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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Futebol de Cinco - Uma partida que muda a nossa visão



No final de semana passado fizemos uma pausa nos preparativos da festa de 11 anos Sofia e fomos ao Instituto Benjamin Constant assistir a uma partida do V Desafio Internacional de Futebol de Cinco.



Como assim a pessoa para com os preparativos da festa, corre o risco de atrasar tudo, de ficar mais enrolada do que já está para ir ali ver uma partida de futebol? Tá louca?!

Não. Não era uma partida qualquer. Era a seleção do Brasil, tricampeão paralímpica, jogando contra o Marrocos, outra seleção que estará presente nos Jogos Paralímpico Rio 2016. Além disso essa partida poderia ensinar muito sobre diversidade e inclusão para nós. Essa partida podia nos mostrar com exemplo que trabalhando as habilidades superamos as necessidades especiais ou não. Essa partida podia nos que o importante é focar sempre no que pode ser feito, não no que não poderia ser diferente. E mesmo com essa expectativa alta, assistir ao jogo nos surpreendeu muito positivamente.

As crianças foram cheias de perguntas no caminho.

- Se os jogadores são cegos como eles não saem do campo com bola e tudo? Taí a resposta. As laterais do campo possuem uma barreira.


- E como eles acertam o gol? Tem um representante do time atrás do gol gritando, falando alto e orientando o jogador. Olha a seta apontando para o cara aí na foto.

- E como o goleiro consegue pegar a bola? O goleiro é o único jogador que não é deficiente visual.


- Como eles identificam quem são os jogadores do time deles para passarem a bola? Eles reconhecem pelo som da voz. Eles falam o tempo todo. O técnico, que fica ao lado do campo, também passa orientações durante toda a partida.

- Mas são os dois times que falam, como eles reconhecem a voz de cada um? Treino e audição apurada. Justamente por não ter a visão, os outros sentidos são mais trabalhados e assim ficam mais sensíveis.


- Eles não são cegos, então por que usam essas vendas nos olhos? Porque existe diferentes níveis de deficiência visual. Alguns não enxergam nada, mas outros possuem visão parcial e veem vultos. Então, para ficar justo a venda é necessária.


- Como eles sabem aonde a bola está? Essa foi a primeira pergunta, é claro. A bola tem um guiizo dentro. Assim, através do som, eles sabem o percurso da bola. Por isso é importante a torcida ficar em silêncio e só fazer muito barulho na hora de comemorar os gols. E a forma como os jogadores dominam a bola com os pés também é diferente. 

A partida também surpreendeu pelo nível de emoção e vibração que nos proporcionou. É impressionante como os jogadores acertam os passes. Sério, eles acertam mais passes longos do que os jogadores da nossa seleção de futebol. 

As jogadas são dinâmicas e o jogo é supermovimentado. Olha as meninas aí na torcida. 



É um jogo que tem muita disputa de bola e muito contato físico. Rola uns encontrões da pesada. Mas não tem mimimi. Os jogadores não ficam no chão rolando e pedindo falta. Levantam rapidamente e bola pra frente.

Ver esses atletas em ação é uma enorme surpresa que muda o nosso entendimento e percepção de algumas coisas.

Confesso que no início da partida estávamos achando curioso e diferente a forma como os jogadores correm e se movimentam (eles usam as mãos e braços para frente e para os lados para identificarem se tem alguém por perto). Mas como decorrer do jogo rapidamente nos acostumamos e não "enxergamos" mais essas diferenças. Isso é aprender a lidar com a diversidade. O que parece ser diferente é apenas uma outra maneira que pode nos ensinar muito.

Quando nos demos conta estávamos em pé na arquibancada gritando "Vai Jefinho, vai Jefinho", o camisa sete da nossa seleção de futebol de cinco que é nada mais, nada menos, do que o melhor do mundo nessa modalidade.

Ver esses atletas em ação nos inspira a termos uma nova atitude em relação ao grupo. É muito bonito ver o goleiro, que enxerga, pegando os jogadores do seu time pela mão e levando para montar a barreira. É um exemplo ver como eles se ajudam e aceitam ajuda.
Bom, no final da partida ninguém queria ir embora e as meninas conseguiram ir no campo experimentar um pouco do que é o Futebol de Cinco com os próprios pés.




Saímos de lá felizes e empolgadas! Já torcendo para o Brasil conseguir o seu quarto título nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Olha só o ingresso como está bonito. Vale a pena guardar essa recordação, né?


Pra finalizar este post só digo uma coisa: Que Fred que nada! Agora sou Jefinho!


No site "Educa Mais" tem dicas de "Como lidar com um deficiente visual".

7 comentários:

  1. Pra quem quer muito conseguir algo na vida nada é impedimento, não é mesmo? Essa pessoas me inspiram com a garra e a força de vontade de lutar e como você falou, sem mi mi mi. O convite é lindo mesmo e vale a pena guardar sim!
    Beijinhos!
    https://dulcineiadesa.blogspot.com

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  2. Demais Chris!!!
    Imperdível mesmo
    bjs
    Lele

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  3. Nossa que interessante, tem que ter a percepção bastante apurada para conseguir, eu não conseguiria, sou muito dispersa! Um exemplo de força de vontade!
    Beijos!

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  4. Que demais Chris, realmente lendo vida que a pausa nos preparativos valeu super a pena, uma experiência super válida.E o ingresso lindo mesmo, ótima recordação.

    Bjs Mi Gobbato - Espaço das Mamães

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  5. Que legal, não conhecia! Mas quando a pessoa sonha ela alcança né? Nem sempre os sonhos e as vontades são impossíveis! 😍
    Beijos, Laura 😙
    www.maede2.com.br

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  6. Que legal, não conhecia! Mas quando a pessoa sonha ela alcança né? Nem sempre os sonhos e as vontades são impossíveis! 😍
    Beijos, Laura 😙
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  7. O mais bacana é a superação não é? Tenho um tio e uma tia que são cegos, e não são de nascença. Eles fazem mais coisa que muita gente por ai.

    www.arianebaldassin.com

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