Pintura - Oratório para São Pedro

Quem já acompanhou aqui a tag Pintura sabe que eu gosto de pintar oratórios. Das peças que pinto, os oratórios são os meus preferidos.

Eu gosto dos oratórios nem tanto pela minha religiosidade, mas mais pela arte em si. Eu gosto de arte sacra e os oratórios me fazem lembrar a arte popular, os artesãos, as feiras de artesanato locais em várias cidades do Brasil. Acabei de pintar um oratório que ficou bem especial para mim. Foi feito para São Pedro, o Pedro da Aldeia. De São Pedro d'Aldeia, cidade que passei a minha infância e adolescência.

As cores escolhidas para a parte da frente são as cores do pôr do sol que vi na Lagoa, na Casa dos Azulejos.

Casa dos Azulejos, localiza-se no Centro da cidade de São Pedro da Aldeia, bem em frente a praça. É um imóvel em estilo colonial construído pela família do fazendeiro português de Feliciano Gonçalves Negreiro no ano de 1847.

A construção e bem típica da época,feita com argamassa de argila, conchas e óleo de baleia. É revestido com azulejos fabricados em Portugal, e o telhado de madeira é coberto por telhas de barro, do tipo que os escravos modelavam uma a uma sobre as coxas.

A Casa dos Azulejos já recebeu visitantes ilustres, inclusive a princesa Isabel e sua corte no XVIII. Hoje funciona como um Centro Cultural e ponto para ver o pôr do sol.

Dando continuidade a inspiração nas laterais eu pintei os moinhos que são dos símbolos da cidade devido a função que exerciam nas salinas.

Os moinhos eram responsáveis por bombear a água, usando a energia eólica e assim alimentar os reservatórios das salinhas. Ali nesses reservatórios ocorria a evaporação da agua e formava a camada de sal. Nossa, como eu brinquei nessas salinas subindo nas montanhas de sal!

Já na parte de trás eu trouxe as igrejas jesuítas, que fazem parte do turismo histórico da cidade.

No primeiro plano está a Igreja da Matriz, uma das primeiras igrejas jesuítas do Brasil. A construção teve início em 1620 e foi concluída em 1783. Foi erguida pelos braços dos índios trazidos de Anchieta. É belíssima a simplicidade da construção feita com alvenaria de pedra, cal e óleo de baleia.

Vou confessar que eu fiquei apaixonada por esse oratório. Tem uma carga de memória afetiva muito grande. 

Acho que o São Pedro de amigurumi vai gostar de se abrigar nele.

A história é absolutamente fundamental para um povo. Quem não sabe de onde vem, não sabe para onde vai.
(Dom Bertrand de Orleans e Bragança)

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