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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Desprendimento? Não. AMOR.

No final do ano passado a Ana Luiza me trouxe uma vontade: queria ir para o acampamento nas férias.
De cara achei ótima a notícia, principalmente por vir da Ana Luiza que tem um temperamento mais reservado, mais tímido.

Daí fui verificar o lugar que seria o Rancho Santa Mônica. Busquei informações e as referências foram ótimas, sempre muito recomendado. Vi quais amigas também iriam e conversei com as mães. Fiquei tranquila e segura de que seria uma ótima oportunidade para a Ana Luiza.

O próximo passo seria convencer o pai. Bom, mas eu tinha bastante tempo para fazer o meu trabalho de formiguinha. Olha, tava difícil convencer o homem de liberar a menininha do coração dele. A sorte foi a termos consulta na pediatra que reforçou tudo o que eu já estava careca de falar:
"O rancho é um lugar muito confiável, eles fazem um trabalho bem bacana e com muita responsabilidade."
"É importante começar a soltar os filhos na hora certa e no lugar certo."
"Esse tipo de autonomia é importante para a Ana Luiza principalmente pelo temperamento tímido."
E por aí foi. Tudo o que eu já tinha dito mas não tinha convencido. Agora com a opinião de uma profissional e não de uma mãe movida pelo sentimento de fazer a filha feliz, o homem estava convencido. Ida ao Rancho garantida!

Ouvi a minha mãe falar de todas as preocupações, fazer mil e uma recomendações, levantar 9999 possibilidades negativas e se espantar com o meu desprendimento.
Ouvi amigas dizendo que não tinham coragem de deixar as filhas irem por mais 9999 motivos de perigo e mais uma vez se espantarem com o meu desprendimento.

Respeito muito todas essas opiniões. Claro que eu tinha as mesmas preocupações, que o meu coração iria ficar apertado de saudade. Claro que eu queria manter a minha menina perto de mim e de preferência no meu colo. Mas eu estava convencida de que seria uma ótima oportunidade para a autoestima e autoconfiança da Ana Luiza. Então a ajudei a arrumar a mala, passei o máximo de tranquilidade e segurança que eu pude e embarquei a minha filha naquele ônibus. Eu com o coração apertado por mais esse corte no cordão umbilical, mas ao mesmo tempo cheio de alegria por ver a minha pequena crescendo. Ela com o coração palpitando de ansiedade e emoção.

Fiquei aqui, uma semana sem poder falar com a Ana Luiza já que na colônia não era permitido levar celular, buscando as fotos no site e ficando feliz a cada imagem do sorriso da Ana Luiza que eu encontrava.

Finalmente a Ana Luiza voltou. Chegou com alergia na perna, machucado no tornozelo, as roupas sujas de terra, mas nada disso é mais importante do que a carinha de felicidade, o ar de confiança, o jeitinho mais independente, os planos para o futuro e as novas amizades que ela trouxe na bagagem.

Fotos do fotógrafo do Rancho






Ver essa carinha feliz não tem preço.

Repito as palavras da Martha Medeiros em uma das colunas da Revista de Domingo:
"... Não se trata de desprendimento, mas de amor, o mesmo que todas as mães sentem e que cada uma manifesta ao seu modo. Algumas prendem suas crias, outras soltam e a maioria faz as duas coisas, conforme a exigência do momento."

18 comentários:

  1. Muito legal!!! Cresci participando de acampamentos, chegava a fazer 3 por ano, contava os dias para que eles chegassem... Aqui na minha igreja os acampamentos começam a partir de 5 anos com o Oceânica kids http://www.youtube.com/watch?v=il8fom3FdD0
    Depois dê uma olhadinha neste vídeo, pra ver que legal!
    Mil bjs!

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  2. Chris, com a Zebra, sempre fui desprendida, talvez pelo fato de ter me separado do pai dela ainda gravida e de aos 3 anos ele ter voltado a morar no Rio enquanto eu ainda morava em Brasília, tive que me acostumar em liberar ela para viajar sozinha... e aí quando chegou na idade de ir dormir na casa das amigas, viajar com a escola... para mim foi super tranquilo. Com os pequenos não sei como será, como não temos família no Rio acabamos nos fechando muito no nucleo familiar e talvez seja mais dificil na hora de cortar o cordãõ. mas Sei que é fundamental para que eles amadureçam com saúde . Beijo

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  3. Chris minha amiga, eu tb estou passando por este momento, e olhe que o meu rebento tem apenas 4 anos. Mas mesmo assim, percebo o quão é importante para sua educação. No final das contas, quem sofre pela distância somos nós, eles se divertem e acabam meio que "esqueçendo" da rotina com a família. Entendo, que tudo é novidade, é mágico e por isto eles conseguem aproveitar bastante.
    Sábias as palavras de Martha Medeiros, eu sou da turma da terceira opção, pois para mim também depende do momento.

    bjos!

    Priscila - maededudu.blogspot.com

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  4. Foi uma prova de amor, é lindo ver eles crescendo, confiantes, e é preciso dar espaço, dessa forma,uma forma segura, um grande bjo

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  5. Chris,
    Que linda que está a Ana Luiza! Nossa, que carinha de feliz! A Luana já foi ao Rancho Santa Mônica, com um grupo de escoteiros que eu conheço, rs. Eu sou a mãe que solta (mas olha bem antes de soltar, rs) e a Luana é a filha que vai, se joga. Quase kamikase, hahaha. Ai, ai, como eu já ouvi críticas por ser assim. Consegue imaginar meu coração com a Luana 16 dias na Disney e eu aqui? É ou não é um misto de saudade, felicidade pela cria estar feliz, tristeza pela saudade, dor no peito, noites mal dormidas? Acredito muito que nossos filhos crescem MUITO quando lhe damos asas, nem que sejam asas veladas, rs. A Luana que já era despachada, depois de passar 16 dias longe de casa, mas longe MESMO, tendo que enfrentar as diferenças com os outros, sem poder ligar para casa e falar "mãe, me busca?", tendo que cuidar do seu próprio dinheiro, sabendo que se acabasse, acabou mesmo, entre outras coisas, voltou tão diferente. Voltou menos pipa voando, mais madura, parece-me que está com a percepção de que o mundo é muito maior do que ela imaginava, sabe? E com isso crescemos todos: nós, os pais, eles os filhos.
    Parabéns pela Ana e parabéns por ter aguentado firme diante de tanta gente dando opinião contra!
    Bjs

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  6. Chris que legal!! A Ana Luiza toda feliz, rs. Adorei as fotos
    Sabe... A Ingrid queria muito ir para um acampamento e eu vi o Rancho Santa Mônica, mas moramos na região Serrana e não me senti muito confiante. Falei para ela achar uma amiga para ir, mas a maioria a mãe não deixou. Mas se eu soubesse que a Ana Luiza ia, kkk. Brincando... Eu não sei se deixaria sabe? Moramos a 1h45min de diferença de cidades, kkkk. O que acha?

    Beijão

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  7. Ela é muito parecida com você, Chirs. e afff..meus olhos se encheram de lágrimas com seu post. Só de pensar no que você sentiu ao colocá-la no ônibus, e depois de ficar sem falar c ela uma semana,e depois a volta, os machucados, as alergias e as roupas sujas, ai..que nervo! eu acho que sou igual a você desprendida. Lógico que minha Luísa só tem 4 anos ainda, e que certas coisas ainda não valem a pena, mas com certeza farei o mesmo que vc. E amando, né, chirs? Ai como amamos. Beijos e ainda não vai ser hoje a experiência do cupcake de laranja, mas assim que fizer posto o resultado. beijo beijo beijo

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  8. Olha que bom neah...ela e muito gira maame =)
    beijo

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  9. Oi Chris, é a Vi, muito legal esses passeios com a turma.
    Como você disse há momento de ceder e momento de prender, cada pai deve saber qual o momento de dizer sim ou não.
    Muitos beijos,Vi

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  10. Chris que belíssima declaração de amor, tanto sua na postagem e no sentimento, quanto do paizão.
    E que moça ela está, e que sorriso de felicidade!
    Sei bem o que é essa sensação pois deixamos a minha mocinha passar 15 dias no estado de Washington na casa de uma sobrinha e ela foi por sua própria conta, iamgina o xororô no Aeroporto após o embarque da Bebel?
    Mas a experiência não tem preço!
    Parabéns pela linda postagem!
    E dê uma olhada no bloguinho que fiz umas mudanças e criei a parte Blogs que me Projetam, e é claro que o Inventando com a Mamãe está lá! Coloquei por ordem das ultimas psotagens.
    bjs Sandra
    http://projetandopessoas.blogspot.com//

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  11. Kita, a Ana Luiza está cadia mais linda e com um sorriso lindo. Gosto muito de ver ela assi tão feliz.

    beijinhos

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  12. Oi, Chris parabéns pelo post fiquei até emocionada. É assim mesmo e tenho sentido muito porque sei que daqui há um dias eu vou ter que me desprender do meu anjinho pra ele passar por mais uma fase na vida é claro que tem sido dificil mas procuro não demonstrar pra ele falo boas coisas sobre a escola e digo que ele vai com a mochila de carrinho, vai ter uma lancheira que ele já testou e aprovou correndo pelo meio da casa. E recomendo que ele não bata, nem morda ou belisque seu amiguinho porque senão o amiguinho não vai mais querer brincar com ele. Mais tenho me mantido forte até ler esse post e começar a chorar.

    Bjssssssssssssssssssss, Dani Cardão.

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  13. Chris querida, sabe o que é isso?! Confiança na educação que vc passou a ela, e pelo visto ela entendeu perfeitamente! Eu não tenho o mesmo despreendimento, por não confiar na mentalidade infantil de Stella, por isso acho o máximo essa relação de vcs! E olha, ela tá cada vez mais a sua cara! Impressionante!

    Super beijos em vcs!

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  14. Chris, que delícia de ler isso! Como deve ter sido incrível, intensa e maravilhosa essa experiência na vida dela.

    Parabéns por vc tê-la deixado voar.
    Espero saber agir assim como vc, quando a hora chegar.

    Grande beijo!

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  15. Amiga,

    Como é bom acompanhar essa evolução.
    Fico muito feliz por vocês...

    Um grande Beijo.

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  16. É confesso que fiquei preocupadíssima mesmo ,pensava na Ana lá o dia inteiro .Não sou uma avó presente fisicamente ,mas muitíssimo próxim emocionalmente e minha preocupação com minha filhas e netas é constante .Os cuidados e o bom senso que a Kita emprega em tudo , a responsabilidade do Antonio , o carinho ,atenção das duas secretárias me tranquilizam .Dei Graças quando soube que a Ana havia chegado da colonia , via as fotos de felicidade e assim vamõ q vamô , soltando aos pouquinhos ,amando e nos acostumando as novidades que chegarão ,afinal é a vida .

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