No final de semana passado fizemos uma pausa nos preparativos da festa de 11 anos Sofia e fomos ao Instituto Benjamin Constant assistir a uma partida do V Desafio Internacional de Futebol de Cinco.
Como assim a pessoa para com os preparativos da festa, corre o risco de atrasar tudo, de ficar mais enrolada do que já está para ir ali ver uma partida de futebol? Tá louca?!
Não. Não era uma partida qualquer. Era a seleção do Brasil, tricampeão paralímpica, jogando contra o Marrocos, outra seleção que estará presente nos Jogos Paralímpico Rio 2016. Além disso essa partida poderia ensinar muito sobre diversidade e inclusão para nós. Essa partida podia nos mostrar com exemplo que trabalhando as habilidades superamos as necessidades especiais ou não. Essa partida podia nos que o importante é focar sempre no que pode ser feito, não no que não poderia ser diferente. E mesmo com essa expectativa alta, assistir ao jogo nos surpreendeu muito positivamente.
As crianças foram cheias de perguntas no caminho.
- Se os jogadores são cegos como eles não saem do campo com bola e tudo? Taí a resposta. As laterais do campo possuem uma barreira.
- E como eles acertam o gol? Tem um representante do time atrás do gol gritando, falando alto e orientando o jogador. Olha a seta apontando para o cara aí na foto.
- E como o goleiro consegue pegar a bola? O goleiro é o único jogador que não é deficiente visual.
- Como eles identificam quem são os jogadores do time deles para passarem a bola? Eles reconhecem pelo som da voz. Eles falam o tempo todo. O técnico, que fica ao lado do campo, também passa orientações durante toda a partida.
- Mas são os dois times que falam, como eles reconhecem a voz de cada um? Treino e audição apurada. Justamente por não ter a visão, os outros sentidos são mais trabalhados e assim ficam mais sensíveis.
- Eles não são cegos, então por que usam essas vendas nos olhos? Porque existe diferentes níveis de deficiência visual. Alguns não enxergam nada, mas outros possuem visão parcial e veem vultos. Então, para ficar justo a venda é necessária.
- Como eles sabem aonde a bola está? Essa foi a primeira pergunta, é claro. A bola tem um guiizo dentro. Assim, através do som, eles sabem o percurso da bola. Por isso é importante a torcida ficar em silêncio e só fazer muito barulho na hora de comemorar os gols. E a forma como os jogadores dominam a bola com os pés também é diferente.
A partida também surpreendeu pelo nível de emoção e vibração que nos proporcionou. É impressionante como os jogadores acertam os passes. Sério, eles acertam mais passes longos do que os jogadores da nossa seleção de futebol.
As jogadas são dinâmicas e o jogo é supermovimentado. Olha as meninas aí na torcida.
É um jogo que tem muita disputa de bola e muito contato físico. Rola uns encontrões da pesada. Mas não tem mimimi. Os jogadores não ficam no chão rolando e pedindo falta. Levantam rapidamente e bola pra frente.
Ver esses atletas em ação é uma enorme surpresa que muda o nosso entendimento e percepção de algumas coisas.
Confesso que no início da partida estávamos achando curioso e diferente a forma como os jogadores correm e se movimentam (eles usam as mãos e braços para frente e para os lados para identificarem se tem alguém por perto). Mas como decorrer do jogo rapidamente nos acostumamos e não "enxergamos" mais essas diferenças. Isso é aprender a lidar com a diversidade. O que parece ser diferente é apenas uma outra maneira que pode nos ensinar muito.
Quando nos demos conta estávamos em pé na arquibancada gritando "Vai Jefinho, vai Jefinho", o camisa sete da nossa seleção de futebol de cinco que é nada mais, nada menos, do que o melhor do mundo nessa modalidade.
Ver esses atletas em ação nos inspira a termos uma nova atitude em relação ao grupo. É muito bonito ver o goleiro, que enxerga, pegando os jogadores do seu time pela mão e levando para montar a barreira. É um exemplo ver como eles se ajudam e aceitam ajuda.
Bom, no final da partida ninguém queria ir embora e as meninas conseguiram ir no campo experimentar um pouco do que é o Futebol de Cinco com os próprios pés.
Saímos de lá felizes e empolgadas! Já torcendo para o Brasil conseguir o seu quarto título nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Olha só o ingresso como está bonito. Vale a pena guardar essa recordação, né?
Pra finalizar este post só digo uma coisa: Que Fred que nada! Agora sou Jefinho!
No site "Educa Mais" tem dicas de "Como lidar com um deficiente visual".
No site do Rio 2016 tem "10 dicas para lidar com pessoas com deficiência".
Pra quem quer muito conseguir algo na vida nada é impedimento, não é mesmo? Essa pessoas me inspiram com a garra e a força de vontade de lutar e como você falou, sem mi mi mi. O convite é lindo mesmo e vale a pena guardar sim!
ResponderExcluirBeijinhos!
https://dulcineiadesa.blogspot.com
Demais Chris!!!
ResponderExcluirImperdível mesmo
bjs
Lele
Nossa que interessante, tem que ter a percepção bastante apurada para conseguir, eu não conseguiria, sou muito dispersa! Um exemplo de força de vontade!
ResponderExcluirBeijos!
Que demais Chris, realmente lendo vida que a pausa nos preparativos valeu super a pena, uma experiência super válida.E o ingresso lindo mesmo, ótima recordação.
ResponderExcluirBjs Mi Gobbato - Espaço das Mamães
Que legal, não conhecia! Mas quando a pessoa sonha ela alcança né? Nem sempre os sonhos e as vontades são impossíveis! 😍
ResponderExcluirBeijos, Laura 😙
www.maede2.com.br
Que legal, não conhecia! Mas quando a pessoa sonha ela alcança né? Nem sempre os sonhos e as vontades são impossíveis! 😍
ResponderExcluirBeijos, Laura 😙
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O mais bacana é a superação não é? Tenho um tio e uma tia que são cegos, e não são de nascença. Eles fazem mais coisa que muita gente por ai.
ResponderExcluirwww.arianebaldassin.com