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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Filme "Antes que Eu Vá"



Se a temática é adolescente eu já me interesso. Se o convite vem da filha aí eu me interesso mais ainda. Foi assim que fui assistir ao filme "Antes que Eu Vá". 


Baseado no romance juvenil de sucesso escrito por Lauren Oliver, o filme conta a história de Samantha Kingston (Zoey Deutch), uma adolescente com a vida aparentemente perfeita: é popular, uma espécie de desejo master entre a maioria dos adolescentes; namorada do cara mais gato e cobiçado da escola, um atleta do último ano do ensino médio; tem grana; mora em uma casa maneira; tem uma família gente boa; roupas transadas; coisas que muitos adolescentes dão valor. Até que um certo dia, que tinha tudo para ser o grande dia,  as coisas mudam de figura. Sam e suas amigas, ao voltarem de uma festa que rolou bebidas, sexo e rock and roll, se envolvem num acidente de carro. Daí para frente a adolescente popular parece estar presa no mesmo dia. Aquele último dia se repete, e se repete, e se repete até que ela entenda o real significado dele.

Ao reviver frequentemente o mesmo dia, Samantha passa a perceber algumas atitudes que não foram legais e tenta fazer mudanças naquele dia que já não lhe parece mais tão perfeito assim. Mas nada significativo. Nada que a faça sair do ciclo. 

Sam passa a questionar as próprias atitudes adolescentes e das amigas. passa a rever suas escolhas juvenis. A menina começa questionar pontos importantes na formação do caráter, como:
- questionar a popularidade e o quanto ela e as amigas mudaram os próprios valores para sustentarem esta posição. Realmente vale a pena? Eu me lembrei que falei exatamente disso no post "Adolescência e a tal popularidade".
- avaliar as amizades verdadeiras e os sentimentos genuínos. Vale mesmo a pena ser namorada do atleta popular e babaca? Ou aquele garoto esquisito tem mais valores? 
- repensar as suas atitudes com a família e o quanto um pequeno desentendimento pode criar distância de quem se quer estar próximo. 
- refletir sobre o bullying e o preconceito com os "diferentes" e em como os nossos atos impactam na vida dos outros.
- aceitar as pessoas com o que elas têm de melhor., com menos julgamentos.

Além disso o filme fala de sexo, bebidas, virgindade, suicídio, assuntos que precisam e devem ser muito falados, conversados e refletidos nesta fase da vida tão turbulenta, tão cheia de descobertas. Fala também de esperança, que as pessoas mudam, que a vida muda, que sempre temos uma chance de recomeçar, coisas que os adolescentes (e todos nós) precisamos acreditar.

Samantha precisou ficar presa no dia 12 de fevereiro para perceber que aquela vida aparentemente perfeita poderia ser melhor para ela e para quem está ao seu redor. Precisou ter seu último dia para pensar "se tudo o que você tivesse fosse um único dia. O que iria fazer? Quem iria beijar? Até onde se atreveria a ir para salvar a própria vida?". Mas nós podemos pensar nisso diariamente e fazer toda a nossa vida ter um significado maior.

O filme é bem cheio de clichês sobre a temática da popularidade, algo que já vimos em vários outros longas por aí. A questão da volta a algo já vivido também não é uma novidade nas telonas. Já vimos isso em outros filmes, como "O Feitiço do Tempo", "Os Fantasmas de Scrooge". Mas é um filme que agrada principalmente aos adolescentes, faz pensar, aborda temas importantes e é uma ótima oportunidade para pais e mães conversarem com os filhos e entenderem melhor o pensamento teen e assim ficarem mais abertos ao diálogo.



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