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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Filme Grandes Olhos


Eu recebi a dica para assistir ao filme "Grandes Olhos" no meu trabalho como incentivo ao mês da criatividade, inovação e propriedade intelectual.



Assim que li o início da sinopse, "O filme é baseado na história da pintora Margaret Keane, conhecida por pintar pessoas com grandes olhos, e mostra a trajetória desta artista nos anos 50.", me interessei por ser inspirado em fatos reais e pela oportunidade de conhecer a pintora.

Margaret Keane é uma artista americana, nascida em 1927, que pinta imagens de pessoas, animais, etc. com grandes olhos por acreditar que estes são a janela da alma. Margaret que era conhecida em Nashville, no Tennessee — estado onde nasceu, com o nome de Peggy Doris Hawkins — pelos desenhos de anjos com olhos grandes e asas flexíveis, se baseia em seus sentimentos para pintar seus quadros.


O que tem de interessante na história dessa mulher e trajetória dessa artista para despertar o interesse do diretor Tim Burton?

A história que Tim Burton mostra em Big Eyes é a verdadeira história de Margaret Keane: uma artista que teve que lutar pela autoria de seu trabalho.

A arte de Margaret despontou entre os anos 50 e 60, onde a sociedade machista imperava (e ainda impera). Mulheres não tinham vez no mercado de trabalho, muito menos no mundo artístico. A situação se agrava e muito quando esta mulher era separada e com uma filha pequena para criar.

Pois Margaret (Amy Adams) já tinha largado um primeiro casamento, deixando casa e marido para trás, e partido apenas com a filha e algumas telas suas na bagagem. 

Na luta pela sobrevivência através de sua arte ela conhece o sedutor Walter Keane (Christoph Waltz), um suposto pintor de paisagens parisienses.

Movida pelo momento, pela pressão da sociedade, pelo risco de perder a guarda da filha por ser uma "mulher sem marido", Margaret aceita o charmoso pedido de casamento de Walter. A partir daí ela assume o sobrenome do novo marido e passa a assinar as suas pinturas como KEANE.


Margaret tem talento artístico, porém não tem tino comercial, além de que mulheres eram relegadas a segundo plano principalmente nas artes. Quantas artistas do sexo feminino precisaram usar pseudônimos para terem suas obras publicadas, expostas e comercializadas?


“Ninguém compra pinturas pintadas por mulheres”.
-Walter Keane, Grandes Olhos-

Walter Keane não tinha talento artístico, mas tinha um dom para o marketing e para vendas, poder de sedução e pouquíssimo caráter. Assim Walter  assume as vendas das artes do casal. Vendo que suas próprias pinturas não causam interesse ao público enquanto os quadros da mulher são admirados, ele assume a autoria dos "Grandes Olhos". Afinal, talento unido a uma assinatura masculina é o que agrada ao público da sociedade machista. 

Meio a contragosto, sentindo a dor de entregar a autoria, mas seduzida pelas ideias de Walter Keane, autorizou que ele se apropriasse dos créditos de seus quadros, pois só assim conseguiria dinheiro para sustentar a filha e ter uma vida melhor.

“A pintura diz ‘Keane’; Eu sou Keane, você é Keane. De agora em diante, somos um “.
-Walter Keane, Grandes Olhos-

A partir daí o caráter abusivo e manipulador de Walter começa a destacar. Quanto maior o sucesso de vendas das obras de Margaret, mais ambicioso alter se tornava. Vítima desse relacionamento abusivo, Margaret passava mais de 16 horas seguidas pintando. Ela foi afastada dos amigos e da própria filha para evitar que alguém descobrisse o segredo. Era vigiada, controlada e pressionada pelo marido. 

Nesse contexto Margaret começa um outro estilo de pintura e passa assinar como MDH Keane e faz um acordo com Walter para ter a permissão de também expor suas obras: "Grandes Olhos" continuariam sendo pintados e com a autoria assumida por Walter Keane.



A partir daí o incômodo de Margaret começa a crescer até a situação ficar insuportável e ela fugir com a filha. Porém continua sobre o domínio e manipulação do ainda marido Walter Keane.

Cansada de assistir de longe e com sofrimento suas pinturas se tornaram um fenômeno popular, passando a integrar até mesmo produtos, como pôsteres, cartões postais, cadernos. Cansada desta situação Margaret luta para reaver a autoria de suas obras e o lucro advindo delas.

Um filme que além de nos apresentar as obras da artista, de falar de direitos autorais, nos fala de machismo, da luta das mulheres por reconhecimento, de relação abusiva. Alguns muitos momentos gera revolta, como quando Margaret vai procurar ajuda em uma igreja e ouve do padre:

“Você teve uma educação cristã, você sabe o que eles nos ensinam: o homem é o chefe da família. Talvez, devesse confiar nisso. ”

Mas um bom filme para assistir e uma ótima história para conhecer.

PS: imagens obtidas na internet.


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10 comentários:

  1. Acredito que seja realmente fascinante assistir sentadinho no sofá... sem pipocas
    .
    Cumprimentos
    Cuide-se

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  2. Imagino um maravilhoso filme!
    -
    Desalento...
    Beijos e uma excelente tarde!

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  3. Chris, não conhecia a pintora, mas fiquei curiosa com o filme e conhecer mais sobre a vida dela.

    Beijo!
    Cores do Vício

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    1. OI Pathy, o filme é bem legal. Vale a pena conhecer a história dela.
      beijos
      Chris

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  4. caramba que história incrível dessa mulher, deve ser um filme e tanto hein

    beijo
    A mina de fé

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    1. OI Mel, é uma história e tanto. E real! Eu não conhecia e gostei de conhecer. Passeia a admirar.
      beijos
      Chris

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  5. Ah. Parece ser um filme bem interessante. Gostei das obras dela.

    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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  6. Eu nunca vi esse filme, mas me solidarizei com a artista. Ainda mais num mundo machista que era antigamente (que ainda é, porém estamos lutando mais), ela tinha talento e merecia ser reconhecida por ele.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    1. OI Hanna, vale muito conhecer a história dela. Ela é viva e pinta até hoje.
      beijos
      Chris

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