Se tem um coisa que me deixa feliz, empolgada e animada é a abertura de algum novo centro cultural. O contrário, fechamento de algum museu ou centro cultural, provoca em mim sentimentos opostos, é claro. E pra falar a verdade, nesse aspecto ultimamente, estou tendo mais tristezas do que alegrias. Mas o objetivo aqui é falar de coisas boas.
Desde a abertura ao público como Instituto Roberto Marinho em 28 de abril que eu estava de olho nesta casa em estilo neocolonial cercada de muito verde aos pés do Cristo Redentor.
Nesta semana finalmente conheci a @casarobertomarinho onde o jornalista Roberto Marinho viveu por 60 anos e ali formou não só a sua família, como também a sua coleção de objetos de arte.
Assim que acessei o portão de entrada já fiquei impactada pela arquitetura icônica do casarão rosa que teve por referência o Solar de Megaípe, uma construção pernambucana do século XVII. Em seguida fiquei impressionada com a gentileza e educação no atendimento por parte dos seguranças e recepcionistas.
Depois de comprar os ingressos pelo valor de cinco reais a meia para morador carioca que esteja com a carteira de identidade, meu queixo caiu de vez com o beleza do jardim.
Também pudera, né? Os jardins que abrigam diversas espécies da flora brasileira, laguinho com carpas, recortado pelo rio Carioca que faz do terreno o seu percurso com direito a cachoeirinha tudo e lago com carpas foram projetados por, ninguém mais, ninguém menos do que Burle Marx. Me deu até vontade de voltar ao Sítio Burle Marx!
Caminhei pelo espaço verde sentindo o frescor do local, a aura de calma e tranquilidade, e imaginando como teriam sido as festas e recepções que aquele local presenciou.
Circulei imaginando as festas e histórias que se passaram naquele gramado. Será que alguém já alterado pela boa bebida teve a ousadia de mergulhar naquele rio? Caminhei ouvindo o cantar dos grilos e observando a grandiosidade e delicadeza da natureza ali instalada. Pisei na grama para interagir com a obra de Raul Mourão.
Na verdade, assim que vi a obra falei com a minha amiga. Já pensou nós duas balançando ali? Cada uma sentada de um lado? E ficamos rindo da cena, da pagação de mico e da chamada que levaríamos dos seguranças. E seguimos comentando sobre a vontade de ir lá balançar a peça, mas sobre a impossibilidade de pisar na grama, até que passamos em frente a um segurança educadíssimo. Acho até que ele tinha dons sensitivos porque olhou para nós, sorriu, e falou: você podem pisar na grama e ir balançar a obra. Ela balança, vocês sabiam?
Olhei para todos os lados a procura dos famosos flamingos rosa, conhecidos através das colunas sociais, que passeavam pelo terreno. Mas soube que eles ganharam novo lar, pois o movimento nos jardins e a curiosidade das pessoas não seriam bons para eles. Muito bom saber que eles estão seguros e tranquilos.
O tempo consumido nos jardins já tinha sido suficiente para observar, absorver, imaginar e sentir, então resolvi seguir para o interior da casa.
Entramos e nos deparamos com o que foi o salão de festas. O piano já tocado por Pixinguinha e Dorival Caymmi está lá imponente e se exibindo como um pavão.
O primeiro piso, nesta etapa da inauguração, está com a mostra “10 contemporâneos”, com pinturas, fotos e serigrafias de artistas da nossa época com os temas ‘casa’ e ‘arquitetura’. Tem ali também uma sala de cinema, além de janelões de vidro que possibilitam uma visão ampla dos jardins. Tudo encanta, tudo combina, tudo harmoniza bem.
Ao caminhar em direção a escada de acesso ao segundo pavimento passamos por obras do acervo de Roberto Marinho. E mais um segurança educadíssimo surge entre as portas e faz um explanação sobre a peça que estamos paradas em frente.
Suntuosa, na escada, está uma peça Frans Krajcberg. Paramos para reverenciar e nos lembramos, eu e a minha amiga, da exposição dele que vimos no MAM quando ainda éramos estudantes.
Chegamos ao segundo andar para conferir a mostra "Modernos 10, Destaques da Coleção". Lá estão expostos 124 trabalhos de dez expoentes do modernismo brasileiro dos anos 1930 e 1940.
A primeira sala traz obras de Di Cavalcanti, o único que não pode ser fotografado.
Os outros nomes fundamentais da arte brasileira que estão expostos são:
Ismael Nery
Entre um cômodo com obras de arte e outro, passamos por janelas que mais uma vez nos permitem a vista lá de fora.
Voltando ao exterior da mansão temos uma charmosa livraria especializada em publicações de arte e a agradável cafeteria Metiers.
Não resistimos, sentamos para um café no copinho de brownie, apreciar mais um pouco daquele clima, conversar sobre o que acabamos de ver e vivenciar na visita e dar umas risadas, é claro.
Na saída, mesmo já tendo vistos as esculturas de artistas consagrados, como "Pássaro" (1969), em mármore carrara, de Bruno Giorgi, "Flexos 6" (2007), de Ascânio MMM. Carlos Vergara, Maria Martins, Raul Mourão e Beth Jobim, fui dar uma espiada na escultura do próprio Roberto Marinho.
Valeu muito a visita. O Rio estava precisando desse presente.
Serviço:
Endereço: Rua Cosme Velho, 1105 – Cosme Velho – Rio de Janeiro
Funcionamento: de terça à domingo, das 12h às 18h
Ingressos: R$ 10 (inteira).
Meia entrada (R$ 5): Jovens de até 21 anos, estudantes universitários, professores,
maiores de 60 anos, cariocas, moradores da cidade do Rio de Janeiro e pessoas com
deficiência Ingresso Família válido aos domingos para até 4 pessoas: R$ 10,00
Gratuito: Crianças com até 5 anos de idade, alunos de escolas públicas (ensino
fundamental e médio), professores de escolas públicas, guias de turismo, profissionais
de museus.
Quarta-feira: Gratuito para todos os públicos.
nossa que espaço mais lindo! cheio de verde, arquitetura e arte, com certeza na minha próxima visita ao Rio vou querer conhecer
ResponderExcluirwww.tofucolorido.com.br
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OI Lívia, vale muito a pena conhecer. Tomara que você venha logo ao Rio.
Excluirbeijos
Chris