quinta-feira, 11 de junho de 2015

Trilha Ecológica do Morro da Babilônia


O Rio é uma cidade linda, eu não me canso de falar, e cheia de lugares incríveis com vistas maravilhosas para conhecermos.

Eu aproveitei uma das minhas caminhadas matinais para conhecer a Trilha Ecológica do Morro da Babilônia. O local é fantástico e, apesar de estar localizado entre dois dos mais famosos pontos turísticos do Rio de Janeiro, a praia de Copacabana e o Pão de Açúcar, é pouco conhecida dos cariocas. Quando eu contei para algumas pessoas que fiz esse passeio, ninguém conhecia. E uma ainda me perguntou: "é o morro da novela? Mas ele existe na vida real?" Sim, é o morro da novela de mesmo nome. Sim, ele existe e oferece vistas belíssimas dos bairros de Copacabana, Botafogo e Urca. O visual também inclui o Pão de Açúcar com alcance até Niterói e a Baía de Guanabara se estendendo até a Serra dos Órgãos.



Além do visual, quem faz o passeio pelo Morro da Babilônia pode desfrutar de um turismo ecológico com histórias interessantes sobre o reflorestamento feito na área, conhecer um pouco da história da 2ª Guerra Mundial, quando o Brasil foi ameaçado por ataques de submarinos nazistas, e entrar em contato com a cultura e história das comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira.

Iniciamos a nossa aventura pela Ladeira Ary Barroso, no Leme. Já na subida começamos a perceber as manifestações culturais do local com muros painéis de mosaicos, 



postes coloridos, grafites, o vai e vem dos mototáxis e já dá para perceber um pouco do estilo de vida de uma comunidade.


Subimos a ladeira até a cabine da UPP, que foi instalada no morro em 2008 trazendo segurança e mudando o cenário da comunidade. Ali em frente fica a escada para chegar à Associação dos Moradores, onde tem a CoopBabilônia, cooperativa responsável pelo reflorestamento da área e que oferece guias para acompanhar o passeio. Para chegar à cooperativa passamos pela Escolinha da Tia Percilia e fiquei muito feliz com o que vi. Uma escola de apoio que as crianças frequentam após o turno de aula na escola pública. As instalações são limpas, arejadas, tudo muito bem conservado e as carteiras novinhas. A escola que é adotada por uma ONG Suíça é um ótimo exemplo de que quando se tem vontade, se faz!

Morro da Babilônia

Encontramos o nosso guia Gato Seco que nos conduziu pela comunidade e pela trilha, contando as histórias locais e explicando como foi o processo de reflorestamento.

Morro da Babilônia

Para chegarmos ao início da trilha subimos por escadas e vielas da comunidade da Babilônia, uma comunidade carente de recursos, mas rica em criatividade (na foto abaixo, tem uma horta no muro feita garrafas pet),


em calor humano (todos os moradores se cumprimentam, conversam, acenam, trocam sorrisos) e é rica em belezas naturais.

Morro da Babilônia

Ainda dentro da comunidade chegamos ao Mirante do Leme


e nos deparamos com esse visual deslumbrante do Cristo Redentor


e da Praia de Copacabana com o Forte Copacabana e a Praia de Ipanema ao fundo.

Mirante do Leme no Morro da Babilônia

É no Mirante do Leme que fica o bar Estrelas da Babilônia, um point bem badalado com festas e vários eventos culturais. No próximo final de semana (13-14/06/2015) vai rolar o Festival Varilux de Cinema francês e a criançada local vai poder ver o filme: "Astérix e o Domínio dos Deuses".

No topo da comunidade, já na área de proteção ecológica, está esta casa que é um exemplar de como eram as moradias do morro na época da ocupação do exército quando as construções em tijolos eram proibidas.


E ali começa a nossa caminhada pela Mata Atlântica reflorestada, uma das três trilhas que dão acesso ao Parque Natural Municipal Paisagem Carioca. Os outros pontos de acesso são: pelo Forte do Leme, ou pelo Parque da Chacrinha.


O percurso é bem sinalizado com placas de orientação e bem demarcado.


Durante o caminho encontramos espécies nativas como pau-brasil, ipê, jequitibá, angico, sapucaia, cedro e palmeiras todas plantadas a partir de 1995 quando se iniciou o projeto de reflorestamento.


Empolgada com tanta natureza, eu até me arrisquei a comer uma frutinha chamada de sete capotes, mais conhecida como gabiroba, tirada do pé.


E no meio da mata encontramos uma das cinco Casamatas, pontos de observação, construídas na época da Segunda Guerra Mundial.

Imagem obtida no site e-Trilhas

Chegamos ao Mirante do Rio Sul, shopping que patrocina todo o projeto de reflorestamento que foi realizado com o trabalho dos moradores locais.


Mais adiante no Mirante Botafogo a vista é de tirar o fôlego.

Mirante Botafogo no Morro da Babilônia

Um bom local para descansar, contemplar e agradecer.


E quando a gente pensa que já viu a vista mais linda, chegamos ao Mirante do Teleférico, ficamos frente a frente com o Morro da Urca

Morro da Urca visto do Morro da Babilônia

e o queixo cai.

Pão de Açúcar visto do Morro da Babilônia

E para alegrar mais um pouco, as flores estão espalhadas ao longo do caminho.

Morro da Babilônia


Valeu muito a pena fazer uma ótima caminhada, exercitar o corpo, tranquilizar a mente, alegrar o coração contemplando algumas belezas naturais do Rio, tendo contato com essa parte da população tão carente de recursos e tão rica culturalmente.
É um passeio que se tornou viável graças à pacificação e que beneficia os visitantes a poderem desfrutar da experiência de conviver com outra realidade do Rio e beneficia também a comunidade que recebe recursos dos visitantes, gerando emprego para os moradores locais.

É um passeio que pode ser feito com crianças?
Sim, crianças a partir de 8 anos fazem a trilha numa boa e podem aprender muito ao ter contato com outra realidade e também sobre o reflorestamento.

Dicas:

- contato com a Coopbabilônia para o serviço de guia no link: http://coopbabilonia.blogspot.com.br/;
- usar roupa confortável;
- levar água;
- usar tênis;
- passar repelente e protetor solar.
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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4 comentários:

  1. BELÍSSIMAS FOTOS ... ACHO QUE VOCÊ CONHECE CADA CANTINHO DO RIO QUE TANTO AMA ....

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  2. Amei, amei, amei. E já anotei para a próxima vez que voltar ao #errejota. Você acha que dá para ir com as crianças Chris?

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    Respostas
    1. Aline, dá para fazer com crianças sim. A Sofia e uma amiga fizeram com nove anos. A Trilha do Morro Dois Irmãos, que é mais pesada do que essa, é indicada para crianças a partir de oito anos. Acho que essa idade já é bem legal para ir. Eu aconselho sempre pegar um guia local.
      beijos
      Chris

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  3. Podem olhar mais sobre a arte na favela na www.muralbabilonia.com
    Até a proxima ;-)

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