Vocês sabem que eu gosto de repassar aqui para o blog algumas historinhas que conto na minha timeline no Facebook. Eu gosto de deixar o registro aqui e ainda detalhar um pouco mais ou complementar com alguma informação. Então pra quem já ouviu essa, vai ter repeteco com um algo a mais.
Assim que termina a aula essa mesma mãe pega o seu aparelho, vai ao WhatsApp e vê a mensagem "Mãe 😭😭😭". Já leva aquele sustinho básico, não chega a desmaiar porque essa mãe já está um tanto calejada e conhece o poder de dramatização das filhas.
Só que tudo muda de figura ao abrir a mensagem completa. Ao ler "tô com medo" o coração dessa mãe disparou, a perna amoleceu e mil coisas passaram pela cabeça em fração de segundos.
Bateu um medo enorme de ligar de volta, com um misto de arrependimento por não ter visto a mensagem antes, com uma ansiedade louca para saber logo o que houve, com um desejo absurdo de que estivesse tudo bem, com um pânico de que algo sério tivesse acontecido. Milhões de emoções enquanto teclava os 9 dígitos.
Aí a filha atende, a mãe fica aliviada, afinal estava viva. Aí a mãe respira fundo e pergunta o que houve. E nem com toda a criatividade que as mães possuem para imaginar coisas, seria capaz, nem de longe, de imaginar o ocorrido.
Me diga se alguém poderia imaginar que era apenas um gavião enorme que estava na varanda enquanto a filha estava sozinha em casa e com a porta da varanda para a sala aberta?
Só digo uma coisa, a mensagem acima tem a capacidade de assustar mais do que 100 gaviões gigantescos na varanda.
PS: O mesmo gavião deu uma passadinha na piscina do prédio para matar a sede. O piscineiro levou um susto tão grande e foi parar dentro da piscina.
Depois de já passado o susto o que mais me chamou a atenção, e até me assustou, foi que em todos os meus pensamentos terríveis do que poderia estar acontecendo, o medo da Ana Luiza se referia a um ser humano. Pensei em um tarado a perseguindo, em um assalto, sequestro, etc.
Me lembrei também que no mesmo dia pela manhã ao estar fazendo uma trilha no meio do mato e com vários avisos de cuidado com animais peçonhentos, risco de cobra no caminho, não pisem em moitas de folhas, pois podem esconder animais, etc., o que mais me assustou foi ouvir vozes de pessoas, de gente como eu. Parei e pensei se continuaria o caminho ou retornaria. O medo de ser algum assaltante, algum tarado, alguém aguardando para fazer o mal bateu forte, mas eu continuei em frente e felizmente eram duas pessoas simpáticas.
Passado o susto ficou a tristeza em constatar que o que mais nos assusta são os nossos iguais. São aqueles em que deveríamos encontrar empatia. São aqueles que deveriam se ajudar, pois entendem as dificuldades e sentimentos. São aqueles que deveriam se proteger por serem mais inteligentes. Medo justamente de quem não deveríamos ter.
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