Fernando de Noronha é um paraíso na Terra. Um dos principais destinos turísticos do Brasil, cobiçado por muitos, um santuário ecológico e Patrimônio Natural da Humanidade, segundo a Unesco. Um sonho para outros tantos.
Quem visita a ilha, como eu fiz duas vezes, se encanta com a beleza e até com as dificuldades locais, sem imaginar a que ponto essas dificuldades podem chegar para os locais.
Por exemplo, quando eu estive em Noronha, há mais de 20 anos, fui nos últimos 10 dias do mês. E o que isso significa? Que o abastecimento de alimentos que chega de navio estava acabando. Com isso as refeições eram bem repetitivas e sem variedade. Claro que a natureza de lá já nos fornecia bastante suprimentos. Para mim e outros tantos viajantes, essa "falta de alimentos" que não deixava ninguém com fone até era um toque de charme e aventura na viagem. Em outra oportunidade que estive lá, faltava água. Assim tínhamos um tonel de água por dia para banho, escovar dentes e tal. Sim, mais uma dificuldade que gerava história para contar. Na visão de turista essas dificuldades valiam o preço de morar no paraíso.
Isso tudo para falar sobre o documentário, "Proibido Nascer no Paraíso" que eu assisti na cabine online e que fiquei impactada. Chocada mesmo!
Acredita que as mulheres gestantes precisam sair da ilha para terem seus filhos? Sim, isso desde 2004, quando foi desativada a única maternidade do arquipélago, no Hospital São Lucas, sob a justificativa de que o custo de manutenção da estrutura era alto demais para a média de 40 partos por ano realizados na ilha principal, a única habitada.
Desde então as gestantes de Noronha são "obrigadas" a deixar suas casas, família, trabalho, vida, três meses antes do parto. Ficam hospedadas em um hotel em Recife. Claro que esse impedimento causa indignação nos moradores (e deveria causar em todos os visitantes, brasileiros, turistas, seres humanos que têm empatia). E é essa indignação que o documentário de Joana Nin fala.
"Proibido Nascer no Paraíso" acompanha o dia-a-dia de Ione, Harlene e Babalu, três gestantes cujas famílias vivem em Noronha há décadas, mas são obrigadas a se deslocar para o continente para realizarem seus partos. Enquanto mostra as dificuldades de estarem longe das famílias, sozinhas em um quarto de hotel, as preocupações, as angústias e os medos que essas mulheres sentem, o longa também traz questões como a perda das mulheres do poder sobre seus próprios corpos, a falta de consideração sobre o ponto de vista de quem é mais afetado pela situação, o quando o desejo e opinião dessas mulheres são invisíveis.
Interessante. Em Portugal, existem algumas ilhas no arquipélago dos Açores onde também têm que se deslocar para ter o bebé. Mas é mesmo pelo tamanho pequenino das ilhas não permitir ter mais condições.
ResponderExcluirBeijinhos
Coisas de Feltro
Entendo que em uma ilha pequena o custo deva justificar o deslocamento.
ExcluirNão fazia ideia que nos Açores também tinha a mesma situação.
beijos
Chris
Que pena que a bela Fernando de Noronha enfrente essas dificuldades. Eu fico desejando que o Brasil inteiro melhore, em termos turísticos, porque é um país que possui muitas belezas naturais.
ResponderExcluirUm beijo e boa Páscoa!
São os custos da insularidade e falo como ilhoa. Felizmente, na minha ilha não temos este problema, uma vez que é a maior ilha do arquipélago dos Açores, mas as ilhas mais pequenas sofrem bastante com o isolamento, em termos de infraestruturas e de mantimentos.
ResponderExcluirBjn e votos de uma boa Páscoa
Márcia
Oi Márcia,
ExcluirQue bom que na sua ilha não tem esse problema. Entendo que as dificuldades e custos da insularidade devem ser muitos.
beijos
Chris
eu ouvi falar e fiquei chocada. quero ver. beijos, pedrita
ResponderExcluirOi Pedrita, eu também fiquei chocada com essa situação.
Excluirbeijos
Chris
Desconhecia por completo tal problemática! Felizmente aqui em Portugal, tanto os Arquipélagos dos Açores e Madeira, estão bem equipados... e quando em Janeiro no Continente tivemos uma fase dramática com o Covid, eles se ofereceram para receber doentes do continente caso fosse necessário, nas ilhas.
ResponderExcluirUm filme que adoraria ver, pela problemática, nele abordada!
Oi, Chris! Faz o maior tempão que por aqui, não aparecia... Não por falta de vontade, mas por falta de tempo... com a pandemia, minha disponibilidade ficou bem reduzida, para visitar os cantinhos dos amigos!... Tenho mãe, aqui em casa, que é uma pessoa de alto risco... e em tempos de pandemia, tive de ter cuidados extremos, para a aguentar saudável, até à vacina! Tomou a segunda dose, na semana passada... acho que agora já consigo respirar um pouco mais aliviada... mas confesso estar esgotada, depois de um ano de puro stress e pressão, com a responsabilidade da sua medicação... pois as idas a consultas e exames, foram reduzidos ao mínimo... pois dada a situação da pandemia, todas as saídas são arriscadas...
Estimo que se encontre bem, assim como todos os seus! Deixo um beijinho e votos de um Feliz Domingo de Pascoa!
Tudo de bom!
Ana
Ana, bom saber que aí os arquipélagos estão bem equipados e que as mulheres não passam por essa dificuldade.
ExcluirÉ um filme bem interessante e que traz um alerta importante.
beijos
Chris
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