Diário de viagem, pós-viagem. 1° dia em solo mexicano -
Cidade do México. Muito pra conhecer, pra explorar. E eu queria o máximo. Eu
queria tudo.
Ao colocar o pé direito na calçada vi que as luzes ainda estavam acesas nos postes. O sol ainda recluso. Descobri que amanhece mais tarde na Cidade do México. Voltei. Fiquei com receio de desbravar o desconhecido sem a claridade do dia. Me percebi não tão destemida como eu me imaginava. Viagens servem para nos descobrirmos também. Esperei.
Segui a programação do guia e embarquei com destino ao Museu Nacional de Antropologia. Coração pulsando de expectativa, olhos abertos querendo captar as imagens, os detalhes, a rotina daquela cidade.
As ruas já floridas e enfeitadas para a Festa de
Muertos. Paramos na Av. Passeo de La Reforma para ver a decoração. Pés no chão.
Me senti presente, me senti ali. Sentidos em alerta me surpreendendo. Cheiros.
Cores.
O monumento El Angel de La Independência imponente,
brilhante. Modernidade e tradição integrados, se complementando.
Próximo ponto um dos muitos parques arborizados,
bem-cuidados, tranquilos, oásis no grande centro urbano. Parque México.
Me impressionei com a quantidade de cachorros e de áreas
reservadas a eles. Cuidado. Respeito.
Agora sim, entramos no Bosque Chaputelpec uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo (maior do que o Central Park). Ah, mas só depois de passar pela casa do Chaves!
É dentro desse parque que está o Museu de Antropologia. Meu sonho a poucos minutos de se realizar.
Entramos! Eu nem sabia pra onde olhar! O que ver primeiro. Muita história. Uma viagem no tempo, na imaginação. Incrível constatar como os antepassados eram incríveis. Que habilidade artística, criativa, transformadora! Que capacidade de fazer tanto com tão pouco!
Saindo do museu em êxtase arrisquei experimentar uma iguaria
típica mexicana e acrescentar no meu roll de experiências estranhas. Comi
gafanhoto! Viagens fazem nos permitirmos a experimentação. Ao novo. Ao
inusitado. Digo que gostei.
Depois do antigo, o moderno bairro de Polanco para pausa em um dos muitos restaurantes. Tempo para comer, olhar as ruas, absorver o estilo de vida local. Descolado.
O dia estava terminando. Mas a noite estava apenas começando. E eu ainda não tinha visto o Zócalo. E ele estava ali. Ao meu lado. Pertinho. Então, partiu Zócalo! Uau! Que luz (do fim do dia)! Que iluminação (dos festejos de Dia de Muertos)!
Hora de procurar um lugar pra comer. Perrengue! Cidade cheia. Além do feriado e festejos de Dia de Muertos, era final de semana de Grande Prêmio de Fórmula I. Imagina o fervo!
Anda. Encontra um restaurante?! Não tem vaga. Anda. Encontra
outro restaurante?! Não tem vaga. Pernas cansadas. Pés doendo. Barriga
reclamando seus direitos. Encontramos a Casa de los Azulejos. Ponto turístico
obrigatório. Arwuitetura belíssima. Fachada revestida em azulejos talavera de
Puebla e o interior construído com um misto de arquitetura colonial e barroca.
Um charme! Mais uma vez o meu queixo caiu!
O melhor, lá dentro uma Sanborns e com mesa disponível! Isso merece comemoração! Marguerita de Mezcal e Guacamole! Pra completar e matar a fome: enchiladas! Bem mexicano.
Agora sim eu podia fechar esse primeiro dia. Mas a Cidade do México queria me oferecer mais. E eu queria aceitar.
No caminho de volta ao hotel, a Calle Madero estava em festa. Ou eu estava em festa (seria efeito do Mezcal?!). Dançarolei pelo caminho.
De repente algo vindo em nossa direção. Um cortejo? Sim.
Faltavam poucos minutos para o dia de São Judas Tadeu. A religiosidade mexicana
impressiona.
De volta ao Zócalo mais festa na praça! O hotel é logo ali, a cama pode esperar. Toda essa intensidade merece ser aproveitada. Eu mereço aproveitar.
Finalmente me rendi. Dei o meu 1° dia encerrado quando já
começava o 2°.
Diário dos 12 dias no México: