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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Relaxando no Salão de Beleza



História postada no Facebook e registrada aqui no blog.


A pessoa é do tipo que gosta de economizar tempo, agilizar as paradas todas.

Aí vai ao salão e marca pé, mão, sobrancelha e escovão na juba tudo junto e misturado. Uma pessoa para cada serviço. Mas a pessoa aqui acha que é pouco e ainda pede uma Revista Caras para ler com um olho só (o outro está lacrimejando a cada fio arrancado) segurando no alto com apenas uma mão (a outra está prestes a ser beliscada a qualquer momento) porque salão sem Caras é tipo cinema sem pipoca que é tipo namorar sem beijar. 

Mas a pessoa se acha aquela malabarista de circo que pode aumentar o nível de dificuldade do espetáculo e coloca o celular no colo, bem ali sobre aquela região mais sensível. Afinal, mesmo estando lendo com um olho só, com o pescoço duro para segurar a cabeça que insiste em ir para trás a cada puxão nos cabelos, um olho lacrimejando a cada fio arrancado, uma mão imobilizada para não ter um bife arrancado, uma perna para cima com os joelhos para dentro para tentar esconder a calcinha que insiste em aparecer (sim, ela foi fazer os pés de vestido mesmo sabendo que isso dificulta a manobra), a pessoa acha que se o telefone tocar ela consegue tranquilamente atender e bater aquele papo gostoso com a amiga e que o barulho do secador nem vai atrapalhar, ou se chegar uma mensagem no WhatsApp ela vai conseguir responder. 

Aí o que acontece? O que acontece sempre! Chega uma mensagem, o celular vibra sobre a área sensível, a pessoa se assusta, dá um grito junto com um pulo, chuta a pedicure que enfia o palito no canto da unha do dedão, quase estapeia a manicure que tira um bife do dedo do palavrão, dá um solavanco com a cabeça que faz a esteticista beliscar a pálpebra com a pinça e a cabeleireira queimar o seu couro cabeludo, joga a revista para um lado e o celular para o outro. 

Nem é preciso relatar que todos os olhares neste momento se voltam para a pessoa, né?. 

Bom, depois da cena, a pessoa malabarista de tarefas percebe que era uma mensagem daquele grupo chato 'bagaraio' que ela não sai para não ficar na linha de tiro da fofoca, recoloca o celular no lugar (aquele mesmo lugar), pega a revista e posiciona para cima, todos voltam para as suas posições e a vida no salão segue ao normal. Pelo menos até a próxima mensagem chegar.

E assim se passa o tempo relaxante, descontraído e dedicado para se cuidar da pessoa.

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