Projeto 52 Passeios - Post #7 - Rio Histórico, Rio de Machado de Assis

Nesta semana a Ana Luiza foi fazer uma visita ao Rio Histórico com a escola. Os locais que ela percorreu durante esse passeio foram praticamente os mesmos que eu contei no post sobre o Rio dos Escravos X Projeto Porto Maravilha no qual percorri as ruas da Gamboa e Saúde. Esses dois bairros do Rio, ricos em história, estão sendo revitalizados e a história sendo preservada.

O tour da escola tinha como objetivo:

• Observar as modificações ocorridas no espaço urbano do Rio de Janeiro.

A área está sendo totalmente revitalizada e urbanizada para atender ao projeto Porto Maravilha. Na instalação Meu Porto Maravilha podemos trafegar na história da cidade e ver as transformações ocorridas no passado e as modificações que estão ocorrendo atualmente.

• Visitas a locais importantes da história da Cidade do Rio de Janeiro.

Como eu mostrei no post Rio dos Escravos X Projeto Porto Maravilha a área é cheia de atrações turísticas e históricas.

• Relacionar o Rio de Janeiro à literatura de Machado de Assis.

Essa foi a parte do passeio que eu achei mais interessante. Quando eu fiz o roteiro da Gamboa e da Saúde não fui com esse olhar. Agora até fiquei com vontade de retornar e caminhar pelas ruas e me transportar para os textos de Machado de Assis.

Ao atravessar a Praça da Harmonia e me deparar com o prédio do Quinto Batalhão da Polícia Militar, me sentir em "Conto de Escola" onde Machado de Assis escreve:

“Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, e depois enfiei pela Saúde, e acabei a manhã na praia da Gamboa.”

Bem ali pertinho do Quinto Batalhão tem um dos cantinhos mais encantadores da Gamboa-Saúde, a Igreja de Nossa Senhora da Saúde.

Ao subir a ladeira e me deparar com essa igrejinha de aparência bucólica eu senti uma espécie de nostalgia como a que Rubião experimentou ao caminhar pela região conforme descrito em "Quincas Borba":

“Mas Rubião não distinguia nada; via tudo confusamente. Foi ainda a pé durante largo tempo; passou o Saco do Alferes, passou a Gamboa, parou diante do cemitério dos ingleses, com os seus velhos sepulcros trepados pelo morro, e afinal chegou à Saúde. Viu ruas esguias, outras em ladeira, casas apinhadas ao longe e no alto dos morros, becos, muita casa antiga, algumas do tempo do rei, comidas, gretadas, estripadas, o cais encardido e a vida lá dentro. E tudo isso lhe dava uma sensação de nostalgia...”

E depois de tantas emoções a dica é almoçar no tradicional Angu do Gomes que fica no Largo São Francisco da Prainha junto a um belo conjunto de construções antigas.

Não fiz o passeio junto com a Ana Luiza, é claro, mas pude me deliciar conversando com ela sobre a região e trocando as nossas impressões. Isso até ela achar que eu estava fazendo um inquérito sobre o passeio. É né, assim são as variações de humor da adolescência.