Ontem finalmente eu consegui assistir ao filme “Casamento Grego 2”. Eu amei a primeiro filme, uma comédia romântica da melhor qualidade, que foi sucesso em 2002. Quando vi o anúncio de que “Casamento Grego” teria a sequência eu tive a certeza de que não perderia. Como eu não consegui ver no cinema e fiquei aguardando ansiosa a liberação no NOW ou na Netflix. Enquanto isso, aproveitei para rever a história engraçadíssima de Toula, uma mulher de uma tradicional família grega que se apaixona por um homem não grego.
“Casamento Grego 2” tem os mesmos atores do elenco original e os personagens divertidos já conhecidos. Apesar de focar menos no romance, e até falar da falta dele, o filme é tão bom quanto o primeiro e igualmente engraçado. Dei ótimas risadas e adorei o truque do pescoço na hora de tirar fotos. Vou adotar com as minhas amigas.
Mas o que mais me identificou no filme foi o fato de, Toula (Nia Vardalos), a noiva do primeiro filme, ter uma filha de 17 anos e estar passando por desafios de comunicação com ela.
Logo nas primeiras cenas em seus pensamentos Toula diz: “Falo em nome das outras mães de adolescentes ao perguntar. Passa?”, se referindo ao mau humor típico dessa fase.
Eu sempre digo que eu tenho muito que agradecer porque para adolescente até que a minha é ótima, mas mesmo assim esse tal mau humor teen impera, e preciso respirar fundo várias vezes. Às vezes eu acho até que vou hiperventilar.
Mais adiante Toula sente saudades dos beijos e abraços da filha. Pois é, eu também. Os momentos de beijos e abraços com a minha adolescente estão mais eventuais e às vezes até me bate uma carência... Ainda bem que eu não economizei colo, beijos e abraços quando ela era criança. E não economizo. Mesmo hoje, os momentos raros em que ela senta no meu colo, eu fico ali esmagada, com as pernas dormentes, mas feliz.
Em outra cena Toula se pergunta: “Quando o meu nome mudou de mamãe para mãe?” Mesmo o nosso amor pelos filhos não mudando, mesmo que nós mães não tenhamos mudado quem somos, em algum momento quando chega a adolescência, os nossos filhos nos enxergam de outra maneira. Assistindo ao filme e pensando nessas questões colocadas pela personagem eu me lembrei do post que eu fiz “Mãe de adolescente desce do pedestal” em que falei de forma divertida sobre essa mudança de olhar.
A Toula ainda refletindo sobre os problemas que enfrenta com a filha adolescente, ela conclui que “...quando a minha filha começou a se afastar eu devia ter recuado”. Aí está o ponto, perceber exatamente quando os filhos mudam a forma como nos enxergam e saber dosar a nossa presença, a nossa participação. Saber quando nossos abraços sufocam. É duro, mas em algum momento a quantidade de abraços, de carinho, de amor, de participação passam a sufocar.
O filme que nesta continuação gira em torno do casamento de Gus e Maris – pais de Toula – traz muitas mensagens sobre a relação familiar e sobre a mulher que se esquece de si para cuidar dos filhos. Da geração de supermães que quando os filhos crescem, querem ganhar asas e conquistar o mundo, elas não sabem mais cuidar de si, não sabem mais namorar o marido e ficam perdidas, sentindo-se sem sentido.
Sim, ficamos no maior dilema. Por um lado queremos aproveitar ao máximo os filhos enquanto pequenos, porque eles irão crescer e nos olhar de outra forma, sentimos que não podemos perder esse tempo, perder esse passo. Por outro lado temos que encontrar tempo para cuidarmos de nós, dos nossos outros papéis para não ficarmos sem significado quando os filhos quiserem ganhar asas.
Em algum momento do filme a filha adolescente de 17 anos fala para a mãe: “Por que os pais mandam os filhos sonharem alto se não querem que seja tão alto assim?”.
Daí a importância de encontrarmos outras funções para nós além de ser mãe, de buscarmos um tempo para nós e nos cuidarmos (já falei disso aqui no blog em alguns posts, mas me lembrei especificamente deste: “Culpa? Eu?”). É para nos sentirmos completas (ou quase) a ponto de permitir que os filhos voem.
Enfim, acabei gostando mais do segundo filme do que do primeiro por essa identificação e por essas reflexões. O interessante é que Nia, a roteirista da história, explicou a razão da demora da continuação de “Casamento Grego”, apesar do grande sucesso do filme, foi porque ela não queria fazer uma sequência, porque no final do primeiro filme escreveu que os dois tinham se tornado pais. Ela não poderia escrever sobre emoções que não conhecia porque não era mãe. A inspiração veio após Nia e o marido terem adotado uma menina em 2008. Taí a explicação da identificação. São sentimentos reais de uma mãe.
Excelente! Vou ver o filme.
ResponderExcluirFilme que levanta questões tão pertinentes na relação mãe e adolescência. A minha é pequena, mas tenho uma sobrinha de 14 anos e acompanho muito de perto e vejo que o filme destacou algumas questões que minha irmã passa com ela, e até eu percebo isto. Este afastamento, um distanciamento de relações. A falta de diálogo mais constante, uma troca que se perde. Fica a reflexão para tentar resgatar e reforçar vínculos né?
ResponderExcluirAi já quero ver o filme! Adoro filmes que me identifico, e depois da maternidade, estou voltando a cuidar de mim como antes!
ResponderExcluirBeijos
Gleysa
www.mamaeursa.com
Adorei o primeiro filme e nem tinha me ligado de ver o segundo... mas depois de ler o post vou procurar aqui. Mais ainda por conta da pré-adolescente em casa!
ResponderExcluirClau
@AsPasseadeiras
Adoro filmes que nos fazem pensar… Ainda estou longe dessa fase (se bem que o tempo voa né..), mas adorei o filme!!!
ResponderExcluirAdorei a dica de filme, não sou mãe de adolescente, mas esse filme marcou a minha adolescência!
ResponderExcluirAi Chris, deu até um aperto no peito em ler seu relato sobre as mudanças típicas da fase de criança para adolescente.rsrs eu também não economizo nos beijos e abraços.
ResponderExcluirValeu a dica! Esses dias indiquei um post seu pra mãe de um aluno que queria dicas de filmes. Bjus.
Chris amo esse filme. Já vi várias vezes e é aquele que não cansa nunca. Adorei a dica 😍
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