Uma simples gaivota

Quando eu era pequena o meu pai brincava muito comigo de gaivotas. Ele é piloto de helicóptero e instrutor de voo. Uma das matérias que ele ensina é aerodinâmica. Então, imagina só as gaivotas que ele fazia. Eu adorava aquela brincadeira simples e muito divertida. Lançar a gaivota pelo ar e ver quanto tempo ela voa, até onde vai, correr atrás, tentar alcançar e por aí vai. Apesar de me divertir muito com as gaivotas, adorar aprender fazer as diferentes dobraduras, não sei porque, essa brincadeira ficou esquecida em algum cantinho da minha cabeça.

Quando a Ana Luiza era pequena os avós, tanto o meu pai quanto o pai do Antonio, faziam as tais gaivotas para ela. Eles brincavam horas. Eu ficava ali observando mas não entrava na brincadeira. Ficava como uma brincadeira de avô com neta.

Hoje a Sofia chegou em casa com uma novidade.
- Mãe, vem cá que eu vou te ensinar o que eu aprendi na escola.
Pegou duas folhas, me entregou uma e foi fazendo as dobraduras até ter uma gaivota.
Nossa, brincamos muito. Lança gaivota daqui, lança gaivota dali, corre atrás, consegue pegar e por aí foi. Até a Xina, nossa cachorrinha, gostou da brincadeira. Ficou enlouquecida querendo pegar as gaivotas que voavam pela sala. E quando conseguia era o fim da gaivota.
Ficamos assim nessa brincadeira por muito tempo. As gargalhadas estavam tão gostosas que eu fiquei com vontade de filmar. E fiquei pensando... como é simples fazer uma criança feliz, basta um pedaço de papel e disponibilidade para se entregar à brincadeira com ela.

Vou ficar mais atenta à simplicidade.