Hoje foi dia de mudar de cidade. Viagens com paradas diferentes tem disso. A gente chega, tem aquele estranhamento inicial, um tempo para se localizar, entender a logística do lugar e quando estamos integrados, nos sentindo confortáveis, temos que mudar e começar de novo. E isso é gostoso. Essa necessidade de adaptação rápida para aproveitarmos ao máximo em pouco tempo, estimula. O dia hoje foi assim, de reintegração. Acordamos bem cedo em Brisbane para o último café da manhã no Pancake Manor (delicioso), aquele que fica dentro de uma antiga igreja e que foi o
nosso primeiro café da manhã na cidade.
De lá fomos direto para o aeroporto e mofamos um pouco, pois o voo atrasou (viu só, atraso em voos não é privilégio do Brasil, não?!). Partimos para o próximo destino: Melbourne
Melbourne já foi eleita a melhor cidade do mundo para em diversas ocasiões, mas quando a gente pensa em Austrália, logo surgem à mente as imagens da Sydney Harbour Bridge e da Opera House, das praias, do deserto e dos animais. E aí, muitas vezes, Melbourne, a segunda maior cidade do país, e a capital do estado de Victoria, Melbourne, acaba sendo negligenciada. Acontece que a cidade tem tudo - estilo, cultura, esporte, praias, parques, arquitetura, música, gastronomia - sendo, inclusive, considerada a cidade mais cultural da Austrália.
Como chegamos em Melbourne mais tarde do que esperávamos, sobrou menos tempo para o primeiro dia. Logo a adaptação teve que ser mais rápida ainda. Deixamos as coisas no hotel e fomos direto em direção a Federation Square, ponto turístico mais clássico de Melbourne justamente por ser o centro cultural mais importante da cidade. Começamos pela St Paul Cathedral e aproveitamos para dar aquela agradecida básica. No interior da igreja ainda está exposta a árvore de Natal feita com coletes salva-vidas de crianças Sírias abandonados nas praias de Lesbos. Eu e a Ana Luiza já tínhamos visto obras desses artistas com esse enfoque em uma exposição sobre refugiados no Museu do Amanhã.
Seguimos até a famosinha rua dos grafites, a Hosier Lane Street Art. Melbourne é bem conhecida pela sua diversidade de arte de rua. Há algumas ruas famosas, mas a Hosier Lane é a que simboliza e resume todas elas. Porém, a arte de rua pode ser encontrada por toda a cidade. Por isso é importante caminhar pelas ruas de Melbourne com os olhos bem abertos, porque a qualquer momento, a qualquer virada de esquina, podemos nos deparar com uma viela encantadora.
A Hosiere Lane Street é tipo o nosso
Beco do Batman em São Paulo, mas com uma pegada mais underground. É reconhecida pela qualidade e natureza muitas vezes política de sua arte, é um centro de artistas underground em meio a bares de coquetéis sofisticados e restaurantes modernosos.
A próxima parada foi o Australian Centre for the Moving Image (ACMI), dedicado a artes em vídeo. Ótimo programa, principalmente para os amantes de cinema. A exposição temporária em cartaz, The Clock de Christian Marclay, eu já tinha visto no IMS de São Paulo com a minha amiga Márcia Cantanhede.
Dali ficamos circulando pela Federation Square, contemplando o contraste dos prédios antigos com os modernos até que a fome bateu forte. Almoçamos no primeiro restaurante que vimos na nossa frente, um italiano.
Apesar de a Federation Square ser um local que podemos passar o dia inteirinho ali só explorando a área em si, preferimos ou usá-la como uma base para explorar os muitos museus e galerias próximas. Então, para nós já estava bom de Federation Square, cruzamos a ponte sobre o Rio Yarra, que atravessa a cidade de Melbourne.
Entramos na National Gallery of Victoria conhecida como NGV, o museu de arte mais antigo, maior e mais visitado da Austrália. Está dividido em dois edifícios, o NGV International e o Ian Potter Center.
A entrada geral na galeria é gratuita, o que significa que você teríamos muito para ver das exposições permanentes em andamento, como a coleção do NGV, sem pagar um centavo. E foi o que fizemos! Passamos um bom tempo ali admiradas com
e a variedade de obras e visitando as muitas exposições. Uma delas, a Being Human, de William Wegman, eu já tinha visto algumas obras em exposição no CCBB do Rio.
Fiquei feliz de estar em uma cidade cultural, cheia de museus e galerias de arte e ver que o que estava exposto aqui já passou pelo Brasil. É bom saber que temos no Brasil oportunidades culturais que estão pelo mundo.
Bom, exposições visitadas atravessamos a rua para relaxar um pouco em um dos muitos jardins da cidade, o Queen Victoria Gardens, no estilo australiano. Os australianos adoram a vida ao ar livre e fazem muito uso dos parques, das áreas verdes e espaços públicos de suas cidades.
O Queen Victoria Gardens é uma dos muitos parques de Melbourne, fica bem em frente a Galeria de Arte de Victoria (basta atravessar a rua) e espremido entre o Alexandra Gardens que beira o rio e o Kings Domain Park. Um local lindo para descansar, caminhar, relaxar e contemplar a skyline de Melbourne.
Cheio de áreas gramadas onde as pessoas fazem piqueniques ou simplesmente se deitam à sombra das árvores, flores, lagos, esculturas, bancos. Vale a pena um tempo de descontração e contemplação por ali.
Já recuperadas seguimos para o prédio mais alto de Melbourne e subimos até o Eureca Skydeck para ter uma visão 360° da cidade, do alto dos 88 andares. Lá do alto localizamos os locais que tínhamos acabado de visitar. Até o monumento que aparece atrás da flor na foto acima conseguimos localizar no meio do Queen Victoria Gardens.
De volta ao solo caminhamos pelo calçadão à beira do rio, na região de Southbank. Um local muito agradável, cheio de bares e restaurantes e de pessoas indo e vindo, passeando, andando de bicicleta, enfim, desfrutando.
Um ótimo local para desfrutar o horizonte de Melbourne, que rivaliza com qualquer cidade grande por aí.
Antes de voltar para o hotel passamos novamente na Federation Square, na rua dos grafites e fomos entrando em outras ruas com bares e restaurantes que achamos interessantes.
Exaustas, passamos em uma loja de conveniência e compramos algo para comer no quarto mesmo.
Para o primeiro dia com atraso de voo até que o dia rendeu bem.
Outros passeios em Sydney:
Diário dos 20 dias na Austrália:
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