Um mês de quarentena

Em alguns momentos

Achei que não suportaria, levei na boa.
Senti angústia, senti tranquilidade.
Tive medo, tive coragem.
Acreditei estar em um filme de ficção, me toquei que é realidade.
Tive ímpeto de sair, fiquei em casa.
Experimentei coisas novas, experimentei a mesmice.
Me satisfiz com pouco, não me satisfiz com nada.
Desejei o que estava em casa ao meu alcance, desejei o que estava lá fora fora do meu alcance.
Percebi o tempo se arrastar, percebi as horas voarem.
Senti falta, senti presença.
Preferi o barulho das ruas agora silenciosas, preferi o silêncio dos dias.
Quis fazer tudo, quis fazer nada.
Adiei projetos, antecipei decisões.
Me vi sem imaginação, vi a criatividade fluir.
Tive pesadelos, tive sonhos.
Senti preguiça, senti disposição.
Chorei, gargalhei.
Desejei dormir mais tempo para o dia ser mais curto, desejei ficar acordada para o dia ter mais tempo.
Achei que tudo está diferente, achei que tudo está igual.
Torci para passar logo, torci para durar só mais um pouquinho (pelo bem da natureza).
Acreditei que o mundo vai mudar, acreditei que continuará tudo como antes.
Tive dúvidas, tive certezas.
Relembrei o passado, reinventei o presente, projetei o futuro.
Repeti rotina, mudei hábitos.

Minha sala se tornou um misto de sala de estar, de jantar, ponto de passagem e espaço de coworking.
Me surpreendi com a nossa capacidade de adaptação, de cooperação e de convívio.

Que essa pandemia passe, que passemos por ela com responsabilidade, sabedoria, apoio, colaboração saúde.  Que sejamos mais humanos e responsáveis uns pelos outros. Que pensemos no todo e em todos. Que nos superemos! Vamos superar!

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