A Semana 24 de 2018 - Viajante

Adoro viajar. O viajar desperta o interesse pelo novo, pela cultura, pelos sabores, por diferentes pontos de vista. Traz emoções que o cotidiano devora.

Mas não preciso ir longe, não preciso sair do país nem da minha cidade para me transpor para esse lugar de estrangeiro, para colocar na minha vida esse espírito de aventura, para ter nos meus dias o desejo de descobrir o mundo.

Faço isso, coloco toda essa emoção e espírito viajante, em pequenas viagens sem muito deslocamento físico, mas com muita descoberta, espanto, surpresa e sentimento de novidade. Foi assim nesta semana.

Fomos ao Festival Moules-Frites, a Belga Brasserie. Uma viagem pelos sabores da Bélgica com parada nas lembranças da viagem a Paris.

Moules-Frites é um prato típico da Bélgica que eu e a Ana Luiza adoramos e comemos no Lèon de Bruxelles, na Place de lá Bastille, em Paris.

Apresentamos o prato para o Antonio, que não conhecia. Relembramos da nossa viagem, conversamos sobre a Bélgica, os hábitos, os sabores. Trocamos ideias e sugestões com as pessoas na mesa ao lado. Observamos como um pai e filho, aparentemente belgas, comiam com destreza os mariscos usando a própria concha como colher para retirar os crustáceos das outras conchas.

Fechamos o nosso almoço-viagem com um maravilhoso mousse de chocolate belga e embarcamos de volta para o "nosso lugar".

Levei a Sofia e uma amiga para jantarem no Bistrô Paris 6 em que o ambiente é uma réplica de um café de Paris do começo do século passado.

Ao entrar ali viajamos não só para outro local, como viajamos no tempo também. Viajamos nas nossas histórias e demos boas risadas.

Assisti com o marido, sentadinha no sofá, de mãozinha dada, ao filme "Nunca Convide o seu Ex". Uma comédia leve que nos fez viajar na história, no cenário e para o nosso tempo de namoro.

Dia dos namorados! Para minha surpresa ele foi almoçar comigo. Logo ali, perto do meu trabalho. Uma viagem para qualquer lugar romântico dentro de nós mesmos. 

Saí para trabalhar bem cedo em uma manhã fria e chuvosa que não combina nem um pouco com o Rio. Ao dar os primeiros passos pela rua me senti em outra cidade. E porque não aproveitar essa sensação de estranhamento com a própria cidade? Se eu estivesse realmente em outro lugar o que faria àquela hora? Tomaria café da manhã sozinha em algum café, bistrô, "padoca", algo assim. E foi o que fiz.

Sentei com calma, observei as pessoas ao redor, desfrutei do estranhamento, li duas crônicas do livro que tinha na bolsa. Me desloquei na minha imaginação. 

Ao final da semana fui ao cinema assistir ao filme "Do Jeito Que Elas Querem". Uma comédia ótima, que traz grandes atrizes, que aborda a questão do envelhecimento e a felicidade na terceira idade. 

Mais uma vez viajei nas histórias dessas quatro personagens, nos cenários belíssimos do filme, e para o futuro ao me visualizar nessa fase da vida. 

O espírito viajante não precisa estar limitado a deslocamentos. A sensação de ser estrangeiro não precisa ser medida por quilômetros percorridos. As descobertas, o novo, a quebra de rotina pode estar em mudar o ponto de vista, reolhar o entorno com atenção e perceber que o desconhecido não está somente em terra desconhecida. Mesmo por perto, mesmo no nosso caminho diário, há muito que nos estimular, há muito que pode nos despertar.

Este post faz parte da BC #ReolharAVida proposta pela Elaine Gaspareto que veio substituir a BC #52SemanasDeGratidão que em 2017 substituiu a BC A Semana que por sua vez já tinha substituído a BC Pequenas Felicidades.

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