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sábado, 25 de março de 2017

A Semana 12 - ex-posição



Depois de passar uma semana inteira dentro de sala de aula fazendo um curso excelente, daqueles que dão uma mexida na gente, me deu uma vontade enorme de ver exposições de arte. Bateu algo tipo um desejo. Sabe desejo de grávida por uma comida? Assim.

Eu gosto muito de visitar museu e centros culturais. Sinto uma calmaria, dou aquela relaxada boa quando estou em uma exposição. Acho que foi daí que veio esse desejo louco de ver exposições. Um misto de necessidade de tranquilidade e de sair da minha posição. 

É, sair da minha posição. Não tem nada que tire mais as pessoas do lugar do que uma boa obra de arte. Quando estamos diante de uma obra de arte queremos observá-la de vários ângulos, de longe para ter uma visão geral, de perto para ver os detalhes, de baixo para cima, de lado. Imagina se fôssemos assim em relação às pessoas?! Se quiséssemos entender o que elas sentem da mesma forma que queremos entender o que o artista quis dizer com aquela obra?! Se saíssemos do nosso ponto de vista fixo e nos movimentássemos para tentar enxergar pelo ângulo que o outro está sentindo?! Se quiséssemos nos aproximar a ponto de perceber no detalhe o que o outro pensa?! Quanta empatia iria rolar, não é não?

Em uma exposição de arte não temos um ponto de vista fixo. Mudamos de posição, estamos em movimento. Estamos em constante ex-posição e assim enxergamos o novo. 

Bom, satisfazendo o meu desejo de exposições, fui ao Espaço Cultural dos Correios de Niterói (contei no blog, é só clicar no link) e pude conferir duas mostras.

"Flor, Da Contenção À Expansão", de Myriam Gatt. Nesta, o lixo é visto como obra de arte. A artista usa pedaços de papelão coletados na rua para fazer suas obras dando relevo e textura sensacionais.


"Águas", de Jane Maria. As poucas cores, os poucos contrastes, fazem mergulhar na tranquilidade.


"Máquina de Vir" de Maria Lynk, no Oi Futuro Ipanema. Movimento o tempo todo. Experiência individual. Sensorial. Vai do desconforto ao conforto em três minutos. Loucura total.
Para ter uma ideia até Vodka eu tomei. E experimentei uns passos na pole dance.



CCBB, duas exposições em  um só local.


Na verdade eu fui com o objetivo de ver "Entre Nós - A figura humana no acervo do MASP". Um acervo mais tradicional com obras importantes da história da arte. Tem Portinari, Degas, El Greco, Gaugin, Renoir, Picasso, Ticiano, Burle Marx, Djanira, Diego Rivera, peças do povo Vorubá e da cultura Chancay do Peru, entre outros. 
Peças que já foram revolucionárias, que trouxeram novos pontos de vista para o cenário da pintura, mas que hoje já são tradicionais. Já são conhecidas, estudadas e apreciadas. Como a "Artesiana" de Van Gohg que conforme carta escrita pelo próprio foi baseada em um desenho de Gauguin.

Uma exposição bem legal, interessante, cultural.


Eu estava com tempo, então resolvi dar uma olhada na exposição "Abraham Palatnik - A Reinvenção da Pintura". Saí do tradicional, do convencional (para os dias de hoje), e entrei no moderno, na tecnologia, no não convencional, na arte cinética, em um lance de escada.

Postei a foto abaixo no Instagram @inventandomamae com a seguinte frase da música de Osvaldo Montenegro: "Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei".



Caminhei pela Orla Conde apreciando os grafites. Uma galeria de arte a céu aberto. Arte de rua. Movimento na veia. Expressão. Realidade. Muita cor. Lindo! Vale a pena o passeio. Mostrei um pouco neste post AQUI. É só clicar no link.


Além dos grafites já expostos, a Orla Conde, no Armazém da Utopia, ganhou uma exposição com oito murais em grafite que são releituras de obras do pintor e desenhista Francês Debret. As telas originais, que Jean-Baptiste Debret fez com registros de cenas e fatos importantes da história do Rio, estão em ladrilhos pequenos ao lado de cada painel. Assim podemos comparar o original com a nova proposta. 
Além do trabalho dos artistas que fizeram as releituras das telas de Debret, crianças de seis escolas municipais pintaram, junto com os professores, desenhos e frases que ressaltam valores fundamentais e pedem por um país melhor para todos.

Muito legal. Muito legal ver a mesma obra por um outro ponto de vista, com outra técnica e outro olhar.


Para fechar a série de exposições da semana e assim satisfazer o que dentro de mim pedia por esse movimento, fui ao MAM ver a exposição "Gaudí: Barcelona, 1990". Movimento em todas as formas e de todas as formas. 



Fico grata por ter a oportunidade e a vontade de conhecer algo novo e de buscar outros pontos de vistas. Fico grata por ter opções culturais tão ricas por perto. Fico grata por ter companhia para fazer esses passeios. Fico grata por gostar da minha companhia o suficiente para fazer esses passeios comigo mesma. 

Este post faz parte da BC #52SemanasDeGratidão proposta pela Elaine Gaspareto que neste ano vai substituir a BC A Semana que aqui no blog substituiu a BC Pequenas Felicidades.




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4 comentários:

  1. Chris:
    Adoro esse teu jeito inquieto sempre buscando novas coisas saindo da zona de conforto. Uma semana ótima prá ti.
    beijocas

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  2. É importante sair da rotina de vez em quando para observar o novo.
    Bjo.

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  3. Boa tarde, querida Chris!
    Gosto também de visitar locais assim... corro sempre onde estou passando a dar uma espiadinha...
    Bjm muito fraterno

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  4. "Conhecer algo novo e buscar outros pontos de vista." Linda atitude. Amei as fotos das exposições. Também gosto muito desse tipo de passeio. Bom restante de semana. Bjs.

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