quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Casa Fundação Roberto Marinho


Se tem um coisa que me deixa feliz, empolgada e animada é a abertura de algum novo centro cultural. O contrário, fechamento de algum museu ou centro cultural, provoca em mim sentimentos opostos, é claro. E pra falar a verdade, nesse aspecto ultimamente, estou tendo mais tristezas do que alegrias. Mas o objetivo aqui é falar de coisas boas.

Desde a abertura ao público como Instituto Roberto Marinho em 28 de abril que eu estava de olho nesta casa em estilo neocolonial cercada de muito verde aos pés do Cristo Redentor.


O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho

Nesta semana finalmente conheci a @casarobertomarinho onde o jornalista Roberto Marinho viveu por 60 anos e ali formou não só a sua família, como também a sua coleção de objetos de arte.

Assim que acessei o portão de entrada já fiquei impactada pela arquitetura icônica do casarão rosa que teve por referência o Solar de Megaípe, uma construção pernambucana do século XVII. Em seguida fiquei impressionada com a gentileza e educação no atendimento por parte dos seguranças e recepcionistas.

Depois de comprar os ingressos pelo valor de cinco reais a meia para morador carioca que esteja com a carteira de identidade, meu queixo caiu de vez com o beleza do jardim.

O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho

Também pudera, né? Os jardins que abrigam diversas espécies da flora brasileira, laguinho com carpas, recortado pelo rio Carioca que faz do terreno o seu percurso com direito a cachoeirinha tudo e lago com carpas foram projetados por, ninguém mais, ninguém menos do que Burle Marx. Me deu até vontade de voltar ao Sítio Burle Marx!

Caminhei pelo espaço verde sentindo o frescor do local, a aura de calma e tranquilidade, e imaginando como teriam sido as festas e recepções que aquele local presenciou.


O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho

Circulei imaginando as festas e histórias que se passaram naquele gramado. Será que alguém já alterado pela boa bebida teve a ousadia de mergulhar naquele rio? Caminhei ouvindo o cantar dos grilos e observando a grandiosidade e delicadeza da natureza ali instalada. Pisei na grama para interagir com a obra de Raul Mourão.

Na verdade, assim que vi a obra falei com a minha amiga. Já pensou nós duas balançando ali? Cada uma sentada de um lado? E ficamos rindo da cena, da pagação de mico e da chamada que levaríamos dos seguranças. E seguimos comentando sobre a vontade de ir lá balançar a peça, mas sobre a impossibilidade de pisar na grama, até que passamos em frente a um segurança educadíssimo. Acho até que ele tinha dons sensitivos porque olhou para nós, sorriu, e falou: você podem pisar na grama e ir balançar a obra. Ela balança, vocês sabiam?

Acho que nem respondemos, apenas corremos em direção a obra de Fred Mourão (já tínhamos visto outra peça dele na Casa Firjan), saciamos o nosso desejo e nos divertimos como crianças. Porque posso não ser mais crianças, mas mantenho esse espírito com vontade. 

O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho


Olhei para todos os lados a procura dos famosos flamingos rosa, conhecidos através das colunas sociais, que passeavam pelo terreno. Mas soube que eles ganharam novo lar, pois o movimento nos jardins e a curiosidade das pessoas não seriam bons para eles. Muito bom saber que eles estão seguros e tranquilos.

O tempo consumido nos jardins já tinha sido suficiente para observar, absorver, imaginar e sentir, então resolvi seguir para o interior da casa.


O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho


Entramos e nos deparamos com o que foi o salão de festas. O piano já tocado por Pixinguinha e Dorival Caymmi está lá imponente e se exibindo como um pavão.

O primeiro piso, nesta etapa da inauguração, está com a mostra “10 contemporâneos”, com pinturas, fotos e serigrafias de artistas da nossa época com os temas ‘casa’ e ‘arquitetura’. Tem ali também uma sala de cinema, além de janelões de vidro que possibilitam uma visão ampla dos jardins. Tudo encanta, tudo combina, tudo harmoniza bem.

Ao caminhar em direção a escada de acesso ao segundo pavimento passamos por obras do acervo de Roberto Marinho. E mais um segurança educadíssimo surge entre as portas e faz um explanação sobre a peça que estamos paradas em frente.
 

O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho

Suntuosa, na escada, está uma peça Frans Krajcberg. Paramos para reverenciar e nos lembramos, eu e a minha amiga, da exposição dele que vimos no MAM quando ainda éramos estudantes.




Chegamos ao segundo andar para conferir a mostra "Modernos 10, Destaques da Coleção". Lá estão expostos 124 trabalhos de dez expoentes do modernismo brasileiro dos anos 1930 e 1940.

A primeira sala traz obras de Di Cavalcanti, o único que não pode ser fotografado.

Os outros nomes fundamentais da arte brasileira que estão expostos são:


exposição Modernos 10, Destaques da Coleção

exposição Modernos 10, Destaques da Coleção

exposição Modernos 10, Destaques da Coleção





Ismael Nery



Entre um cômodo com obras de arte e outro, passamos por janelas que mais uma vez nos permitem a vista lá de fora.

O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho

Voltando ao exterior da mansão temos uma charmosa livraria especializada em publicações de arte e a agradável cafeteria Metiers.


O que fazer no Rio - visita a Casa Fundação Roberto Marinho

Não resistimos, sentamos para um café no copinho de brownie, apreciar mais um pouco daquele clima, conversar sobre o que acabamos de ver e vivenciar na visita e dar umas risadas, é claro.


Na saída, mesmo já tendo vistos as esculturas de artistas consagrados, como "Pássaro" (1969), em mármore carrara, de Bruno Giorgi, "Flexos 6" (2007), de Ascânio MMM. Carlos Vergara, Maria Martins, Raul Mourão e Beth Jobim, fui dar uma espiada na escultura do próprio Roberto Marinho.


Valeu muito a visita. O Rio estava precisando desse presente. 


Serviço:


Endereço: Rua Cosme Velho, 1105 – Cosme Velho – Rio de Janeiro
Funcionamento: de terça à domingo, das 12h às 18h
Ingressos: R$ 10 (inteira).
Meia entrada (R$ 5): Jovens de até 21 anos, estudantes universitários, professores,
maiores de 60 anos, cariocas, moradores da cidade do Rio de Janeiro e pessoas com
deficiência Ingresso Família válido aos domingos para até 4 pessoas: R$ 10,00
Gratuito: Crianças com até 5 anos de idade, alunos de escolas públicas (ensino
fundamental e médio), professores de escolas públicas, guias de turismo, profissionais
de museus.
Quarta-feira: Gratuito para todos os públicos.
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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2 comentários:

  1. nossa que espaço mais lindo! cheio de verde, arquitetura e arte, com certeza na minha próxima visita ao Rio vou querer conhecer

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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    Respostas
    1. OI Lívia, vale muito a pena conhecer. Tomara que você venha logo ao Rio.
      beijos
      Chris

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