segunda-feira, 6 de março de 2017

Criança brincando e porta fechada. Pode isso?



Estou lendo o livro "O Ano Em Que Disse Sim" de Shonda Rhimes. Aliás, não estou apenas lendo. Estou devorando.

Shonda Rhimes é uma mulher de sucesso, poderosa, que chegou e se manteve no topo. Uma mente criativa, inventiva e cheia de imaginação. É dessa imaginação que ela vive. Ela é a criadora das séries "Grey's Anatomy", "Scandal", "Private Parctice". É também responsável pelo roteiro de diversos filmes, como "Introducing Dorothy Dandridge", "Crossroads" e "The Princess Diaries 2: Royal Engagement". E ainda é produtora executiva de "How tg Get Away With Murder". E se não bastasse é também autora deste livro que estou lendo.

Em uma passagem do livro, Shonda conta que quando criança ela já vivia no mundo da imaginação. Não era muito chegada a brincar com outras crianças. Preferia passar horas sentada no chão da despensa da cozinha. Ficava lá no escuro brincando com enlatados. Esses enlatados serviam para alimentar a sua imaginação. Era com ele que ela criava personagens, criava histórias, criava um reino.

Assim que eu li esta parte dois pensamentos vieram a minha mente:

- mas a mãe dela não ficava preocupada, com medo de algum dos enlatados cair na cabeça da garota?! E se ela resolvesse escalar as prateleiras e despencasse tudo em cima da criança?!

Christiana, Christiana, olha o instinto protetor que vê perigo em tudo. Vamos ser mais otimista e positiva!

- iiihh, vai ter mãe lendo este livro e se perguntando pra quê tanto enlatado. Será que a mãe de Shonda e de mais cinco filhos não podia fazer um molho de tomate caseiro?!

Christiana, Christiana, cada mãe que pense o que quiser. Sem crítica de valor. Apenas um fato.

Assim que consegui afastar os meus pensamentos e me concentrar novamente à leitura cheguei ao parágrafo seguinte.



Neste parágrafo Shonda agradece aos pais, principalmente a mãe, por não levarem o incomum em consideração, por a deixarem brincar na despensa de porta fechada, e principalmente por terem a sabedoria de perceber que aquilo era um sinal de criatividade.

Mais pensamentos e lembranças povoaram a minha mente neste momento da leitura.

E me lembrei de quando a Sofia era pequena (por volta dos quatro anos) e queria ficar no quarto de porta fechada brincando sozinha ou com alguma amiguinha. A gente, eu e o pai, ficava meio receoso, achando que ela poderia fazer alguma besteira e se machucar. Sabe como é, né? Criança muito tempo quieta está aprontando.

Um dia em conversa com a psicóloga, ela nos falou da importância da criança brincar com a porta fechada. Segundo ela, justamente nestas horas de porta fechada é que a criança entra no mundo da fantasia, que alimenta a própria imaginação, cria personagens. Que a porta aberta ou a possibilidade de algum adulto por perto não permite essa imersão, o desligamento do mundo externo e das possibilidades de críticas. Ela, a psicóloga, na época, ressaltou outros pontos positivos para as crianças brincarem de porta fechada. Mas resumindo a questão, saímos de lá convencidos. Relaxamos e deixamos as portas se fecharem sempre que desejado.



Tá, cá entre nós, eu confesso que vira e mexe eu colocava o ouvido na porta, olhava pelo buraquinho da fechadura... essas coisas de mãe.

Lendo esta parte do livro eu também pensei em quantas vezes podemos, nós mães e pais, com o nosso excesso de zelo, cuidado e proteção, estar influenciando no rumo natural da vida dos nossos filhos... Vai saber...
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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9 comentários:

  1. Puxa! Nunca tinha pensado nisso! Eu não deixo o filhote brincar de porta fechada. Acho que preciso rever meus conceitos 😬

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  2. Fechar a porta signifuca que as crianças querem privacidade, mas é difícil né. Quando isso acontece eu fecho a porta mas de vez em
    Quando vou olhar o que tá rolando. Sempre dou as recomendações hahahaha

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  3. Pensamentos interessantes nunca tinha visto dessa maneira! Gostei de pensar desse jeito, faz muito sentido!

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  4. Aqui eu só consegui deixar as meninas brincando sozinhas com a porta fechada quando maiores, na verdade minha pequena eu ainda não deixo (morro de medo de acontecer algo kkk). Até a porta do banheiro tem uma proteção para não ser fechada. Mas vou rever meus medos... Será uma ótima reflexão. Beijos Regina

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  5. Muito legal essa visão de dar mais liberdade para as crianças, a gente vive com tanto medo que começa ver pelo em ovo rs

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  6. Oi Chris
    Tão interessante seu post
    O meu ainda é pequenininho, ainda n pede p ficar de porta fechada, mas com certeza vou lembrar desse post.
    Mts pontos legais levantados


    Bjoooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

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  7. Ótimo post não tinha pensado por esse lado

    Bjs Mi Gobbato

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  8. Já me interessei pelo livro... penso muito parecido, talvez por ser educadora física e entender que é necessário explorar os limites do corpo. Já inha mãe é superprotetora ate hoje..rsrsrs

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  9. Achei bacana o livro e cá pra nós as crianças são mesmo muito criativas e tem muita imaginação. E mamãe é mãe, sempre de olho!

    http://www.arianebaldassin.com/

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