domingo, 5 de março de 2017

Quando o papel higiênico vence a disputa com o brigadeiro

Mais uma história contada no Facebook sendo repassada aqui para o blog para registro.

Eu vou contar um causo da pessoa, mas já adianto que contém cenas de intimidade. Por isso só leia se você se sente íntimo o suficiente para partilhar de momentos assim. Tá avisado. Sinta-se à vontade.

A pessoa foi ali em Niterói dar um rolezinho com as filhas e as amigas das filhas. Na volta, já na Estação das Barcas, enquanto esperava a próxima Barca rumo à Cidade Maravilhosa, deu aquela vontade simples e básica de ir ao banheiro. Pediu para as meninas que estavam com a cara grudada no celular cuidar da sua bolsa e lá foi.
Entrou no banheiro e se surpreendeu com a limpeza e o cheiro agradável. Até pensou: "Nossa! Nunca vi um banheiro público tão limpo. Nota 10 para a Estação das Barcas de Niterói.". Seguiu seu caminho, entrou na primeira cabine e fez o que precisava fazer. Encerrada essa etapa, enfia a mão no depósito de papel higiênico e nada. Rola o rolinho pra frente e nem um pedacinho. Rola o rolinho pra trás e nem um pedacinho.
A pessoa em posição de semiagachamento, porque mesmo que o banheiro seja limpíssimo não rola sentar como no conforto total do próprio lar, começa:
- Ei, tem alguém aí?
Silêncio total. O banheiro está limpo, cheiroso, sem papel e vazio.
Pula, balança, rebola...
As coxas no semiagachamento começam a queimar levemente.
- Oi, se tiver alguém aí, por favor, responde.
Nenhuma resposta. O banheiro está limpo, cheiroso, sem papel e deserto.
Pula, balança, rebola...
As coxas no semiagachamento começam a queimar mais um pouco.
- Ô, não sou maluca não. Só preciso de papel higiênico. Pode responder sem medo de ser feliz.
Nenhuma resposta. O banheiro está limpo, cheiroso, sem papel e completamente desocupado.
As coxas no semiagachamento começam a queimar mesmo.
Pula, balança, rebola... mas não dá. Tem que esperar alguém entrar no banheiro cheirosinho. Ainda resta a esperança de as filhas e as amigas depois de perderem três barcas resolverem descolar a cara dos celulares e sentirem falta de algo assim... tipo... A Mããããeeeee!
Ouve um barulho! A esperança cresce!
- Oi entrou alguém aí?
Silêncio total. O banheiro está limpo, cheiroso, sem papel e totalmente desabitado.
As coxas no semiagachamento começam a tremer.
Neste momento a pessoa toma uma decisão importante. Resolve sair da atitude passiva de aguardar o papel higiênico chegar até ela. Resolve partir para uma atitude ativa de ir atrás do papel higiênico.
Abre a porta da cabine levemente, coloca a cabeça para fora e avista a cabine em frente, no lado oposto da parede, a uns quatro metros a sua frente, com a porta aberta, vazia e abastecida de papel higiênico. Sim, dava para ver a pontinha do objeto de desejo pendurada.
A pessoa olha para um, olha para o outro, olha para frente e os quatro metros que a separam daquela ponta de papel pendurada parecem um quilômetro. Ela abre os joelhos se certificando de que a bermuda está bem presa ali, naquela exata altura.
Começa o diálogo interno:
- Você não vai fazer isso!
- Claro que vou!
- E se alguém entrar?
- P... não entrou ninguém até agora. Vai entrar justamente na hora em que eu estiver correndo de bunda de fora?!
- Olha a Lei de Murphy...
- Não esse "fidamãe" não vai me sacanear de novo (porque ninguém entrar em um banheiro público por tanto tempo já é sacanagem de Murphy. Vai dizer que se a pessoa estivesse apertada, quase fazendo nas calças, o banheiro não estaria lotado e com fila pro lado de fora?!) em uma situação em que já estou sacaneada ao extremo.
E lá foi a pessoa com os joelhos flexionados, bunda de fora para trás, ombros pra frente, bermuda presa nos joelhos, passos curtos, porém ligeiros. Ufa, Murphy não sacaneou. Fui mais rápida do que ele.
A pessoa em posição de jóquei que perdeu as calças alcança a outra cabine, fecha a porta rapidamente e pega o sue objeto de desejo.
Sério nesta hora a pessoa não trocaria aquele pedaço de papel higiênico nem por 10 brigadeiros. Alguém algum dia na vida já imaginou que um pedaço de papel higiênico poderia ganhar a disputa de preferência com brigadeiro?! Nunca me passou pela cabeça a hipótese de preferir papel higiênico a brigadeiro. O que uma situação constrangedora faz com uma pessoa?!
Neste momento, ainda em posição de jóquei de bunda de fora, mas já mais tranquila, a pessoa pensa no estacionamento do shopping.
Como assim? A mulé está esquecida no banheiro pelas filhas que não descolam a cara do celular, prestes a perder a barca, preferindo papel higiênico a brigadeiro, em posição de jóquei de bunda de fora, e pensa em estacionamento de shopping?! Vocês vão achar que a "mulé" é pirada mesmo. Mas procede!
Sabe aqueles estacionamentos que possuem aquela luz verde ou vermelha para sinalizar se a vaga está livre ou não? Aquilo não facilita a vida da gente? Então, imagina se as caixas de papel higiênico tivessem sensores que a deixam verde, bem verde, quando estão guarnecidas. Ou vermelhas, bem vermelhas, quando estão vazias. Ia nos poupar de cenas como essa. Porque isso traumatiza uma pessoa, gente. Traumatiza mesmo. A cena cola na mente mais do que música chiclete. A pessoa fecha o olho e se vê naquela posição de jóquei com bunda de fora rebolando. Ninguém merece isso não. E a tal corridinha? Fica na mente que nem Boomerang!
Bom, mesmo os menores lugares e as situações mais esdrúxulas podem servir de inspiração.
Agora, quem chegou até aqui é porque tem nível de intimidade, vai aí nos comentários e confessa se já ficou em posição de jóquei de bunda de fora rebolando.
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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2 comentários:

  1. Hahahaaha pelo jeito o povo tem vergonha de confessar!! Eu passei por situação tão humilhante quanto, mas um pouco diferente, quando fui a um show em um estádio de futebol e claro que precisei ir ao banheiro, que além de não ter papel higiênico não tinha porta, e depois de ficar na fila um tempão e o show já quase começando não teve jeito, senão encarar... ou melhor, fazer logo sem encarar ninguém kkkkk

    É cada uma...

    beijosssssss

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  2. Chris,
    Hoje mesmo aqui no banheiro do trabalho. Mas como sempre sou eu quem repara e vai atrás do papel higiênico, notei que ia acabar e fui logo na logistica e peguei 3 rolos e guardei na minha gaveta...rsrs... Agora esperando as outras meninas irem ao banheiro e resolverem se mexer para abastecer também! rsrs... Mas isso de banheiro sem papel me dá pânico!! Sempre verifico antes de ficar na posição sem volta!! rsrs
    Beijos
    Adriana

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