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sábado, 26 de novembro de 2016

Sim, o tempo é relativo





Que o tempo é relativo isso todos nós sabemos, tem até a tal Teoria da Relatividade que prova isso, e sentimos no nosso cotidiano.

A medida do tempo depende.

Depende da nossa ansiedade. Por que a ida sempre demora mais do que a volta? As quatro horas de voo para aquele lugar desconhecido que iremos passar as férias demoram uma eternidade. As quatro horas de voo de volta para casa literalmente voam. A ansiedade em chegar logo em um lugar novo, descobrir e desfrutar o que tem por lá nos dão uma ansiedade que faz parecer que o tempo se arrasta.

Depende da nossa satisfação. As duas horas daquele filme que achamos chato se arrastam, já as duas horas daquele filme emocionante passam despercebidas.

Depende das nossas emoções. Uma noite em claro com filho com febre se arrasta, uma noite virada na festa de Réveillon voa.

Depende da nossa alegria. Uma hora na mesa rindo com as amigas não é nada, nem dá tempo para colocar a conversa em dia. Já uma hora na sala de espera do médico é um tempo enorme e perdido. É mais do que suficiente para pensar na vida toda.

Depende da nossa insônia. Uma noite de sono pesado passa em um piscar de olhos. Uma noite de insônia dura um dia inteiro.

Depende da nossa fome. Quanto tempo demora para o almoço ficar pronto? Depende do fogo. Mas dependendo da nossa fome 20 minutos no forno demoram uma eternidade. Agora se estamos tomando um bom vinho, tendo uma boa conversa em boa companhia, os mesmos 20 minutos parecem um suspiro.

Depende do ambiente. Uma semana em Nova York não dá para nada, passa acelerada, agitada. Uma semana em Caraívas dá para tudo e sobra, passa devagar, tranquila. Mas as duas são ótimas, depende do que queremos.

Depende dos nossos prazeres. As 24 horas de um sábado voam. As mesmas 24 horas de uma segunda-feira podem se arrastar.

Nesta semana eu pensei muito sobre o meu tempo e o que eu tenho feito com ele. Eu tinha a expectativa (o tempo depende da nossa expectativa também) de que, estando euzinha sem trabalhar fora, teria tempo de sobra.

Teria tempo para ler com calma. Eu até me planejei mentalmente (faz diferença planejar mentalmente de planejar na sua agenda) para ir diariamente até a livraria e ler uma hora por dia. Por que ir até a livraria e não ler em casa? Porque eu teria tanto tempo para ler tantos livros que não teria grana para comprar todos. Aí alguns teriam que ser lidos na livraria mesmo. Louca, né?

Teria tempo para pintar com calma. Eu até me planejei mentalmente (faz diferença planejar mentalmente de planejar na sua agenda) para pintar por uma hora todas as tardes no vento fresco da varanda. Já que eu teria tanto tempo para pintar, comprei quatro peças que estão lá ainda na base.

Teria tempo para assistir algumas séries. Eu até me planejei mentalmente (faz diferença planejar mentalmente de planejar na sua agenda) para ficar jogada no sofá, no silêncio da tarde, vendo três episódios por dia.

Teria tempo para escrever no blog. Eu até me planejei mentalmente (faz diferença planejar mentalmente de planejar na sua agenda) para escrever diariamente um post de inspiração do dia e um da minha lista de posts que quero publicar e ainda não fiz. A lista de posts que ainda não fiz só aumentou. Inclusive tem vários posts escritos apenas mentalmente.

Nesta semana por várias vezes eu me peguei pensando que não está dando tempo para fazer tudo o eu imaginava que daria. Me peguei pensando que o tempo quando não estou trabalhando fora passa mais rápido e cabe menos atividades dentro dele. Que, por incrível que pareça, o tempo quando estou trabalhando fora, com 8 horas consumidas pelo trabalho e mais o tempo de deslocamento, é maior, dá mais tempo.

 verdade é que o tempo como uma grandeza relativa, a sua medida, ou determinação, depende do referencial a partir do qual está sendo medido. 

No caso do nosso tempo a medida, a percepção e, principalmente, a elasticidade dele depende de nós. Depende de conhecermos os nossos desejos, os nossos sonhos, as nossas necessidades e as nossas prioridades. Depende de alinharmos com nós mesmos as nossas expectativas. Depende principalmente de planejarmos os nossos dias de acordo com o nosso referencial de satisfação. Com aquilo que vai nos deixar felizes por ter realizado, por ter cumprido. Com equilíbrio entre responsabilidades e diversão. 

Sabe aquilo que Einstein em sua teoria chamou de dilatação do tempo? Então, depende de nós a tal elasticidade do nosso tempo. A mágica de fazer caber dentro dele os nossos desejos e os nossos sonhos. 

Como diz a música "Oração ao Tempo" de Caetano Veloso:

"Tempo tempo tempo tempo / Compositor de destinos / Tambor de todos os ritmos / Tempo tempo tempo tempo"

Podemos ser compositores dos nossos destinos e dar o ritmo aos nossos dias.

Agora que eu já consegui um tempo para escrever um post, na verdade eu sentei aqui para fazer o post da semana e saiu algo totalmente diferente, eu vou ali, porque hoje é sábado e quero muito tempo para abraçar as filhas, beijar o marido, rir com as amigas e fazer nada comigo mesmo. 



6 comentários:

  1. oi Chris realmente "tempo" é muito relativo, já nem tento entender mais...O que eu sei é que cada vez ele passa mais rápido e mesmo planejando o meu tempo é curto...
    Enfim vamos correndo contra o tempo...
    Beijinhos e até a próxima
    http://meusamoresvariedades.blogspot.com.br

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  2. Chris, adorei o texto e os "planejamentos mentais" que quase nunca funcionam não é? kkk Mas a vida passa mesmo rápido demais e, como diz a Ana Vilela, "somos passageiros perto de partir".

    Beijos,

    Clau

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  3. Concordo com tudo que escreveu. Hoje a impressão que eu tenho é que os dias são mais curtos, mas isso devido a grande quantidade de tarefas que tenho. E é ai que entra o planejamento.

    http://www.arianebaldassin.com/

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  4. Concordo, precisamos nos planejar, pois se não parece que o dia voa!

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  5. Perfeito o texto Chris, me identificar do comércio ao fim ..

    Bjs Mi Gobbato

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  6. Ele é relativo e ao mesmo tempo me ensina diretamente. Adorei sua reflexão

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