sábado, 8 de agosto de 2020

Praia de Grumari - Rio de Janeiro - BEDA

Na época em que eu estava na faculdade, isso tem um bom tempo, Grumari era uma das praias distantes, desertas, pouquíssimo frequentada, mas que eu me fazia presente naquelas areias. 

Ira à praia em Grumari era algo do tipo que causava surpresa quando eu chegava segunda-feira nas aulas e contava o que tinha rolado no findi. É que Grumari era uma praia frequentada basicamente por surfistas, os únicos que entendia que valia a pena o perrengue de chegar naquela que era a praticamente a última praia do Rio. Com tantas praias por perto o que uma pessoa iria fazer naquela que era longe e selvagem?! Só a galera do surf mesmo.

Eu não surfava, mas era dessa galera que saía de casa ainda noite, entrava em um fusquinha com várias pranchas amaradas no rack no teto do carro e com algumas bananas na mochila. A ideia era chagar na praia o mais cedo possível para aproveitar as ondas. Tinha sempre que prever a dura da polícia no caminho. Eles estavam sempre pelo caminho. Afinal surfista e maconheiro eram praticamente sinônimo, mas nem sempre.


Mesmo em finais de semana e feriados Grumari era vazio. Reduto apenas dos surfistas dentro d'água, pranchas espetadas na areia. e poucas pessoas fotografando ou olhando as manobras. Não tinha ambulantes, e muito menos grupinhos com seus sons na areia. Era tranquilidade! Vento, areia, som das ondas e algumas gírias do surf. 

Depois, por algum motivo, deixei Grumari. O tempo passou e a praia selvagem, deserta e esquecida, passou a ser mais conhecida. As distâncias encurtaram e, apesar de até não ter transporte público para lá, as pessoas começaram a chegar. E o lazer predatório se instalou. Carros e mais carros estacionando em cima da vegetação de restinga, lixo na areia e na mata. Barulhos de motores, aparelhos de som, e vozes.

Eu não presenciei ao vivo esse cenário, apenas vi em fotos, vídeos, reportagens. Me afastei. Fiquei com a Grumari rústica, selvagem e deserta da minha memória. 

Agora, no início da flexibilização, quando as praias ainda estavam totalmente proibidas para banho e atividades, eu retornei em Grumari para um passeio de carro e contemplar esse pedacinho de paraíso na Terra, ou melhor no Rio.

Grumari, assim como a Prainha e a Praia do Abricó em uma reserva ambiental, longe da especulação imobiliária. O que ainda mantém o aspecto rústico e selvagem. Continua sem acesso por transporte público. E claro, continua longe distante do centro da cidade. Distante o suficiente para não ter sinal de celular.

A praia tem uma faixa de areia bem grande.

É cercada por morros e pela Mata Atlântica e toda beirada pela vegetação de restinga. Na maioria dos trechos é até difícil de enxergar a praia estando na estrada.

Somente quando passamos por um dos acessos é que avistamos os mar de águas limpas e cristalinas com uma coloração que varia conforme a luminosidade do dia.

Quando pisamos na areia temos toda a constatação do porque essa praia é tão admirada e desejada. Vale a pena toda a distância percorrida. Com os pés na areia temos toda a amplitude da beleza desse lugar. O azul do mar à frente, os tons da areia e a variação de verde desde a restinga até o alto das montanhas. 

O mar na maior faixa da praia tem ondas que encantam os surfistas, logo nem sempre tão convidativas e confortáveis para o mero banhista. Mas o canto direito, onde a água encontra com o costão temos um mar mais calmo e relaxante.

É nesse canto também que tem o estacionamento e alguns quiosques. É a área da praia que mais mais infraestrutura, logo a mais cheia.

Como fomos no período de fechamento da praia e bem cedo (na verdade apenas passamos por lá, não ficamos), estava vazia. Vimos apenas alguns donos das barracas preparando os seus espaços. 

E uma capivara no braço de lago que tem nesse canto da praia.
O canto esquerdo também forma piscininhas entre as pedras que separam Grumari da Praia do Abricó.

A praia tem estacionamento em toda a sua extensão e no canto direito. Tem quioques e bares nesse canto também com aluguel de cadeiras e guarda-sol. Alguns quiosques espaçados ao longo da praia. 

O lado bom da quarentena foi poder, depois de tanto tempo, reencontrar essa Grumari deserta. Foi como conhecer o lugar novamente. Quanto a preservação e a característica selvagem, a praia continua bem preservada. Somente alguns quiosques que mostram que as pessoas chegaram por ali. A questão mesmo é quanto a lotação. 

 Em tempos de normalidade em que não estamos com restrições devido a uma pandemia, eu sinceramente, nem me arrisco a ir até Grumari. Sério, final de semana e feriado, nem pensar! Eu gosto da Grumari das antigas: deserta. Eu iria apenas em dias de semana. 

Esse é o 14º post do projeto #100EM1 que consiste em visitar 100 lugares no período de 1 ano e vi no blog Parafraseando com Vanessa. Achei que o projeto é uma ótima oportunidade para nos estimular a sair da rotina, buscar o novo, trazer aprendizado e reflexões. Dessa vez conheci um local novo dentro de um já conhecido. 

Também estão participando do BEDA 2020:



BEDA - August 2020


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A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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14 comentários:

  1. Respostas
    1. Praia é revigorante, né? Agora eu estou sentindo falta de uma cachoeira.
      beijos
      Chris

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  2. Que lindo cantinho e praia! Belas fotos! Ótimo domingo! beijos, chica

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    1. OI Chica, essa praia é linda e bem rústica. Dá aquela sensação de não acredito que uma cidade como o Rio, tão metrópole, tenha uma praia tão afastada do desenvolvimento urbano.
      beijos
      Chris

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  3. sempre ouvi falar mas nunca fui. beijos, pedrita

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    Respostas
    1. OI Pedrita, eu fazia um bom tempo que eu não ia. Mas agora acabei voltando em busca de isolamento e contemplação.
      beijos
      Chris

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  4. Pelas fotos mostra ser uma praia calma onde se esteja muito bem.
    .
    Um domingo feliz

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    1. Oi Ricardo,
      é uma praia distante, selvagem, mas nem sempre isolada. QUando está assim vazia é realmente bem calma.
      beijos
      CHris

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  5. Achei incrível o seu 14 lugar que foi visitar do projeto, muito bacana e incrível como conseguiu tantas fotros maravilhosas, espero conhecer em breve, vou anotar aqui a dica para quando eu voltar a sair.
    Beijocas.


    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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    Respostas
    1. OI Vanessa, foi bom pegar a praia vazia. Ainda tem um mirante que eu quero ir. Mas vou esperar um pouco.
      beijos
      Chris

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  6. Não conhecia essa praia. Ela tem uma beleza estonteante. Genial o post.

    Bom fim de semana!

    OBS.: O JOVEM JORNALISTA está em quarentena de 22 de julho à 31 de agosto, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. Mesmo em quarentena o blog tem dois posts novos. Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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    Respostas
    1. OI Émerson, é muito bonita sim, principalmente quando está vazia.
      beijos
      Chris

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  7. Chris querida
    Não conheço pessoalmente esta praia, já tinha lido sobre ela e adorei passear por lá com você
    Nossa, como estou precisando ver o mar!
    Aqui é bem mais difícil, mas você despertou minha vontade de dar um passeio, mesmo que rápido
    Adorei o post
    Bjs
    Clauo

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    Respostas
    1. Oi Clau, olhar para o mar, pisar na arei e molhar os pés mesmo que rapidamente e com a sensação de que está "namorando escondido" é renovador.
      beijos
      Chris

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