Mãe Barraqueira na Festa Junina

Assim que as minhas filhas entraram na escola eu comecei a experimentar um grande desejo de ser uma mosca. É isso mesmo, uma mosquinha! Para poder ficar lá observando tudo, vendo o que acontece, como elas se comportam, como se viram nas diversas situações. Aquela vontade que a mãe tem de estar sempre perto dos filhos, de não perder nem um momento da vida deles.

Na semana passada eu não precisei ser uma mosca para realizar essa vontade. O que eu fiz? Eu ajudei na festa junina da escola.

A festinha da galerinha menor ocorre no período da aula, e os pais chegam no final da festa apenas para ver a apresentação. Porém, a escola precisa da ajuda de alguns pais para trabalharem nas barraquinhas e nas brincadeiras. Aproveitei que eu estava de férias e me ofereci para ser mãe ajudante (aliás, só tinha mãe exercendo essa função).

Então lá fui eu caracterizada, com um prato típico nas mãos (levei uma cocada que foi um sucesso), cheia de empolgação e alegria.

Fiquei encarregada da barraca da pescaria. Ajudei a separar as prendas, ensacar, levar para a barraca e cuidar da brincadeira em si.

O trabalho foi gostoso, leve e divertido. O mais recompensador foi ver a alegria e orgulho da Sofia por ter a mãe dela ajudando na festa junina. E eu me divertia a cada amiguinho da Sofia que corria até a barraquinha e perguntava:

- Você é a mãe da Sofia?

O melhor de tudo foi ficar ali observando a minha filhota feliz, brincando com as amigas, entrosada, enturmada, fluindo livremente e com segurança pela escola, tranquila, totalmente integrada naquele ambiente.

E de quebra, assim como quem não tá nem aí, disfarçando bastante, olhando de rabo de olho (coisas de mãe de adolescente), ainda consegui tirar uma casquinha da Ana Luiza. A turma dela não participou da festa, mas teve intervalo e aula de Educação Física na quadra ao lado. Vi a Ana Luiza jogando vôlei com os amigos, conversando, sorridente, falante, solta. Me lembrei da minha fase de adolescente, de ficar com a turma sentada no chão, assim meio largada, todo mundo amontoado, jogando conversa fora e rindo muito. Lá estava a Ana Luiza com a galera.

Bom, depois do trabalho "pesado" fui ver a dança da Sofia. A turminha apresentou o Maracatu com os enfeites confeccionados pelas próprias crianças. E eu, como mãe babona, achei lindo é claro. A emoção foi tanta que o vídeo até saiu meio tremidinho.

Depois dessa experiência eu vou querer ser barraqueira em todos os anos. Aliás, a Sofia já me pediu para ajudar na festa do ano que vem.