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quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Projeto #100em1 - Trilha da Pedra do Telégrafo


Eu via as fotos no Instagram e ficava babando. Mas por ser aqui no Rio e estar à disposição eu acabava deixando o passeio para depois. Por outro lado, apesar de ser na cidade, não é tão perto assim. Outro motivo pelo qual a Pedra do Telégrafo, mesmo com todo o seu encanto, perdia o seu lugar na lista de prioridades.

Até que ao acompanhar o perfil de um artista do Cirque Du Soleil acabei caindo em outro perfil de outro artista do mesmo grupo. E me surpreendi. O cara é belga, viaja o mundo todo, tem fotos em lugares fantásticos, mas a foto do perfil dele, a escolhida, é no que seria a Pedra do Telégrafo. Mais uma vez constatei que o ponto turístico da vez no Rio de Janeiro é realmente imperdível. E eu estava perdendo. 

Juntando a isso, a Ana Luiza recebeu em nossa casa um amigo vindo do Espírito Santo para conhecer a Cidade Maravilhosa pela primeira vez. Pronto! Foi a deixa! Acabaram-se os motivos para adiar o passeio! Incluímos a Pedra do Telégrafo no roteiro. E mesmo com a expectativa lá no alto, nos surpreendemo muito positivamente. 


Como eu disse, a Pedra do Telégrafo não é tão pertinho assim, pelo menos, pra mim. Ela fica localizada no Parque Estadual da Pedra Branca, a 354 metros de altitude no topo do Morro de Guaratiba. O que significa que teríamos uma distância a percorrer e um caminho a trilhar.

Pesquisamos e daria sim para irmos sozinhos, mas preferi o conforto e contar com a experiência de um guia. Acho legal incentivar o turismo local, apoiar quem trabalha na área e me livrar de possíveis roubadas. Encontramos o Fernando do @pedra_do_telegrafo que além de guia é fotógrafo. Uma mão na roda! Sério, tirar foto dessa galera jovem que fica gerando mídias não é fácil não! Eu já fico tensa!

Bom, guia fechado, data e horário agendados! Iríamos sair de casa às 6h30 da manhã para chegar ao cume ainda relativamente cedo e não pegar muita fila para fazer as tais fotos que bombam. Na véspera o nosso guia manda uma mensagem sugerindo reagendar a saída para às 5 horas da manhã. Isso mesmo! Escrevi certo. Por que esse exagero? Porque a fila para fazer as fotos tem ficado enorme. Mas enorme em um nível inacreditável. Mais surpreendente do que a vista que temos lá de cima.

Um ponto positivo para termos marcado com o guia: sem ele sairíamos de casa por volta das 7 horas da manhã achando que estávamos madrugando e provavelmente chegaríamos no topo em tempo de pegar mais de quatro horas de fila.

Saímos às 5 horas da manhã em direção à Barra da Tijuca. Como nesse horário não tinha trânsito nenhum, fizemos o percurso pela orla curtindo todo o visual do início da manhã nas praias da Barra, da Reserva, Recreio, Macumba, Prainha, Grumari até chegarmos a Barra de Guaratiba. As praias estavam tão vazias nesse horário que deu até vontade de desistir da trilha e ficar por ali mesmo. Mas seguimos a nossa meta.

Em Barra de Guaratiba seguimos pela Estrada Roberto Burle Marx até o final. Ao invés de pararmos lá embaixo, o nosso guia já tinha um acordo com um estacionamento bem na subida da trilha. Sabe aquele último local que dá para estacionar, o mais perto possível do início da trilha?! Era a vaga reservada para o nosso guia.

Mais um ponto para estarmos com o guia: economizou estresse para conseguir vaga, poupou nosso tempo de caminhada, nossa energia e nossa panturrilha. Essa parte inicial, que nem é a trilha ainda, é justamente a mais íngreme e mais cansativa do que a trilha em si.

Mesmo com um bom trecho de rua poupado ainda subimos a última ladeira até a cerca de entrada na trilha. Nesse ponto tem um quiosque que vende sacolé, Gatorade, água, refrigerante, etc. Como chegamos bem cedo ele ainda estava fechado. Não foi problema para nós, pois estávamos abastecidos de garrafas com água.

A Pedra do Telégrafo bombou apenas nos últimos anos, mas a trilha é das antigas por ser a mesma que dá acesso a trilha para as cinco praias selvagens da região.

Como agora pedra instagramável anda famosinha nas redes sociais, o movimento está intenso e com isso a trilha principal até o topo está bem aberta, larga e com sombra. Porém é preciso prestar atenção nas bifurcações que levam até as trilhas para as praias e nas marcações do símbolo da pegada pintado nas pedras e nas árvores.

O início da trilha é de subida, subida e mais subida. Depois melhora um pouco com os trechos de subida intercalados por pequenos trechos planos.


Quando pensamos em desistir, se pensarmos nisso em algum momento, se abe a nossa frente um visual que estimula e incentiva a seguimos em frente e darmos os próximos passos.


Quando alcançamos cerca de 70% da trilha chegamos ao Mirante do Telégrafo com uma vista sensacional da Restinga de Marambaia. Por mais que seja tentador parar ali para fazer fotos nesse momento de cansaço, a dica é seguir em frente e deixar as fotos para a volta. Lembre-se da fila para fazer as fotos na "pedra principal".


Mais alguns metros acima e gotas de suor abaixo.


Chegamos em outra bifurcação com duas pedras que proporcionam vista deslumbrante. Mais uma vez a dica é: deixe essas fotos para depois das fotos do precipício.


Siga a seta em direção a Pedra do Cavalo. Mas como assim? Não estamos indo para a Pedra do Telégrafo? Sim e não. É que a pedra famosinha é uma outra pedra localizada mais abaixo da pedra do telégrafo. Por isso que no início desse post eu me referi ao que seria a Pedra do Telégrafo. O nosso foco principal e a nossa corrida contra a fila que só aumenta é chamada de Pedra da Bigorna também conhecida como Pedra do Cavalo e Pedra do Abismo. Cheia de apelidos, né?

A partir daí é só descida até chegarmos no nosso ponto. Nós chegamos exatamente às 7h31min e a fila estava com cerca de 20 pessoas na nossa frente. Não fiz foto da fila, mas pela lente dos meus óculos dá para ter uma ideia.


Fiquei tão deslumbrada com o visual que nem senti a uma hora de espera na fila passar. Cercada por mata verde com três (Praia do Meio, Praia Funda e Praia do Inferno) das cinco praias selvagens abaixo, seguida por Grumari, a vista ainda alcança as Praias da Macumba e do Recreio e a Pedra da Gávea ao fundo. Um visual que nem a mais perfeita do profissional mais capacitado consegue retratar.


Além de desfrutar da vista, fazer algumas fotos na parte da pedra que não atrapalha quem está na vez, é bom aproveitar o tempo de fila (se for razoável) para ter ideia das poses que vai fazer na sua vez. No nosso caso, o guia era fotógrafo que já trabalhou por três anos como fotógrafo na pedra.

Outro ponto positivo de ter o guia: ele sabe se posicionar e dar dicas das melhores poses para as fotos terem os efeitos esperados.


Mesmo quem tem medo de altura consegue fazer as fotos. É que na verdade, é tudo uma questão de  enquadramento da foto. 


 Embaixo da pedra tem um espaço relativamente grande e que dá pra ficar em pé. Nessa foto abaixo (esqueçam a barriga e foquem nos pés de bailarina), por exemplo, eu estava em pé na plataforma e apenas pulei tocando os calcanhares nas nádegas. 


Feitas as nossas fotos individuais em em grupo


Liberamos espaço para a fila andar e seguimos o nosso caminho de volta. Aí sim passamos na verdadeira Pedra do Telégrafo que tem uma corda para quem quiser se aventurar na subida. Juro que tentei, mas não senti muita firmeza na tal cordinha não. Então apreciamos o visual no entorno dela.


A Pedra do Telégrafo tem esse nome por ter servido de instalação militar na Segunda Guerra Mundial. Ali era um ponto de observação e as mensagem eram transmitidas por equipamentos de telégrafo.

Fizemos o caminho de volta agora sim parando em todos os mirantes, nos encantando com o visual, descansando e fazendo mais fotos.


Não é uma trilha fácil, mas também não é difícil. Eu levei cerca de 50 minutos fazendo devagar, parando brevemente para respirar. Apesar de ser na sombra é importante levar água porque fica quente mesmo com a brisa do mar. No topo tem o fotógrafo que cobra 10 reais por três fotos e dois ambulantes que vendem água e açaí. No horário que eu fui apenas o fotógrafo já estava lá. Encontrei com os vendedores de água e açaí enquanto fazia a descida.

Valeu muito a pena ter feito a trilha e desfrutado desse ponto turístico do Rio de Janeiro. Dá para fazer a trilha sozinha sim. Muitas pessoas fazem dessa forma, inclusive turistas estrangeiros. Porém eu vejo vantagem em ir com um guia, pelo menos na primeira vez.

Para aproveitar mais o dia voltamos parando nas praias que já estavam bem cheias. Fizemos uma parada em Grumari.


Na Prainha


Na Praia do Secreto


Passamos no Recreio para mostrar os jacarés para o nosso hóspede capixaba que não acreditou que em uma passarela qualquer de uma rua qualquer de um bairro de uma megacidade como o Rio de Janeiro, os jacarés são figurinhas fáceis.


Finalmente a última parada para mergulho na Praia da Joatinga.


Como o Mirante do Joá estava no nosso caminho de volta, mesmo exaustos fizemos uma parada para contemplar a vista. Afinal as paisagens da Cidade Maravilhosa nunca cansam a vista.



Esse post vai ser o primeiro do projeto #100EM1 que consiste em visitar 100 lugares no período de 1 ano e vi no blog Parafraseando com Vanessa. Achei que o projeto é uma ótima oportunidade para nos estimular a sair da rotina, buscar o novo, trazer aprendizado e reflexões.

Você pode me encontrar também


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18 comentários:

  1. Olá Chris,

    Adorei as fotos e deu um certo medinho naquela foto da pedra.. xD

    Um beijo e Feliz 2020!!

    www.purestyle.com.br

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    1. Oi Fernanda, Dá medinho, mas é mais efeito visual. Tem um chão embaixo.
      Um ótimo 2020 pra vc também.
      beijos
      Chris

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  2. Chris amei teu relato, sempre que posso dar um pulo no RJ aproveito para conhecer algo novo, fui 3 vezes e nunca repeti passeios, sempre descubro um local novo que "perciso" conhecer, agora essa trilha para fotos incríveis....rsrs

    Feliz 2020!
    Abraços

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    1. OI Adelaide, o Rio é mesmo cheio de surpresas. Mesmo quem mora aqui sempre tem um lugar novo para conhecer. Espero que você venha mais por aqui.
      beijos
      Chris

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  3. nossa que paisagens MARAVILHOSAS! eu to adorando esse tipo de passeio e fazer trilhas em contato com a natureza, adorei!

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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    1. Oi Lívia, eu adoro esse contato com a natureza. Sinto falta mesmo, sabe? AInda bem que aqui no Rio temos muitas opções de passeios com contato com a natureza. E melhor, gratuito.
      beijos
      Chris

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  4. lovely photos and landscape! You look great. happy 2020.

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  5. Chris, que aventura!! Com certeza valeu muito a pena!!
    Confesso que me deu frio na barriga só de ver essas fotos na pedra...esse visual compensa a aventura!
    Amei as fotos e seu relato do passeio.
    abraço e bom final de semana!

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    1. OI Dalva, as fotos têm uma certa ilusão de ótica. Tem um chão, mas o fotógrafo se posiciona de forma que ele não apareça. Vale sim muito apena todo o esforço para ter esse visual.
      beijos
      Chris

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  6. Como eu amo essas paisagens maravilhosas que encontramos no RJ, tantas trilhas bacanas para fazer, tantos lugares incríveis para visitar e fiquei encantada com as fotos. Que esse ano você faça muitos passeios assim.
    Beijocas.

    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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    1. OI Vanessa, eu espero sim fazer bastante passeios. Eu já tinha um nessa semana, mas foi adiado por causa da chuva.
      beijos
      Chris

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  7. Que trilha incrível, vale o desafio para contemplar essa vista.
    Big Beijos,
    Lulu on the sky

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  8. Uau, suas fotos ficaram tão incríveis, e que lugar..dispensa qualquer comentário. Vale a pena a trilha e seu desafio! ❤

    https://www.kailagarcia.com

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    1. OI Kaila, vale muito a pena o desafio sim. Eu adoro esse tipo de passeio.
      beijos
      Chris

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  9. Que lugar maravilhoso! Fiquei com vontade de tirar foto nessa pedra também.

    fim de semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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    1. Oi Émerson, a visual é bel legal mesmo. Vale a pena ter um registro ali.
      beijos
      Chris

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