sexta-feira, 13 de março de 2015

Cássia Eller, o Musical e a companhia da minha teen

Frequentemente eu me lembro de um dia em que a Ana Luiza era pequena, bem pequena, naquela fase em que eu estava completamente envolvida com o universo infantil em que as festas que eu ia eram festas infantis, toda a programação (cinema, teatro, viagens, passeios, etc.) era com o foco no interesse de crianças da idade dela, os meus assuntos rondavam a maternidade, as dicas de alimentação, brincadeiras, desenvolvimento da criança, as gracinhas e tudo o mais que é lindo, cativante, emocionante.

 Nesse dia em especial uma amiga que já tinha um filho entrando na adolescência chegou no trabalho toda feliz contando que tinha ido ao musical “Beatles Num Céu de Diamantes” e que o filho tinha ido com ela e o marido. O que me chamou a atenção foi a alegria e deslumbramento dela em mostrar para o filho os interesses e gostos dela. Em compartilhar um programa de igual para igual. Não era uma mãe levando o filho ao teatrinho que ele tanto gosta, um adulto indo a um programa infantil, coisa que ela fazia com enorme alegria e satisfação. Mas agora a sensação era diferente, eram duas pessoas indo juntas compartilhar o mesmo interesse. E ela contava sobre ver o filho crescer e sentir a troca entre os dois quase em um mesmo patamar.

A emoção, os olhos brilhando e a empolgação no discurso da minha amiga me marcaram, mas aquilo pra mim era muito, mas muito distante. Eu estava mesmo deslumbrada e igualmente empolgada em oferecer e desfrutar do universo da Ana Luiza, minha menininha, minha criancinha, meu bebê e assim segui curtindo cada fase. E de repente eu pisquei os olhos e me percebi sentindo aquela emoção da Anna Cláudia. E acreditem que o primeiro programa que dividi com a Ana Luiza sentindo que estávamos sendo companheiras no mesmo nível de interesse foi o mesmo musical dos Beatles que tinha retornado ao cartaz. Contei neste post AQUI.

Bom, falei isso tudo pra dizer que esses momentos compartilhados estão mais frequentes na minha vida de mãe de adolescente. E a música é um ótimo aproximador de gerações. Dessa vez fomos ver “Cássia Eller, o Musical” que voltou para os palcos cariocas.



Na primeira temporada, apesar de a Ana Luiza me pedir várias vezes, não conseguimos comprar os disputadíssimos ingressos. Dessa vez ela ficou mais esperta e assim que soube da estreia me avisou e compramos com a devida antecedência.

O espetáculo tem duas horas e quinze minutos de duração, sem intervalo, mas a gente nem percebe o tempo passar. O repertório é excelente e muito bem conduzido pelos atores-cantores que integram o elenco. São trinta e quatro músicas que fizeram parte do universo de Cássia Eller, desde a sua adolescência até a sua morte em 29 de dezembro de 2001 e tem tanto as canções desconhecidas (ou que não foram sucesso nas paradas) como Flor do Sol, quanto àquelas inesquecíveis que mexem com as nossas lembranças e que foram imortalizadas por ela.



O musical tem pouca produção cênica e não há mudança de cenário, bem típica desses musicais. A história da carreira e da vida de Cássia Eller é contada no mesmo palco, cuja decoração lembra uma gruta. Aliás, eu viajei no tempo e me senti naquele show no Circo Voador que eu fui há anos. O foco do espetáculo está nas músicas, no espírito e essência da cantora.



A peça foi ótima como um todo, mas duas passagens foram especialmente emocionantes para mim:

 - uma foi quando ela cantou “Malandragem”. Eu me lembrei daquela noite da soneca na creche da Ana Luiza. No dia seguinte pela manhã quando fui, cheia de saudades e expectativas, pegá-la na escola, nós, pais, fomos recebidos com uma apresentação das crianças cantando essa música. Nem preciso dizer que as lágrimas escorreram, né?

- a outra foi o encontro da Cássia Eller com Nando Reis e a música “All Star”.
[...] "Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
 Satisfeito sorri quando chego ali
 E entro no elevador
 Aperto o 12 que é o seu andar" [...]

Estranho é pensar que nós quase, mas quase mesmo, moramos no mesmo 12º andar, vizinha, parede com parede, de onde esse encontro de almas acontecia.

Foi incrivelmente especial poder reviver essas histórias e compartilhá-las com a Ana Luiza, a minha adolescente que pra mim sempre será uma garotinha.

O musical vale a pena e eu recomendo muito. 



Serviço:
TEATRO CLARA NUNES - Shopping da Gávea.
Rua Marquês de São Vicente, 52
Tel: 2274-9696
De qui a sáb, às 21h. Dom, às 20h.
R$ 80 (qui), R$ 90 (sex) e R$ 100 (sáb e dom).
Duração: 135 min.
Classificação: 14 anos. Até 31 de maio.



Você pode me encontrar também
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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8 comentários:

  1. Chris imagino como deve ser bom dividir os mesmos gostos e momentos com os filhos. Para mim por enquanto é um pouco distante, mas já me imagino pois a Maria tem gostos musicais que batem bem com o meu, isto que ela tem só 5 anos. E um dos gostos que temos em comum é que amamos Cássia Eller. A Maria é fã da Cassia, o que ela mais gosta é colocar o DVD de show da cassia curtirmos juntos em família enquanto cozinhamos juntas... Momentos especiais.

    Deve ser muito bom este musical, fiquei louca para ver!

    Bom final de semana

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  2. Minha mãe e eu, depois que cresci mais, sempre tivemos gostos recíprocos. Sou apaixonada pela músicas, bandas e filmes da época dela (que ela me ensinou a curtir) e ela compartilha dos meus gostos também. No ano passado, quis assistir Divergente, e ela foi comigo pra não deixar eu ir sozinha. Só que se apaixonou pelo filme, e esse ano vamos ver Insurgente (o segundo a trilogia) juntas novamente, mas com os mesmos interesses. Isso é incrível. A amizade entre mãe e filha se enobrece com isso. Que sua filha se apaixone cada vez mais pelo seu universo, e você pelo dela. Beijão.

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  3. Que peça linda, essa é uma das coisas que vale a pena a gente pagar né? especialmente na companhia de sua filhota. bjs e obrigada pela visita

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  4. Eu conheço muito pouco sobre Cássia Eller, pouquíssimas músicas. Meu gosto musical é muito parecido com o do meu pai, mas tenho algo em comum com minha mãe também. Somos bem ecléticas!

    bjusss

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  5. Tô sem palavras! Queria muito ter visto esse musical (esteve em Brasília nas férias), mas não consegui ingresso... Muito legal essa mistura de gerações! Imagino a emoção! Minha grandona não demostra muito interesse nas coisas do "meu tempo", mas ela ainda pode despertar, quem sabe!
    Beijo e bom findi!

    querendoserblogueira.blogspot.com.br

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  6. Que legal, foi uma bela noite com sua filhota!!

    Bjos e bom domingo,
    http://blogdmulheres.blogspot.com.br/

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  7. Chris eu fui a muitos shows com meus filhos assim: Djavan, Chico, Capital, Legião, Cassia, Cazuza, eles eram adolescentes e também aprendi com eles a gostar de alguns cantores, a partir dos shows da Wanessa da Mata, Los Hermanos, Zeca Baleiro,... A pouco fomos ao show do Paul McCartney é muito bom junto com filhos, dividir o mesmo gosto musical. Já já ela está adulta e isso é maravilhoso sair com os filhos. Eu amo, hj eu e meus gemeos moramos cada um num lugar mas fazemos nossos encontros culturais, o ultimo foi na Exposição Frida Kahlo, bjus

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  8. Show! Eu queria ter ido com vcs. Me levem no próximo!

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