém surpreendente. 

A distância, o afastamento, o isolamento, prometiam um Natal com poucas pessoas, somente o núcleo familiar estaria junto, reunido. As histórias a serem compartilhadas se resumiriam a alguns momentos antes do mundo fechar as suas portas e a muitos momentos vivenciados da janela. Isso tudo fez com que eu baixasse as expectativas em relação a Noite de Natal e as comemorações de fim de ano. Estávamos tão desanimados aqui em casa que até a decoração da casa foi postergada.

Até que recebi a foto da decoração de Natal de uma amiga. Um enfeite simples, criativo, delicado e cheio de amor. Simplicidade, delicadeza, criatividade e amor! Precisamos muito disso durante esse ano. Sentimentos, atitudes e formas de (re)olhar a vida que fizeram toda a diferença.


Ali entre os enfeites da decoração da minha minha amiga, entre os filhos dela pequenos, estava a minha filha ainda bebê. Isso é conexão, isso é presença, isso é união, isso é amizade. Sentimentos e emoções que aprendemos a ressignificar nesse ano esquisito. 


As fotos com a decoração de Natal da minha amiga começou a me animar e a olhar para essa data, nesse ano, de forma diferente. 


Essa mesma amiga faz bandeirolas coloridas decorativas. Ela diz que sempre que olhou bandeirinhas penduradas em algum lugar isso a fez sorrir. 

As bandeiras coloridas são típicas no Budismo Tibetano onde o ato de pendura-las é fundamentado na intenção de que quando o vento bate bandeira coloridas com símbolos sagrados impressos nelas, entra em contato com esses símbolos e produzem uma fonte de boas energias, espelhando por todo lado os nossos votos com o resto do mundo e gerando uma onda de positividade.


Mais uma vez a energia da minha amiga me contagiou e animou a preparar a casa. Em cima da hora sim, mas como dizem: antes tarde do que nunca. 

As bandeirinhas, no Tibet, são penduradas para o bem-estar e felicidade de todos os seres consciente, criando um grande campo de energia positivaEnergia positiva, bem-estar e felicidade foram sensações e sentimentos que precisamos encontrar nesse ano de privações. 


Assim no último final de semana, anterior a noite de Natal, arrumamos a nossa casa. Planejamos a ceia. Entramos no clima. Quantas vezes precisamos entrar no clima nesse ano?!

Presentinhos começaram a chegar na minha portaria. Presentes delicados, escolhidos com cuidado, aconchegantes, com significado. Significado, aconchego, cuidado e delicadeza. Um ano que nos provocou a buscar essas percepções para os nossos dias. 


Um das pessoas que me presenteou disse que seguiu o meu exemplo que presenteio com os trabalhos artesanais das amigas e assim incentivo e divulgo os trabalhos dela. Exemplo e incentivo! A troca de exemplos e incentivos foi fundamental para nos superarmos nesse ano. 

A véspera do Natal chegou! Fomos juntos preparar a nossa ceia. Música na cozinha e animação. Estaríamos somente nós. Sem hora marcada para começar a Noite de Natal. Sem a pressão de estar com tudo pronto até a hora marcada para as pessoas chegarem, nossa festa particular começaria quando tudo estivesse pronto. O cardápio contaria com um pouco do que cada um mais gosta. Tivemos tempo para as ideias e sugestões surgidas em cima da hora, como: vamos fazer biscoito de Natal?; Ah, eu queria mesmo é um risoto!; Vou preparar uma Sangria!. 

Depois de muitas horas na cozinha (haja, determinação!), flexibilidade para algumas mudanças no percurso, e bom humor para resolver alguns imprevistos, nossa ceia ficou pronta. Determinação, flexibilidade e bom humor! Nossa, como precisamos disso durante esse ano!


Sim, adoramos receber a família, os amigos, as madrinhas. Sim, sentimos falta dos abraços, da agitação, da movimentação, do falatório. Mas não ter esse compromisso com a chagada das pessoas nos permitiu uma certa leveza, uma descontração adicional, um descompromisso relaxante. 

Teve o tradicional pavê da Sofia, dessa vez em versão vegana. 


Teve doçura!


Teve carinho.


Teve descontração.


Teve saudade sim, mas teve conexão. Teve falta da presença física, mas teve fartura de carinho, cuidado e presença mesmo à distância. Teve dia chuvoso lá fora e frescor aqui dentro. E teve acima de tudo esperança de que no próximo Natal teremos os abraços calorosos e a movimentação de quem sentimos falta nesse ano. E teve a certeza de que podemos sempre nos surpreender positivamente e nos encantar se procurarmos olhar as experiências da vida dessa forma.





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A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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6 comentários:

  1. Muito bom aspecto. Publicação deliciosa!! :))
    .
    Não há frio que gele um coração...
    .
    Beijos. Continuação de Boas Festas, com muita saúde.

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  2. Oi Chris, foi lindo seu natal, amei esse cardápio!
    Tem que viver com o melhor que podemos a cada dia mesmo ou a ansiedade nos derruba emocionalmente.
    Abração!

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  3. Apesar de tudo, conseguiste vencer e fizeste um lindo Natal.Que bom! Se quermos, podemos! FELIZ 2021! Adorei as fotos e as guriazinhas que vimos crescer, lindas enormes, moças...Parabéns! bjs, chica

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  4. Olá Chris, o ser humano se adapta às circunstâncias e este Natal foi prova disso. Pode até não ter havido os beijos e abraços dos anos passados mas houve conexão e solidariedade, e quem esteve ausente, arranjou forma de estar perto.
    Meu Natal tb é sempre arrumado nos 45 do segundo tempo e tudo dá certo. Beijos, Felizes Festas para vc e todos os seus! Val.

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  5. Que bom que essa data não passou em branco. Deu pra perceber a alegria de comemorar esse momento nas fotos e no texto.

    Feliz Ano Novo!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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