Até este exato momento eu já assisti ao filme "A Bela e A Fera" duas vezes.
A história é conhecida por todos e o filme foi bem fiel, como já contei no post aqui no blog. Apenas alguns detalhes que complementam a história e algumas características dos personagens foram acrescentadas. Por exemplo, a Fera agora canta, a Bela está menos sonhadora e mais pragmática, e o LeFou ... Ah, o LeFou... Ele não é mais apenas o saco de pancadas de Gaston. LeFou é divertido, tem um senso de humor sarcástico e no fundo tem um bom coração.
Mas não foram essas as mudanças que mais chamaram a atenção para algumas pessoas. Apesar do mote do filme ser "olhar além das aparências", o foco em LeFou não ficou no seu humor, na alegria e na capacidade de rever seu ponto de vista. O foco ficou na opção sexual do cara que é um amigo fiel.
A questão de LeFou, de modo muito sutil na minha opinião, sugerir que tem algum sentimento em relação ao amigo vilão foi o que atraiu o fofo e gerou polêmica e questionamentos. A tal ponto que em alguns países a classificação indicativa do filme, que é um clássico infantil, foi alterada não podendo ser livre.
Na verdade, eu mesma ouvi muitos poucos, mas bem poucos, questionamentos sobre levar um personagem gay a um filme infantil. Mas ouvi, durante uma das sessões, alguém perguntar: "o que estão querendo trazendo um personagem gay para um filme infantil?". Neste momento eu me lembrei do capítulo "Sim às pessoas", do livro "O ANO EM QUE DISSE SIM", de Shonda Rhimes.
Eu tinha acabado de ler este capítulo. Nele a autora conta que era uma menina negra, em geral a única da sala dela, com óculos fundo de garrafa, extremamente tímida e bem nerd. Isso a fazia diferente. Isso a fazia sozinha. Isso a fazia escrever desde sempre. Ela escrevia para não se sentir sozinha. Ao falar deste sentimento, Shonda, cita a frase: "Ninguém é mais malvado do QUE um bando de seres humanos diante de algo diferente.".
Para pensar, né?
Mais adiante, ainda no mesmo capítulo, ela conta que recebe muitas perguntas que questionam o porquê ela ter tanto empenho em escrever sobre a "diversidade" na televisão.
A autora então explica que não gosta da palavra diversidade por já sugerir que existe algo incomum entre as pessoas que não estão em padrões estipulados e que não são mais reais.
No mundo real temos todos os tipos de pessoas. Elas existem! Simples assim. Então, a palavra para Shonda é "normalizar".
Para mim, está aí a resposta para a pergunta "o que estão querendo trazendo um personagem gay para um filme infantil?". Para que os adultos voltem a se normalizar com as situações reais da vida, assim como já foram quando crianças.
Sim, quando crianças. Porque as crianças não enxergam essas diferenças. Elas não são afetadas pelo preconceito. São normalizadas.
Shonda Rhimes em seu livro "O ANO EM QUE DISSE SIM", no capítulo "Sim às Pessoas", completa:
LeFou está ali para nos dar a oportunidade de olhar através das aparências e enxergar além. Normalizar os nossos conceitos e expandir os nossos corações.
Ótima reflexão e relação com o livro. Aliás, preciso ler esse livro!
ResponderExcluirInteressante a sua reflexão sobre o tema. Não li o livro, mas estou super ansiosa para ver o filme, espero conseguir nos próximos dia. Beijos, Fabi
ResponderExcluirGostei da sua reflexão sobre o tema! Não sabia sobre o livro vou dar uma pesquisada!
ResponderExcluirSemana que vem vou assistir de qualquer jeito. Bjs Regina
ResponderExcluirSensacional Chris
ResponderExcluirAdorei a reflexão
Bjs
Lele
Ótima reflexão Chris
ResponderExcluirBjs Mi Gobbato
Muito bom Chris!! Penso exatamente como você e achei ótima a relação com o livro.
ResponderExcluirBeijos,
Chris querida
ResponderExcluirEu estou doida pra ler este livro. A frase da Shonda é incrível, cruel e verdadeira...
Gostei muito do filme e gostei ainda mais da sua reflexão
Bjs
Eu sou suspeita pra falar porque amo livros e sempre prefiro lê-los antes de assistir o filme para fazer as comparações. Sempre tem diferença mesmo.
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