Páginas

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Filme "Como Nossos Pais"


Desde que vi o trailer do filme "Como Nossos Pais" eu fiquei interessada em acompanhar a vida de Rosa (Maria Ribeiro), uma mãe de família que, como a grande maioria de nós mulheres, tenta dar conta de suas obrigações pessoais e profissionais.



Já no trailer senti uma certa identificação com a Rosa. 

Depois fui convidada para a cabine de imprensa deste filme que além de ter recebido o prêmio de Melhor Filme escolhido pelo público no Festival de Cinema Brasileiro de Paris, ainda ganhou seis Kikitos no Festival de Cinema de Gramado: melhor filme, melhor direção, melhor atris, melhor ator, melhor atriz coadjuvante e melhor montagem. Muitos merecidos melhores!

Infelizmente eu não pude ir na cabine e a minha amiga @marcia.cantahede foi me representando. Eu postei no Instagram a opinião dela sobre "Como Nossos Pais", o que só me deixou com mais vontade de assisti-lo.

Isso tudo para dizer que finalmente eu fui conhecer a vida de Rosa que é como a vida de muitas mulheres por aí. Muitas de nós que queremos dar conta de tudo e não damos. Muitas de nós que nos impomos uma perfeição impossível de atingir. 

Em determinada cena Felipe relembra para Rosa os versos da música "Carne e Osso", de Zélia Duncan e Moska "Quem se diz muito perfeito / Na certa encontrou um jeito insosso /Pra não ser de carne e osso".

A busca por esta perfeição em todos os aspectos da vida: profissional, como mãe, como filha, como esposa e amante, leva Rosa ao estresse, a exaustão, a crise no casamento e no trabalho. Soma-se a isso problemas com o pai, com a mãe e com a filha mais velha que está entrando naquela fase da pre-adolescência. 

Filhas na pré-adolescência... como me identifiquei! Em uma cena de diálogo entre a Rosa e a mãe, as duas falando sobre filhos crescendo, Clarice diz: "os filhos começam a ir embora quando nascem." Sim, isso mesmo, crescem a cada dia, a cada dia conquistam a independência e se soltam um pouco dos pais. 

Outra verdade dita por Clarice, uma mãe que não se culpa por sua trajetória não muito convencional, é que "chega uma hora em que a definição de mãe no dicionário é: não sabe nada.".

No decorrer dessa busca pela reinvenção, Rosa se descobre mais careta do que os pais e esta característica molda as suas relações com as filhas. É durante este percurso de busca por si mesma que o título "Como Nossos Pais", mesmo da música de Belchior, se justifica. Apesar de buscar ser diferente dos pais, Rosa repete muito da vivência deles, e principalmente da mãe.

"Minha dor é perceber 
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos 
Ainda somos os mesmos e vivemos 
Ainda somos os mesmos e vivemos 
Como os nossos pais..."

Um filme lindo, emocionante, que trata as relações familiares com sinceridade e um excelente roteiro. Um filme em que nós mulheres nos identificamos do início ao fim. Se não estamos vivendo os dilemas de Rosa neste exato momento, com certeza, temos alguma amiga que está. 

A Fernanda Reali também falou do filme no post "Como Nossos Pais". Vale a pena clicar no link e dar uma olhada.

Sinopse:
"Rosa é uma mulher que quer ser perfeita em todas suas obrigações: como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Quanto mais tenta acertar, mais tem a sensação de estar errando. Filha de intelectuais dos anos 70 e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja engajada, moderna e onipresente, uma supermulher sem falhas nem vontades próprias. Rosa vê-se submergindo em culpa e fracassos, até que em um almoço de domingo, recebe uma notícia bombástica de sua mãe. A partir desse episódio, Rosa inicia uma redescoberta de si mesma.".






Você pode me encontrar também

Nenhum comentário:

Postar um comentário