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domingo, 20 de novembro de 2016

A Semana 47 - Distrações


Eu ando impressionada como a vida de ficar em casa, sem trabalhar fora, é mais corrida do que quando concilio trabalho e todos os demais afazeres. Ainda não sei bem explicar esse fenômeno, mas garanto que é questão de organização e priorização. Quando tenho que estar fora de casa preciso ter o meu tempo sobre controle e muito bem planejadinho. Como estou com disponibilidade rola muito aquele "já que". Já que você está em casa, aproveita para resolver tal coisa. Aí aquela arrumação da varanda que eu tinha planejado fica para depois. Tô achando que preciso prever alguns "já que" no planejamento do meu dia e dizer não para outros. 

Bom, mas já que estou aqui falando da correria da semana, vou aproveitar para contar as coisas boas que acontecerem e as fugidinhas que eu dei para deixar a minha rotina mais vibrante, mais variada e me dar mais disposição.

O final de semana teve almoço em casa preparado com a ajuda da Ana Luiza. Tempo de conversa na cozinha, colaboração, participação e a alegria de fazer algo gostoso para comermos todos juntos. O cardápio foi: salada, salmão ao forno, arroz integral e purê de banana da terra. Ficou muito bom!




Passei um dia inteiro com a Sofia e umas amigas dela no clube. O combinado foi que eu não tiraria nenhuma foto. Elas iam brincar e aproveitar a diversão. Eu aproveitei para relaxar, ler, fazer as unhas e pensar na vida. Rolou até um momento tédio e inveja da minha parte e isso rendeu o post "Mãe que inveja mãe".


A semana começou com muita função de arrumação da casa, acompanhar o marido nos exames de rotina, resolver pendências da formatura da Ana Luiza, coisas que quando a gente percebe tomaram o dia todo e acaba com a gente sentindo que ele nem existiu. Daí para dar uma pausa e fazer o dia ser notado fui almoçar com as amigas do último trabalho (saudades do Rio2016) em Santa Teresa. Gente, êta bairro charmoso. Aproveitamos o bondinho enquanto está gratuito, comemos no Adega do Pimenta (tô achando que preciso fazer um post sobre os restaurantes de Santa Teresa), vimos as lojas de arte e decoração e eu comi essa maravilha de sobremesa do Café do Alto que é a "Perna de Moça".
Depois de um almoço desse eu encaro uma faxina feliz da vida. Danço com a vassoura e tudo!


Quando eu fico em casa a vontade de cozinhar e variar bem nos pratos bate mais forte. Mas para cozinhar tem que ter ingrediente na despensa e para ter ingredientes na despensa tem que fazer compras e para poder comprar tudo o que precisa tem que fazer o dinheiro dar. Então vamos à pesquisa de preços. E olha que a diferença no final das contas é grande.



E nesse vai ao mercado, leva as filhas nas atividades, coisa que eu adoro, vai à farmácia, busca filhas na casa das amigas, vai pra lá, vem pra cá, algumas vezes começa a bater aquela pressa interna, aquela sensação que vai faltar tempo. E é justamente nessas horas que eu procuro dar um tempo e colocar alguns minutinhos de férias ao longo do meu dia.

No caminho de ida para o metrô eu dei uma parada de 15 minutinhos, apenas 15 minutinhos, para caminhar no jardim da Casa de Rui Barbosa que foi reaberto após um período de reforma.

Outro dia enquanto caminhava apressada, dessa vez saindo do metrô, parei no Centro de Arquitetura e Urbanismo, que já foi um desvio no meu caminho outras vezes, para ver a exposição "Tito na Rua".  Mais uma vez apenas quinze minutos foram suficientes para o breack, para  eu olhar a mostra "A arte dos quadrinhos de rua", do grafiteiro e quadrinista Alberto Serrano, me desligar um pouco da lista de tarefas e reorganizar a ansiedade.


Final de ano, final de período, vestibular da UERJ, tudo isso junto e misturado traz um período de muitas provas, muito estudo e quando eu começo a achar que as coisas estão meio complexas, a filha mais velha me pede para estudar números complexos com ela. Tipo, agora sim vamos ver o que é complexo.

Mas vou contar um segredo aqui: eu adoro estudar matemática com ela. Resolver as questões é um desafio. Usar o que temos de informação e chegar ao resultado final me dá uma sensação boa de consegui! A Ana Luiza até comentou quando concluímos, após três tentativas, uma questão que estava mais complexa: "Caramba mãe, como é que você gosta disso?". Comentário que eu respondi questionando se não era boa a sensação de não ter desistido e de ter encontrado o resultado.

Mas depois de passar uma tarde inteira estudando matemática eu merecia uma folga, se merecia. E me dei uma manhã ótima! Fui com calma ao centro cultural da Caixa para ver a exposição "Picasso - Mão Erudita Olho Selvagem". Aproveitei para ver as outras duas exposições que estão em cartaz na Caixa Cultural: "Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas" e "Sankofa - Memória da Escravidão na África". Esta última é uma exposição de fotografias que está linda e emocionante. Gostei tanto que já fiz post falando sobre ela. É só clicar no link para ver.



Saindo da Caixa Cultural fui, na companhia da minha irmã, ver a exposição "The Art of The Brick", no Museu Histórico Nacional. A exposição está de cair o queixo!


Para fechar a semana fui à cabine de imprensa do filme "O Filho Eterno" que já esteve no Festival do Rio e entrará em cartaz nos cinemas no dia 01 de dezembro. O filme de Pedro Macline é um drama emocionante baseado no livro de Cristóvão Tezza e conta a história do desafio de um pai em aceitar o filho que nasceu com Síndrome de Down. O filme fala de aceitação, relações familiares, rejeição, fuga, da diferença de envolvimento da maternidade e da paternidade, mas acima de tudo fala de amor.
Marcos Veras deu show no papel dramático, uma grande surpresa para nós que estamos acostumados ao seu trabalho de comediante. A Débora Falabella dispensa comentários. Sempre manda muito bem.
O filme é comovente. Vale a pena assistir e se preparar porque as lágrimas vão rolar. Bom, as minhas e de quase toda a plateia presente rolaram.




Uma vida corrida, com muitas funções, um lista infindável de atividades a serem cumpridas, às vezes nos faz ausentes, ligados no piloto automático, não nos permite enxergar as coisas boas, perceber as sutilizas, sentir as emoções. A pressa gera ansiedade e a ansiedade sufoca os sentimentos bons.
Justamente por causa da vida corrida, da falta de tempo, é que eu procuro um tempo para me distrair. Justamente essa distração é que me traz de volta para o foco. Que me faz perceber o dia e me preenche de satisfação.

E só um detalhe: para essas pequenas distrações, não precisamos de muito dinheiro, não. Praticamente todas as minhas distrações são gratuitas. 

Este post faz parte da BC A Semana que aqui no blog substituiu a BC Pequenas Felicidades.

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