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sábado, 13 de agosto de 2022

Criando felicidade diante do ordinário


Saí para trabalhar em um dia nublado, chuvoso, seguinte a uma noite de ventos fortes que deixaram estragos em vários pontos. Daqueles dias que dá vontade de ficar em casa. Mas eu precisava ir.

E já que sairia, mesmo em um dia aparentemente feio, sem promessas de belezas, mas com risco de estragos, eu procuro ver belezas. Procuro enxergar cores, detalhes, sutilezas, 

Passei pela Enseada de Botafogo com o cenário lindo e incansável do Pão de Açúcar e apesar de ser um local muito cotidiano e rotineiro para mim, consegui mais uma vez me encantar com a beleza dele. 



Fiz a foto e postei nos stories do Instagram com a frase: não me canso desse cenário. Ele me mostra que o cotidiano sempre tem algo novo e raro para ser percebido.

Recebi algumas curtidas e comentários, mas um particularmente me fez pensar. Uma amiga comentou: Não tão novo e nem tão raro, mas certamente, lindo.

Pensei que a fotografia é uma forma de passar uma mensagem, expressar as nossas ideias, mas sem palavras. O que me encantou nessa foto, o que me fez ver o extraordinário, não necessariamente vai ser interpretado da mesma forma. E essa é a graça da coisa. Estimular a digestão ou não da mensagem. 

Outra questão que me fez pensar é que pra mim realmente existe muita beleza no meu dia a dia, e sou muito grata por isso. Mas me perguntei se consigo ver as belezas nas cenas do meu cotidiano com facilidade ou se vejo isso porque eu crio. Não importa! 

O que importa é que tudo é processo, é experimentação. Fotografo a beleza que enxergo para registrá-la em mim. Para reforçá-la em mim. São detalhes simples, mas que podem ser gigantes. E que nesse processo vão montando uma biblioteca de momentos particulares, visão única, sensações de afeto. Afetos de todo o tipo. 

E o que eu vi de raro e novo nessa imagem? Raro foi a árvore replantada, a vida querem um impulso para pulsar. A sobrevivência mesmo após a tempestade e ventos forte. De novidade: foi a composição do momento:  árvore crescendo, desse ângulo novo para mim, estar alinhada com a parte mais baixa dos morros e o contraste das cores. O chão molhado pela chuva ressaltou o vermelho da ciclovia e coloriu o cinza do dia. 

Que o exercício diário de buscar criar belezas torne detalhes simples em breves suspiros de alegria que acumulados nos deixem experimentar felicidade diante do ordinário.

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5 comentários:

  1. Tão lindo apreciar cada detalhe! Muito legal! beijos, lindo domingo! chica

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  2. Olá, não sei o que aconteceu que escrevi alguns comentários nos posts anteriores e eles não aparecem. Mas calma. Muito boas suas fotos de Buenos Aires. E quanto a série, convido você a ver O MECANISMO, é uma das melhores coisas que já vi na minha vida e me ajudou a entender o Brasil com suas luzes e sombras. Vou deixar-lhe a entrada que lhe dediquei https://tigrero-literario.blogspot.com/2020/04/si-algo-nos-ha-ensenado-la-actual.html

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  3. sim, sempre gosto de olhar o entorno. claro que o rio de janeiro é raro não achar beleza. mas acostumei a olhar detalhes até em locais não tão paradisíacos. bom domingo. beijos, pedrita

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  4. Bom dia, Chris,

    Você tem escolhido a atitude correta, em minha opinião. Sempre há algo de positivo em volta de nós e certamente há muita beleza no mundo, especialmente em locais como o Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa.
    E não é impressionante como a simples disposição de enxergar o lado bom e agradável da vida muda totalmente o estado emocional da gente?

    Beijo e bom domingo!

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  5. Há sempre algo de novo para observar... e mesmo quando o cenário não muda... certamente já teremos mudado nós ao sabor das circunstâncias... pelo que há sempre novas perspectivas para descobrir em tudo o que nos rodeia!
    Gostei imenso da imagem! O cenário de facto é lindíssimo, mesmo com tempo nublado...
    Um beijinhos
    Ana

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