Parque da Cidade na Gávea - Esquecido, mas nem tanto

Fazia muito tempo que eu não ia ao Parque da Cidade, no alto da Gávea. A última vez que fomos lá a Ana Luiza era pequena.

Nem sei bem porque o Parque da Cidade ficou esquecido na minha programação por tanto tempo. Ele passou por uma fase meio abandonada, é certo, mas o local é fantástico, encantador, a área é enorme e com várias opções.

Tem estacionamento para quem vai de carro. Dessa vez fui de ônibus e não fiz uso do estacionamento. Observei que ele estava com muitos carros, apesar de o parque estar vazio. Era dia de semana e vi algumas vans escolares estacionadas por lá. Me pareceu que o estacionamento é utilizado não apenas por visitantes.

O parque conta com um parquinho bem simples para as crianças em uma área espaçosa e bem arborizada. Tem também alguns aparelhos para o povo da malhação. Mas vou te contar que o Parque da Cidade tem tanto espaço para diversão que o parquinho com poucos brinquedos é mais do que suficiente. Os banheiros estão bem organizados e limpos.

A área para piquenique é enorme, as árvores são altas e com copas grandes e cheias, o que proporciona bastante sombra. Eu mesma já fui a um piquenique de aniversário bem nesta sombra aí embaixo. As crianças adoraram!

O Parque da Cidade que já foi propriedade particular, abrigando a residência de verão do Marquês de São Vicente lá pelos anos de 1809, é muito lindo. Tem alguns caminhos pavimentados cercados de árvores.

Muitas trilhas em meio à vegetação de Mata Atlântica.

E serpenteado (uau! Gostei dessa palavra) por um córrego. Seja pelos caminhos pavimentados, pelas trilhas ou pelas pontes sobre o córrego represado, o Parque da Cidade nos reserva ótimas surpresas, como a arte marajoara de Fernando Correia Dias, artista português conhecido como “Poeta do Traço”.

Vejam o que foi a piscina na época que a propriedade foi adquirida pela família Guinle. Lá no início do século XX estava na moda o estilo Neomarajora e os Guinle eram chegados aos modismos, né? Então fizeram a decoração da piscina com a arte do "Poeta do Traço".

Andando pelos jardins, encontramos a Fonte Marajoara com o rosto de um índio em bronze. Ao mesmo tempo que ficamos felizes de ver ali obras tão lindas, bate uma enorme tristeza de ver que algumas pessoas são capazes de estragar parte da nossa história. Sério, só tenho uma palavra para isso: imbecilidade.

Ainda tem mais dois bancos dessa fase marajoara dos Guinle. Mais uma vez a boçalidade do ser estava presente. Além de ter pichado o banco, o infeliz ainda deixou a lata da tinta spray largada no chão.

Deixando a idiotice e imbecilidade de quem estraga monumentos e área pública de lado, podemos nos deslumbrar com tanto verde.

Esculturas da fase mais moderna.

Flores, pássaros,

um berçário de árvores.

Foi em 1939 que a família Guinle vendeu a propriedade ao então Distrito Federal (Cidade do Rio de Janeiro) que a utilizou como sede de 1941 a 1948, quando foi transformada em parque público.

Em 1948 a sede da propriedade, aquela que era a casa de verão do Marquês de São Vicente, passou a abrigar o Museu da Cidade que está com o prédio principal em reforma e a princípio será reinaugurado no final de 2016.

Eu já estou ansiosa pela reabertura da sede principal do museu. Eu já visitei lá "nos antigamente" e o acervo era bem legal, assim como a casa em si.

Bem ao lado da sede está a supercharmosa Capela São João Batista

Subindo as escadas, ao olhar para a esquerda, vemos as ruínas de uma construção. Esta foi a residência dos Guinle.

Ao lado da igreja temos o anexo do Museu Histórico da Cidade que foi reaberto em julho deste ano. Está novinho e abriga as exposições temporárias. O site também foi todo reconstruído, vale a pena passar lá para ter mais detalhes do Museu e do Parque: http://museudacidadedorio.com.br/.

No momento, a exposição em cartaz é Gentileza: o verde amarelo do Rio. Aberta ao público do dia 27/10/2016 ao dia 30/12/2016. Bem legal.

O Parque da Cidade é um local lindo, deslumbrante, tranquilo, cercado de muito verde. Vale muito a pena um passeio para repor as energias, ou um piquenique para alegrar o dia. 

O Parque da Cidade fica bem perto do Instituto Moreira Salles. Dá para ir a pé de um para o outro. Então uma boa opção é conjugar os dois passeios em um. Pode-se fazer o passeio no Parque da Cidade bem cedo e seguir de lá para tomar o café da manhã no Moreira Salles.

Endereço:

Estrada Santa Marinha, s/nº, acesso pela Rua Marquês de São Vicente, Gávea – Rio de Janeiro/RJ

Outros Parque do Rio:

- Parque Estadual da Chacrinha;
- Parque da Catacumba;
- Parque dos Patins;
- Parque Guinle;
- Parque Lage;
- Jardim Botânico;

Momentos Recordar é Viver:

Eu sei que o post está giga, que já tem foto demais (eu sou supervisual), mas eu não resisto a um momento recordar é viver. 

Não tem como resistir a essa foto da Ana Luiza bem pequena em frente ao Museu Histórico da Cidade no Parque da Cidade.

Nem a essas fotos do piquenique que fomos no Parque da Cidade e da Ana Luiza sentada na porta do MHC.

Agora que eu notei que foram dois momentos diferentes e a Ana Luiza estava com a mesma blusa nos dois. Ô coisa boa reviver e relembrar desses momentos gostosos que passamos em família desfrutando dos pontos de lazer que a nossa cidade oferece.