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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Pago mico sim, mas não pago embalagem!


A família da pessoa aqui entrou na fase do frango de padaria. É isso mesmo! Chega o final de semana e por mais que se cozinhe em casa, que se proponha um restaurante diferente, um lanche naquela lanchonete da parada, uma pizza naquela pizzaria que abriu ou um hambúrguer gourmet naquela hamburgueria da moda, nada adianta. Eles têm um desejo simples: querem apenas o frango da padaria com farofa da padaria e batata da padaria. Não adianta assar em casa no tradicional forno caseiro. Tem que ser aquele que fica rodando, pingando, rodando e pingando. E vou te contar que o tal do frango é bom bagaraio.

Tá certo então! Aí vem aquele tal de vamos ligar e pedir para entregar. Aí foi demais para mim. Avisei que eu iria buscar o nosso rango, que não iríamos pedir, que não custa nada ir lá buscar, que muito pelo contrário, custa mais trazer em casa. Eles até insistiram alegando que eu iria me cansar, que eu não precisava me dar ao trabalho de andar dois quarteirões, mas eu insisti e combinei o seguinte: a Ana Luiza vai comigo buscar o nosso almoço de padaria e enquanto isso os outros dois membros da família arrumam a mesa.

Tudo muito justo, justíssimo. Combinação feita e aceita. Peguei a minha sacola retornável e até aí tudo bem. Fui à cozinha e comecei a pegar um pote para cada porção de alimento que traríamos. Foi aí que a Ana Luiza quis saber o que eu estava fazendo e avisei que iria levar os nossos potes para economizar embalagens plásticas e de isopor. Muito legal da minha parte, né? Eu estava achando. Mas a filha pensou logo no mico.

- Ah mãe. Você vai chegar lá cheia de pote? Vai colocar tudo isso em cima do balcão? Que mico!
- Querida, mico é trazer pra casa embalagem de isopor e de plástico totalmente desnecessárias.
- Então eu não vou!
- Ah vai! Se fosse uma amiga sua fazendo isso você acharia muito maneiro. Vai comigo sim, vai admirar a atitude e ainda vai querer repetir.

Lá foi a menina meio a contragosto, mas foi.

Chegamos à tal padaria-galeteria conhecida no bairro e tinha uma galerinha esperando o tal frango. Parece que eu não era a única que não queria pagar pelo serviço de entrega. Mas infelizmente era a única também não disposta a pagar pelas embalagens de isopor.

Quando chegou a minha vez no balcão e já tinham umas cinco pessoas na fila atrás de mim, abri minha sacola e comecei a empilhar os meus potes fazendo questão de chamar bastante atenção para eles. A Ana Luiza já estava me puxando para baixo (adolescente adora fazer isso) e falando entre os dentes "menos mãe, menos.", mas a mãe queria é mais.

Fizeram a entrega do meu pedido dentro das minhas embalagens retornáveis e não descartáveis e eu anunciei feliz em alto e bom tom pra galera ouvir: "Viu só? Economizamos duas sacolas plásticas e cinco embalagens de isopor. São sete embalagens a menos de lixo na natureza.".

A Ana Luiza me cutucou e bem baixinho, entre dentes, falou: "Ai mãe não precisa falar tão alto, você adora pagar mico, né?".

Expliquei que eu estava falando mais alto do que o normal de propósito. Assim eu, quem sabe, chamaria a atenção de alguém e se pelo menos um daquela fila se animasse a levar os próprios recipientes da próxima vez, eu já teria conseguido algo. E anunciei bem alto:

"Ah filha, eu não me incomodo nada em pagar mico, mas me incomodo em muito em pagar R$35,00 reais por cinco embalagens de isopor que vão para o lixo.".


2 comentários:

  1. Bacana demais vc pensar assim
    Nunca tinha pensado na questão das embalagens...
    Acho que alguém vai começar a pagar mico tb
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


    Bjoooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. OI Fernanda, se você já começar a repensar as embalagens por causa desse post e pagar mico também, já valeu a pena o "mico" que não é mico. kkk
      beijos

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