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quarta-feira, 29 de março de 2017
Quando os amigos dos seus filhos começam a dirigir
Nossos filhos precisam ter a vida social deles, é claro! Tão claro que nós mães incentivamos isso desde pequenos. Como ficamos felizes por nossos pequenos terem os amigos, brincarem nas pracinhas e serem convidados para festinhas.
Lá quando são pequenos tudo é tão lindo. Tão tranquilo. Tão seguro. Nós estamos sempre junto. Levamos. Ficamos ao lado. Trazemos de volta para casa. Pena que isso não dura para sempre. Pelo menos se a parte de levar e buscar durasse mais tempo... Tipo até depois da adolescência....
Vou explicar.
Quando as minhas eram pequenas, nas primeiras festinhas, eu levava, ficava lá e trazia de volta para casa. Não só ficava nas festinhas, como participava das brincadeiras por solicitação delas. Segurança total.
Depois, já um pouco mais crescidinhas, não queriam mais a minha presença nas brincadeiras. Eu podia ficar nas mesas, sentada com as outras mães e batendo papo. Tudo ainda bem seguro. Apenas aquela leve preocupação delas se machucarem, caírem, coisas normais.
Mais alguns poucos anos se passam e chega a primeira festa "sem pai, nem mãe". O que é isso? É aquela festinha que a gente leva, entra na casa, entrega para a mãe que convidou, bate um papo rápido e vai embora com o coração na mão. Depois volta na hora marcada para buscar. Apesar da apreensão da mãe, tudo ainda rola em ambiente controlado.
Daí a gente pisca o olho e a vida social dos nossos filhos está cada vez nos deixando mais de fora do circuito. Você leva, deixa na porta, não entra (entendeu bem? Não entra!) e vem buscar mais tarde. Ai, ai, ai. Me disseram que conforme eles crescem as coisas melhoram. Só tô vendo piorar... Tá, mas ainda rola um telefonema para o responsável pela festa. Os pais dos amigos das minhas filhas ainda fazem parte da minha lista de contatos.
Passa mais algum pouco tempo e a nossa lista de contato passa a ter menos pais de amigos dos filhos. E começa também o tal do rodízio. Um dia você leva na festa e o pai da fulana busca. Outro dia a mãe da ciclana leva e você busca. Ai Meu Deus!!! A que horas esse pai vai buscar? O tal do rodízio é sempre arranjado com o pai ou mãe mais flexível sendo escalado para buscar. Saca aquele que topa ir mais tarde?! Então, esse é o que vai buscar neste dia.
Mais uns poucos anos e chega o dia em que: "Mãe, não precisa nem levar, nem buscar!". Como assim? Por que não? "Porque vamos voltar todas juntas de táxi.". O coração da mãe dispara. A cabeça gira. O ar falta e o grito sai pela boca. NEM PENSAR!!! Eu vou levar e buscar. Se quiser ir é assim. Lá vamos nós com uma adolescente de bico ao lado.
Aos poucos, mas com muita argumentação, insistência, "Você é a única que não deixa", "Relaxa mãe, deixa de ser neurótica.", vou me acostumando com a ideia de que a filha cresceu, precisa saber se cuidar, etc. Acabo finalmente cedendo a irem todas juntas de táxi ou de Uber. Não porque eu quis, não porque eu me sentisse segura, mas porque eu precisava para me manter sã, apesar dos solavancos no coração.
Mas na condição que eu saiba qual é o táxi, que me mande WhatsApp quando entrar no táxi, quando chegar na tal festa, quando sair da tal festa e entrar no tal táxi ou Uber. Aguenta coração de mãe. Olha que eu acreditei que quando os filhos cresciam as coisas melhoravam.
Quando já estou quase me adaptando com a ideia, já estou conformada com o fato de virem todos juntos de táxi, rola a seguinte conversa:
- Mãe, já tô voltando.
- O fulano vem no táxi junto com você até em casa, né?
- Ele vai me levar em casa. Ele está de carro! Rlx.
- Como assim relaxa?! Agora é que não relaxo nunca mais! Ele está dirigindo? Há quanto tempo esse garoto tirou a carteira?
Sem resposta...
Me lembro de quando eu tinha a idade da minha e também andava em carros de amigos que já dirigiam. Me lembro de como a minha mãe ficava preocupada e o quanto eu a achava exagerada.
Sério, é muito mais fácil ser filha.
Me lembro que a minha mãe me falava para não entrar em carro de amigos que dirigissem a menos de seis meses. Que era preciso ganhar experiência de trânsito e estrada antes de levar alguém na carona.
Me lembro da quantidade de vezes que fui cobaia de amigas que saíam de carro pela primeira vez após pegarem a carteira de motorista.
Me lembro da minha amiga que foi minha cobaia.
Sério, é muito mais fácil ser filha.
É verdade que o principal problema dos adolescentes é que eles são como seus pais eram na idade deles.
Mesmo assim, eu oriento as minhas filhas para nunca, nunca dirigirem levando amigos na carona antes de terem experiência no trânsito. Antes de terem alguns quilômetros rodados dirigindo comigo no carona. Queria muito que outros pais tivessem a mesma preocupação com filhos motoristas ainda adolescentes levando, como passageiros, os filhos adolescentes de outros pais.
E assim os filhos vão crescendo, ganhando independência e as inevitáveis preocupações dos pais seguem nos acompanhando. Quem disse mesmo que quando eles crescem as coisas melhoram? Bom, pode ser que isso aconteça lá na vida adulta. Vou esperando rezando.
Ai Chris entendo sua apreensão e realmente é muito mais fácil ser filha! Eles crescem por mais que a gente não queira e essas coisas fazem parte da vida, o que resta pra gente é orar bastante e segurar forte o coração!
ResponderExcluirAi, gente! Que difícil isso! Ainda não consigo me imaginar nessa fase! Mas acho que só rezando mesmo!
ResponderExcluirCoração na mão. Dá medo porque por mais que o novo motorista seja cauteloso, o trânsito é uma loucura, tem aquela premissa de que tem que dirigir pelos outros motoristas tbm. ai ai ai, eu imagino sua preocupação e lhe dou toda razão
ResponderExcluirFiquei lendo e a cada etapa meu coração diminuindo... não gosto nem de imaginar estas preocupações e este afastamento... tenho que ir me preparando, Minha mais velha já fez 9 anos... mas a esperança é que educamos bem é sei que elas seguirão nossos ensinamentos 🙏🙏🙏
ResponderExcluirainda não sei como vai ser quando o meu filhoe estiver nessa idade, mas vou acompanhar as experiências de vocês. o trânsito é algo que eu me preocupo muito, nem quero pensar... força aí....
ResponderExcluirCaramba... o meu só tem 4 anos... mas o tempo voa, né?!?! Ai ai ai....
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