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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Livro "A padaria dos finais felizes"

Não estou entrando em lugares fechados ainda. Ou não deveria estar, mas fraquejei. Passei pela calçada onde fica a minha livraria preferida. A porta estava entreaberta, olhei para dentro e vi que estavam se preparando para abrir, limpando e higienizando tudo. Reabriria em apenas dez minutos. Não resisti. Esperei. Entrei. Fui a primeira pessoa a entrar nessa reabertura. Peguei alguns livros que me chamaram a atenção e estavam logo no primeiro balcão. Paguei e voltei feliz com a minha aventura e aquisições.

Entre os livros adquiridos intuitivamente, na pressa, na correria de quem estava fazendo algo errado e precisa terminar logo antes de ser "pega", estava "A padaria dos finas felizes", de Jenny Colgan. Gostei da capa, gosto de padaria e de finais felizes. Somente quando cheguei em casa, observando melhor o livro foi que me dei conta que faz parte da trilogia de outro livro que eu queria ler "A adorável loja de chocolate de Paris".

Comecei a leitura imediatamente. Foi o meu primeiro contato com a escrita de Jenny Colgan" e gostei da narrativa leve e descontraída. 



O chick-lit de Jenny Colgan tem uma história que já pode ter sido vista por aí em livros e filmes, mas é fofa, envolvente, inspiradora.
Polly Waterford, uma mulher na casa dos 30 anos, investiu todo o seu dinheiro e tempo em seu antigo relacionamento a ponto de vida pessoal e profissional se tornarem uma só. Quando o negócio faliu, o relacionamento ruiu. Polly viu sua vida desmoronando em todos os aspectos. Se sentindo em um labirinto, a única saída financeiramente viável que encontra é mudar de cidade alugando um apartamento caindo aos pedaços.

Assim Polly vai morar na ilha de Polbearne, um lugar que em outras condições seria inconcebível habitar, viver, morar. Mas, a princípio, seria uma situação provisória, apenas o tempo suficiente para Polly se reestruturar, encontrar um pouco de paz e equilíbrio, fortalecer.

“Só  aproveitando a sensação agradável de estar centrada no agora, em seu próprio ser, sem ter que se preocupar com o futuro nem sonhar com o passado, sem se distrair com tarefas mundanas: estava presente, existindo e sentindo."

Sozinha nesse lugar cheio de desafios Polly precisa criar novos laços e se autoafirmar. Para isso faz uso do seu hobby, paixão desde sempre: fazer pães.


De repente, Polly sentiu algo. Conforme tacava, empurrava e sovava a massa, era como se a energia ruim estivesse deixando seu corpo.

Pelo cheiro, pelo sabor, pelo calor e aconchego da iguaria ela conquista afetos e também um desafeto: a dona da única padaria da ilha e também sua proprietária. Na improvável ilha Polly finalmente se abre de novo para a felicidade e o amor, mas nem tudo são flores. Polly tem que enfrentar a desavença com a senhora Gillian Manse e a resistência de alguns moradores à presença de uma pessoa de fora, que não cresceu em Mount Polbearne.


De repente, ali, na pequena padaria à beira-mar, começou a sentir que nada era impossível. No fundo do coração.



Mesmo sendo uma escrita fácil e para entretenimento (o livro cumpre bem esse papel), traz pontos interessantes como a crise de certas profissões devido a inclusão digital e a necessidade de readaptação rápida para continuar competitivo no mercado (foi isso que levou o negócio do ex-namorado de Polly à falência). O surgimento de novas profissões e ter o empreendedorismo com uma opção viável, não apenas o mercado de trabalho tradicional. 

Outros aspectos bem positivos e interessantes do livro são: o cenário e os pães.

Eu sou dessas que quando leio um livro gosto de me transportar para o cenário, ouço as músicas citadas (ouvi e dancei com "Praise You"na cena da festa), pesquiso no mapa os lugares citados, faço os trajetos e tal. Então descobri que o cenário fictício de Polbearne é inspirado em uma das atrações mais icônicas da Cornuália: o monte St Michael. Claro que já fiquei sonhando com uma viagem pela região.

E os pães? As narrativas dos momentos em que Polly está fazendo pães e experimentando receitas são literalmente deliciosas. Sério eu sentia o aroma de pão no forno (tive que ir para a cozinha fazer outro pão de canela. Polly faz roscas de canela), senti o sabor e a crocâcia do sourdough (corri na padaria para comprar um e acompanhar a leitura regado com azeite, sal rosa e alecrim), estou desejando até hoje um pão de mel.

Enfim, a trama de "A Padaria dos Finais Felizes" é bem previsível: uma mulher que tem a vida desestruturada justamente na fase que deveria estar estabelecida, muda de cidade em busca de um caminho e se contra consigo mesma e com o amor. Porém é divertido acompanhar as desventuras da mulher corajosa que, entre dúvidas e inseguranças, se supera a cada dia e dá a volta por cima superando adversidades. Mostra que mudar o rumo pode ser muito positivo.  E é uma leitura que nos estimula a saborear e viajar enquanto lemos. Ah, o livro tem várias receitas no final, como a rosca de canela entre outras.

Sinopse: "Um balneário tranquilo, uma loja abandonada, um apartamento pequeno. É isso que espera Polly Waterford quando ela chega à Cornualha, na Inglaterra, fugindo de um relacionamento tóxico.
Para manter os pensamentos longe dos problemas, Polly se dedica a seu passatempo favorito: fazer pão. Enquanto amassa, estica e esmurra a massa, extravasa todas as emoções e prepara fornadas cada vez mais gostosas. Assim, o hobby se transforma em paixão e logo ela começa a operar sua magia usando frutos secos, sementes, chocolate e o mel local, cortesia de um lindo e charmoso apicultor. 
A Padaria dos Finais Felizes é a emocionante e bem-humorada história de uma mulher que aprende que tanto a felicidade quanto um delicioso pão quentinho podem ser encontrados em qualquer lugar.".



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13 comentários:

  1. Por curiosidade, também já voltei ao lugar do costume e adquiri 3 livros. Estava sem nada para ler pois acabei o último logo no inicio da pandemia. É estranho como sentimos tanta falta destas rotinas.
    Beijinhos

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  2. seems like a lovely book, thank you.for sharing.

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  3. Esse livro parece bem gostosinho de ler, hein? E olha que nem sou fã do gênero. xD

    Beijo.
    Cores do Vício

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  4. Aii pães são tão bons né?!!
    Hmm ai adorei a história parece interessante e já assisti um filme nessa temática me lembrou esse livro.
    Achei uma graça a capa também.
    Beijos!!

    www.dicasdeblogueira.com

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    1. OI Pam, eu que sou louca por pães passei o livro inteiro comendo pão. kkk
      beijos
      Chris

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  5. Eu acho lindas as capas dessa série. E também sou dessas que viaja dentro dos livros, mês passado li Ninféias Negras, que se passa em Giverny, na França, e pesquisando sobre o lugar, eu aprendi muito, algo que me ajudou com o livro. E agora estou lendo Sem Coração, um livro em que a protagonista é confeitera, e pelo amor de Deus, todo dia eu tenho vontade de fazer um bolo ou uma torta, hahahaha.
    Enfim, eu gostei muito da sua resenha e ela me deixou com vtd de ter essa leitura leve com A Padaria dos Finais Felizes, mesmo que o fim seja prevísivel.
    Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥

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    1. Oi Leslie, já quero ler as Ninféias Negras. Vou lá no seu blog ver se tem post.
      beijos
      CHris

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  6. Sou doida para ler esse livro, mesmo sabendo que é um tanto previsível, por ser clichê... rs Acho que ficaria que nem você, querendo comer um pãozinho enquanto leio. =)
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    1. Oi Hanna, é clichezinho sim, mas gostosinho de ler. Tanto que li o segundo da autora e vou ler o terceiro. kkk. Mas aconselho ler acompanhada de uns pãezinhos sim para não passar desejo.
      beijos
      Chris

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