Exposição "Linhas da Vida" de Chiharu Shiota, no CCBB-RJ

Vamos de um pouco de arte porque arte faz bem, alivia, alegra e libertador.  Arte cura, arte aproxima. 

Os museus e centro culturais no Rio não abrem às segundas. Somente o CCBB funciona de forma diferente abrindo na segunda e fechando na terça. As pessoas se esquecem desse fato e o CCBB costuma ficar bem deserto às segundas-feiras. 

Sabendo disso, eu aproveitei a hora do almoço da segunda-feira de sol quente (aquele calor que afugenta o povo do Centro do Rio) e fui ao CCBB conferir a exposição "Linhas da Vida" com cerca de 70 obras da artista japonesa, Chiharu Shiota.

Sendo algumas instalações são site specific, ou seja, criadas de acordo com o ambiente e o espaço do CCBB. Um exemplo é obra "Além da Memória" (2019), obra inspirada na diversidade do povo brasileiro. São mais de vinte mil folhas de papel em branco, pendendo do alto da rotunda do CCBB-RJ. Olhando de baixo temos a visão de uma espécie de teia iluminada. É deslumbrante e suntuosa! A ideia é fazer um convite para que o público idealize sua própria história e resguarde sua memória.

E o melhor foi olhar isso tudo sem concorrer com pessoas buscando o melhor ângulo para foto. Sim, nesse dia, na hora do almoço, as salas estavam praticamente vazias. Tinham apenas três pessoas, incluindo euzinha, vendo a exposição. Acabamos ficando cada uma em uma sala, sem combinar, mas revezando. Consegui me manter sozinha em cada sala por tempo suficiente para ver as obras, ler as informações, fazer fotos com tranquilidade. As salas são bem amplas e dá para manter o distanciamento bem distante mesmo.

Eu comecei pela sala onde estava série "Conectada com o universo" (2016 - 2019). Mais um impacto ao me deparar com as gravuras que têm como ponto de partida um ser conectado ao universo por uma  espécie de cordão umbilical. Incrível como esse lance do cordão umbilical é forte!

A foto da icônica obra “A Chave na Mão” (2015). A instalação real fez parte aa 56a Bienal de Veneza. Aqui temos apenas uma foto giga fazendo parte da cenografia da exposição. Mas já tá valendo.

Já nessa primeira sala eu já estava bem encantada com a mostra e sua coleção de peças. 

Mas quando entrei na sala com a enorme instalação "Linha Interna" (2019), eu deslumbrei. Saba aquela coisa do queixo cair?! Então! Foi isso. A instalação é  composta por três grandes vestidos vermelhos, além de cerca de 10 mil fios penduradas verticalmente, totalizando mais de 34 quilômetros de material.

E a vontade de passar a mão nesses fios?! E a vontade de entrar ali no meio da obra?! 

Quando eu achei que já tinha visto o ápice da exposição entrei na sala com "Dois barcos, um destino" (2019). Como o título da obra diz, são dois barcos escuros em mio a emaranhados de fios e faixas. Conforme nos movimentamos ao redor, as sobras geradas vão nos causando sensações e impressões. Em alguns momentos remetem a carcaças de animais (na minha imaginação) e até a figura de um tórax humano com suas costelas.

Segundo a artista: “Os barcos simbolizam os portadores de nossos sonhos e esperanças, levando-nos através de uma jornada de incerteza e admiração”. Informação que busquei na internet.

Enfim a exposição é toda impactante e marcante. 

Daquelas que quando saímos pelo hall dá vontade de retornar e começar tudo de novo.

Serviço
Chiharu Shiota: Linhas da Vida
13 de janeiro a 19 de abril de 2021
CCBB RJ, Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, RJ

Esse é o 3º post do projeto #100EM1 de 2021 que consiste em visitar 100 lugares no período de 1 ano e vi no blog Parafraseando com Vanessa. Achei, no início do ano, que o projeto seria uma ótima oportunidade para nos estimular a sair da rotina, buscar o novo, trazer aprendizados e reflexões. Porém o projeto foi completamente prejudicado pelo período que estamos vivendo.

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