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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Museu da República - Palácio do Catete, muito além dos jardins


Uma visita ao Palácio do Catete que abriga o Museu da República é algo de fazer o queixo cair. 

O palácio de estilo eclético foi símbolo do poder econômico, construído pelo imigrante português Antônio Clemente Pinto que chegou ao Brasil pobre e em cerca de 50 anos se tornou o homem mais rico do Império Brasileiro. 

Vou te contar, o homem não economizou! Esbanjou! Construiu o palácio mais luxuoso da corte em 1867, "na mais bonita e mais larga rua da cidade nova, a Rua do Catete". 

E ele, que já foi o Palácio Nova Friburgo, hoje atual Palácio do Catete e já foi sede da Presidência da República, está lá, no mesmo lugar. Lindão e de portas abertas para nos receber. 

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Na fachada podemos ver deuses que simbolizam as principais fontes de riqueza do Barão Antônio Clemente Pinto: Mercúrio, o deus do comércio, e Ceres, deusa da agricultura. Eles estão ali no alto da porta central do primeiro andar e ao lado da mesma porta. 

Já no hall de entrada a gente começa a viajar no tempo e pensar em toda a história que se passou neste lugar. Dá para sentir o clima solene da época das grandes decisões que ali foram tomadas.

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É tudo muito lindo e cheio de detalhes. Vale a pena ficar bem atento a tudo. Desde o piso.

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Até o teto. Esta pintura no foto abaixo, que representa o amor, fica no teto do Salão Ministerial e traz Baco, o deus do vinho, e Ariadne.  Olha quanto detalhe!

Museus do Rio - Museu da República

Ainda no térreo temos as salas com exposição temporárias. No momento está com a exposição de fotos do Palácio do Catete explicando as pinturas e esculturas encontradas no prédio e nos jardins.

Palácio do Catete no Rio de Janeiro

Subindo a escadaria de madeira que dá acesso ao andar nobre do palácio ficamos encantados com os detalhes do guard rail.

Palácio do Catete no Rio de Janeiro


Quando conseguimos finalmente parar de olhar para esses anjos dourados e olhamos para frente, nos deparamos com muita arte. Tem vitrais lindos nas laterais de ambos os lados e uma reprodução da escultura da Vênus de Cápua, do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. Um espetáculo!

Palácio do Catete no Rio de Janeiro

E também as pinturas em arco sobre as portas laterais que narram a história de amor de Cupido e Psiquê. A cena em destaque na foto abaixo retrata Júpiter e Cupido.

Palácio do Catete no Rio de Janeiro

Chegamos finalmente ao andar nobre e muita coisa linda nos espera. Ali predominam o luxo e a diversidade temática. Vale olhar o todo dos salões que são belíssimos, mas vale também ficar atento aos detalhes que são muitos, como as maçanetas,

Palácio do Catete no Rio de Janeiro

 os móveis,
Palácio do Catete no Rio de Janeiro

os lustres,

Palácio do Catete no Rio de Janeiro

e objetos de decoração.

Palácio do Catete no Rio de Janeiro

Neste "andar nobre" passeamos por salões belíssimos. Dá para ficar perambulando por este andar por bastante tempo.

O Salão Pompeano é inspirado nas pinturas murais encontradas em casas da Pompéia, cidade do Império Romano devastada pelo vulcão Vesúvio.

E olha que interessante, o teto recebeu datas históricas brasileiras na reforma feita em 1896-1897. Mas eu fiquei muito curiosa para saber como era antes. Será que era mais bonito?




O Salão Amarelo ou Salão Veneziano é um escândalo (já estou sem palavras para elogiar cada cômodo do palácio. São mais cômodos do que o meu vocabulário). No teto, as pinturas com temática mitológica também ganham destaque por aqui.

Foi neste salão que rolou o tal sarau que virou polêmica. Foi ali que pela primeira vez a música popular foi interpretada nos salões da aristocracia. D. Nair de Tefé, segunda esposa do Presidente Hermes da Fonseca, promoveu um sarau no qual ela apresentou um novo ritmo, o Corta-jaca, com músicas da compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga. Escandalizou a sociedade da época.

Eu não disse que o Salão Amarelo é um escândalo?!



O Salão Mourisco tem uma decoração impactante. Foi exatamente isso que eu senti ao entrar, fiquei impactada com as cores e os detalhes da arte islâmica presente naquele ambiente.



Salão de Banquete. O que é o Salão de Banquete com a mesa posta?! Dá vontade de sentar ali e fazer uma refeição usando a louça que foi utilizada nos banquetes oferecidos pela Presidência da República, na época.

No centro do teto tem um painel belíssimo representando Diana, a deusa da caça.



Finalmente o Salão Nobre. O mais espetacular de todos! O mais luxuoso entre todo o luxo que é o Palácio do Catete. No teto, a pintura "Deuses do Olimpo".


No friso em todo o contorno do salão podemos ver dezesseis cenas da vida de Apolo.


Sim, as pinturas nos tetos se destacam. Mas não saí com dor no pescoço de olhar para cima. Tem beleza e encanto por todos os lados. Como disse no início, desde o piso até o teto, passando pelas paredes. Como é o caso da galeria de vitrais representando musas e outras figuras mitológicas que fica na antecâmara da Capela.




Todo este luxo e riqueza contrastam com o terceiro piso onde ficava os aposentos presidenciais. Foi nesta cama que Getúlio Vargas foi encontrado morto, após cometer o suicídio.


Quarto de Getúlio Vargas no Museu da República

É uma visita cheia de história e beleza. Uma viagem no tempo e na imaginação. Vale muito a pena.

Os jardins do palácio são atrações à parte, com coretos, lagos, grutas, alas de palmeiras e parquinho infantil. Merecem um post exclusivo.

O Palácio do Catete, além do Museu da República e dos jardins, conta também com cinema, bistrô, cafeteria e livraria. 

Serviço:
Museu da República fica na Rua do Catete, 153. Bem em frente à saída do metrô.
Horários: terça a sexta das 10 h às 17 h. Sábados, domingos e feriados das 11 h às 18 h.
Entrada a R$ 6,00 sendo gratuito para crianças até 12 e maiores de 60 anos.
Quartas e domingos a entrada é gratuita para o público em geral.
Estudantes pagam meia com a apresentação da carteira estudantil.




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5 comentários:

  1. Que passeio mais lindo, Chris!
    Eu adoro este tipo de visita. A gente sempre aprende, ne?
    Adorei suas fotos e visitei com você. Dica anotada para a próxima viagem ao Rio!
    Bjks mil

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  2. Nossa achei o lugar lindo...é sempre bom ver e conhecer um pedaço da história.

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  3. Nossa! Que post incrível, Chris! Quanta riqueza de detalhes! Eu amei a maçaneta!

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  4. Taí um lugar que preciso visitar. Amo museus!

    http://www.arianebaldassin.com/2017/04/eu-uso-creme-multifuncional-lavanda.html

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  5. Como sempre Chris arrasando nas fotos que nos fazem viajar para o local! Sempre com bastante informação bacana dos mesmos!!! Lindo passeio!

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