Uma visita ao Palácio do Catete que abriga o Museu da República é algo de fazer o queixo cair.
O palácio de estilo eclético foi símbolo do poder econômico, construído pelo imigrante português Antônio Clemente Pinto que chegou ao Brasil pobre e em cerca de 50 anos se tornou o homem mais rico do Império Brasileiro.
Vou te contar, o homem não economizou! Esbanjou! Construiu o palácio mais luxuoso da corte em 1867, "na mais bonita e mais larga rua da cidade nova, a Rua do Catete".
E ele, que já foi o Palácio Nova Friburgo, hoje atual Palácio do Catete e já foi sede da Presidência da República, está lá, no mesmo lugar. Lindão e de portas abertas para nos receber.
Na fachada podemos ver deuses que simbolizam as principais fontes de riqueza do Barão Antônio Clemente Pinto: Mercúrio, o deus do comércio, e Ceres, deusa da agricultura. Eles estão ali no alto da porta central do primeiro andar e ao lado da mesma porta.
Já no hall de entrada a gente começa a viajar no tempo e pensar em toda a história que se passou neste lugar. Dá para sentir o clima solene da época das grandes decisões que ali foram tomadas.
É tudo muito lindo e cheio de detalhes. Vale a pena ficar bem atento a tudo. Desde o piso.
Até o teto. Esta pintura no foto abaixo, que representa o amor, fica no teto do Salão Ministerial e traz Baco, o deus do vinho, e Ariadne. Olha quanto detalhe!
Ainda no térreo temos as salas com exposição temporárias. No momento está com a exposição de fotos do Palácio do Catete explicando as pinturas e esculturas encontradas no prédio e nos jardins.
Subindo a escadaria de madeira que dá acesso ao andar nobre do palácio ficamos encantados com os detalhes do guard rail.
Quando conseguimos finalmente parar de olhar para esses anjos dourados e olhamos para frente, nos deparamos com muita arte. Tem vitrais lindos nas laterais de ambos os lados e uma reprodução da escultura da Vênus de Cápua, do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. Um espetáculo!
E também as pinturas em arco sobre as portas laterais que narram a história de amor de Cupido e Psiquê. A cena em destaque na foto abaixo retrata Júpiter e Cupido.
Chegamos finalmente ao andar nobre e muita coisa linda nos espera. Ali predominam o luxo e a diversidade temática. Vale olhar o todo dos salões que são belíssimos, mas vale também ficar atento aos detalhes que são muitos, como as maçanetas,
os lustres,
e objetos de decoração.
Neste "andar nobre" passeamos por salões belíssimos. Dá para ficar perambulando por este andar por bastante tempo.
O Salão Pompeano é inspirado nas pinturas murais encontradas em casas da Pompéia, cidade do Império Romano devastada pelo vulcão Vesúvio.
E olha que interessante, o teto recebeu datas históricas brasileiras na reforma feita em 1896-1897. Mas eu fiquei muito curiosa para saber como era antes. Será que era mais bonito?
O Salão Amarelo ou Salão Veneziano é um escândalo (já estou sem palavras para elogiar cada cômodo do palácio. São mais cômodos do que o meu vocabulário). No teto, as pinturas com temática mitológica também ganham destaque por aqui.
Foi neste salão que rolou o tal sarau que virou polêmica. Foi ali que pela primeira vez a música popular foi interpretada nos salões da aristocracia. D. Nair de Tefé, segunda esposa do Presidente Hermes da Fonseca, promoveu um sarau no qual ela apresentou um novo ritmo, o Corta-jaca, com músicas da compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga. Escandalizou a sociedade da época.
Eu não disse que o Salão Amarelo é um escândalo?!
O Salão Mourisco tem uma decoração impactante. Foi exatamente isso que eu senti ao entrar, fiquei impactada com as cores e os detalhes da arte islâmica presente naquele ambiente.
Salão de Banquete. O que é o Salão de Banquete com a mesa posta?! Dá vontade de sentar ali e fazer uma refeição usando a louça que foi utilizada nos banquetes oferecidos pela Presidência da República, na época.
No centro do teto tem um painel belíssimo representando Diana, a deusa da caça.
Finalmente o Salão Nobre. O mais espetacular de todos! O mais luxuoso entre todo o luxo que é o Palácio do Catete. No teto, a pintura "Deuses do Olimpo".
Sim, as pinturas nos tetos se destacam. Mas não saí com dor no pescoço de olhar para cima. Tem beleza e encanto por todos os lados. Como disse no início, desde o piso até o teto, passando pelas paredes. Como é o caso da galeria de vitrais representando musas e outras figuras mitológicas que fica na antecâmara da Capela.
É uma visita cheia de história e beleza. Uma viagem no tempo e na imaginação. Vale muito a pena.
O Palácio do Catete, além do Museu da República e dos jardins, conta também com cinema, bistrô, cafeteria e livraria.
Serviço:
Museu da República fica na Rua do Catete, 153. Bem em frente à saída do metrô.Horários: terça a sexta das 10 h às 17 h. Sábados, domingos e feriados das 11 h às 18 h.
Entrada a R$ 6,00 sendo gratuito para crianças até 12 e maiores de 60 anos.
Quartas e domingos a entrada é gratuita para o público em geral.
Estudantes pagam meia com a apresentação da carteira estudantil.
Que passeio mais lindo, Chris!
ResponderExcluirEu adoro este tipo de visita. A gente sempre aprende, ne?
Adorei suas fotos e visitei com você. Dica anotada para a próxima viagem ao Rio!
Bjks mil
Nossa achei o lugar lindo...é sempre bom ver e conhecer um pedaço da história.
ResponderExcluirNossa! Que post incrível, Chris! Quanta riqueza de detalhes! Eu amei a maçaneta!
ResponderExcluirTaí um lugar que preciso visitar. Amo museus!
ResponderExcluirhttp://www.arianebaldassin.com/2017/04/eu-uso-creme-multifuncional-lavanda.html
Como sempre Chris arrasando nas fotos que nos fazem viajar para o local! Sempre com bastante informação bacana dos mesmos!!! Lindo passeio!
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