Inventando com a mamãe: Filme “O Protocolo de Auschwitz”, indicado ao Oscar 2021 de melhor Filme Internacional

"O Protocolo de Auschwitz" é representante eslovaco ao Oscar 2021 de melhor filme estrangeiro. Com distribuição da A2 Filmes está estreando hoje nas principais plataformas digitais.

Pra mim é um daqueles filmes que devemos incluir na nossa lista de filmes imperdíveis sobre o Holocausto.

Tá certo que já temos muitos filmes que abordam o tema, mas os terrores foram tantos que, por mais que o assunto pareça mais do que explorado, sempre tem uma nova história a ser contada. E história real.

"O Protocolo de Auschwitz" é uma dessas que devem ser contada e recontadas.

O drama mostra o heroísmo de duas pessoas comuns. Dois homens que por mais castigados e sofridos que estivessem, pensaram no próximo.

Wetzler e Vrba arriscam os seus dias já muito difíceis no campo de concentração para coletar provas e registros da matança ali realizada pelos nazistas. Elaboram um plano de fuga não apenas como uma tentativa de salvar suas próprias vidas, mas com uma missão destinada a expor o massacre industrial planejado em curso em Auschwitz.

É impressionante ver a união dos judeus. Os homens do barracão 9, onde ficavam os fugitivos, são levados ao limite para entregarem seus companheiros. Esses homes são expostos ao frio congelante, a fome, em pé, sob torturas psicológicas e mantêm firmes. Eu tremi ao vê-los tremendo de frio com o vapor subindo de suas bocas para formar uma nuvem coletiva no alto.

É impressionante ver a força, a garra, a determinação, a superação dos limites do corpo nas cenas que se concentram no esforço de fuga dos dois homens, reduzidos a literalmente rastejar por bosques nevados, enlameados, sem comida e com pouca água, enquanto tentam reunir a força para completar sua jornada.

É reconfortante ver que existem pessoas que se arriscam para ajudar.

É revoltante ver todo o sofrimento que os judeus foram submetidos, o envolvimento, ou melhor, o não envolvimento de outros governos dispostos a "se deixarem enganar" pelas propagandas e argumentos nazistas e escolherem não acreditar que o massacre ocorria.

Mas é de certa forma reconfortante saber que o esforço e sofrimento dos dois fugitivos em seu ato heroico acabou ajudando a salvar a vida de 120.000 judeus húngaros que, de outra forma, teriam sido deportados para a morte. Mas é lamentável saber que se tivessem recebido a devida credibilidade poderiam ter salvo muito mais vidas.

Sinopse: Esta é a história real de Freddy e Walter - dois jovens judeus eslovacos, que foram deportados para Auschwitz em 1942. Em 10 de abril de 1944, após um planejamento meticuloso e com a ajuda e a resiliência de seus colegas internos, eles conseguiram escapar. Os dois homens são movidos pela esperança de que suas evidências possam salvar vidas. Feridos, eles voltam pelas montanhas para a Eslováquia. Com a ajuda de estranhos pelo caminho, eles finalmente conseguem cruzar a fronteira e encontrar a resistência e a Cruz Vermelha. Eles compilam um relatório detalhado sobre o genocídio sistemático no campo. No entanto, com a propaganda nazista e ligações internacionais ainda em vigor, seu relato parece ser muito angustiante para acreditar.

Esse post faz parte do projeto/desafio BEDA 2021:

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- Clau, do Mãe Literatura.