Muito mais do que uma apresentação

Hoje eu tive a enorme alegria de assistir a apresentação de música da turma da Ana Luiza na escola. Fiquei superfeliz, orgulhosa, emocionada e satisfeita com o trabalho realizado.

Fui para a escola com a expectativa para ver os oito grupos do 8º cantarem uma música cada um. Mas vi muito mais do que isso. Vi um trabalho completo.

Durante o ano as turmas percorreram os caminhos da música popular brasileira dedicando-se às características rítmicas de vários rítmos e movimentos musicais como: maxixe, choro, samba, baião, xote, bossa nova, tropicalismo, jovem guarda e rock.

Com o princípio de que o conhecimento está no mundo, o importante é como se olha para esse conhecimento, as crianças, na verdade adolescentes, receberam a tarefa de transformar o conhecimento em um espetáculo.


O cenário foi feito, integrado com a aula de artes, aplicando a Arte Abstrata. Em artes visuais a aproximação com a linguagem musical ocorre através da arte abstrata. E assim os alunos criaram mandala que foram concebidas a partir das influências das matrizes culturais brasileiras: indígena, africana e europeia.

Com base no que aprenderam cada grupo recebeu um gênero ou movimento musical para trabalhar com o objetivo de todos juntos criarem uma apresentação. Pois é através da criação que a pessoa se sente potente e não aceita as coisas da forma que vêm impostas.

Os grupos foram ótimos, os alunos estavam felizes e eu fiquei surpresa com a variedade de instrumentos e sons envolvidos. Tinha teclado, guitarra, violão, violino, flauta transversa e uma diversidade enorme de instrumentos de percussão.

E o mais legal, tudo foi preparado pela turma. Eles que prepararam os arranjos, quem tocaria o quê, qual instrumento entraria em que momento, quem cantaria, quais vozes entrariam e quando. Foi lindo!

Ao grupo da Ana Luiza coube a "Jovem Guarda". Além de pesquisa em diversas fontes esse movimento musical, elaboraram um artigo, eles tiveram que escolher uma música e montaram a apresentação.

A música escolhida foi "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones" que muita gente pensa que é do Engenheiros do Hawaii. Mas não, essa música é Dos Incríveis, da época da Jovem Guarda, e foi regravada pelo Engenheiros do Hawaii.

Eu já achei que eles foram extremamente felizes na escolha, pois trouxeram uma música da Jovem Guarda que é atual.

E claro que fiquei babando ao ver a filhota no palco. Gente, não é para morrer de orgulho?

Outro ponto que me deixou muito feliz foi ver aquela quantidade enorme de adolescentes de 13-14 anos juntos, felizes, se divertindo, com respeito, educação e organização. Sem bagunça, cada grupo ouvindo e aplaudindo o grupo que estava se apresentando.

No final foi entregue um Caderno de Estudos de Música com os artigos que eles fizeram sobre cada gênero estudado. Uma recordação disso que foi muito mais do que uma apresentação, foi um caminho percorrido em busca de aprendizado e que construiu o conhecimento.