Copa - 1º Jogo

Passamos quase o mês todo nos preparando para a Copa. A Sofia, na escola, trabalhou os países da América do Sul que iriam à Copa e as outras turmas trabalharam os demais continentes. Fizeram uma exposição superlegal com os trabalhos (fico devendo as fotos). Os trabalhinhos da turma ficaram tão legais que foram parar no Jornal da Band e a reportagem pode ser vista aqui.
Compramos roupas do Brasil para a família, bandeira, corneta, arco de cabeça, ganhei enfeites da minha amiga Marita. Unhas foram pintadas de verde, amarelo, azul e branco. Animação geral!
Hoje fui trabalhar com o meu modelito: vestido verde, faixa amarela acima da cintura, colar de coração verde e amarelo, pulseiras verde e amarelas, arco verde e amarelo, sandália verde, unha verde com francesinha amarela. Quando saí de casa a Sofia disse:
- Você está linda!
A Ana Luiza disse:
- Você vai ser demitida!

Amigos em casa, comidinhas e bebidinhas preparadas, os times entram em campo.
Durante o hino da Coreia um jogador chora e isso comove a Sofia que quase chorou também.
Torcemos, gritamos, pulamos, tocamos a corneta. E a Sofia meio quietinha. Quando o jogo acabou, ela me pergunta:
- O jogador da Coleia (ela ainda está cebolinha) estava chorando porque sabia que ia perder?
- Não, ele estava chorando porque estava emocionado.
- E agora ele está chorando porque está triste?
- Ele sabe que o importante são os 3Ps : persistir, praticar e participar.
O resto da noite fluiu e fui colocá-la para dormir. Daqui a pouco a Sofia começa a chorar baixinho:
- O que foi?
- Bem que a Coleia podia ganhar também. Podia ganhar todo mundo porque aí ninguém ficava triste.
Fiquei meio sem saber o que dizer e falei:
- Ia ser bom mesmo, mas na Copa alguém tem que ganhar. Outro dia a Coreia ganha.

Pois é, em situações de conflito, sempre tento ensinar que devemos sempre procurar alternativas que sejam boas para todos. Que os bons relacionamentos são construídos na base do ganha/ganha. E agora a Sofia me vê torcendo feito uma louca pelo Brasil, não me importando com quem perdeu. Vivemos em uma sociedade que nos empurra o tempo todo para a competição onde alguém tem que ganhar e outro tem que perder.
Continuo acreditando no ganha/ganha, mas na Copa não dá para torcer pelo empate.