Nessa semana dois fatos me fizeram lembrar do 4º Seminário da Revista Crescer - Família Contemporânea que nesse ano teve como tema único: A Importância do Brincar. Um assunto que eu gosto muito, pois para mim, assim como para a revista Crescer, brincar é coisa séria.
No momento em que cheguei ao evento estava em andamento a palestra de Kathleen Alfano, especialista em desenvolvimento e educação infantil, responsável pelo
Play Lab, laboratório de apoio à criação de brinquedos Fisher-Price, e ela citava a frase de Platão:
"Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de
brincadeira do que em um ano de conversa."
Além de reafirmar todos os benefícios do simples ato de brincar como o desenvolvimento cognitivo, físico e social, também ficou claro os aprendizados embutidos em cada brincadeira e que quanto mais variadas estas forem mais possibilidades de aprendizado as crianças terão, a pesquisadora afirmou que as crianças brincam da mesma forma em qualquer lugar do mundo e isso não mudou com o passar dos anos. Na verdade o que mudou foram as expectativas dos pais.
Outro ponto foi a questão dos brinquedos: criança brinca com qualquer coisa. Para esses pequenos tudo é brincadeira. Portanto não precisamos de brinquedos caros e cheios de tecnologia e, sim, de objetos usados para brincar que sejam interessantes, seguros, adequados para a criança na faixa etária específica.
Já fui impactada assim que cheguei com a primeira palestra, e no decorrer do seminário, que teve como mestre de cerimônia a jornalista e apresentadora Rosana Jatobá, mãe dos gêmeos Benjamim e Lara, não foi diferente.
O seminário foi dividido em dois painéis, ambos mediados pela roteirista, escritora e apresentadora Fernanda Young:
1- A importância do brincar para crianças de 0 a 3 anos:
Esse primeiro painel contou com a participação da ex-jogadora de vôlei Virna, do pediatra Luiz Guilherme Araújo Florence e da coordenadora
Alessandra Françóia da ONG Criança Segura (o ator Ricardo Pereira infelizmente não pôde comparecer).
Durante o bate-papo mais informações importantes foram debatidas e levantadas como:
- é importante a criança brincar sozinha;
- não existe jeito certo de brincar, cada um tem o seu jeito e isso possibilita a troca;
- os pais devem ter atenção e cuidado com o excesso de estímulo;
- a angústia da criança é a angústia do meio. É importante fazer a prevenção de acidentes para se ter uma qualidade de vida, porém de forma leve, sem "neuras" e sem gerar medo nas crianças;
- criança também brinca para aliviar as angústias;
- a brincadeira além de desenvolver é uma forma da criança se expressar e se comunicar.
Estes foram apenas alguns itens que eu me lembro e que me chamaram mais a atenção. Mas já dá para confirmar, afirmar e reafirmar que brincar é fundamental para o desenvolvimento saudável e feliz da criança.
2 - A Importância do brincar para crianças de 4 a 8 anos:
Já o segundo painel, onde estava o meu foco de interesse maior, teve como debatedores a cantora da banda Patu Fu, Fernanda Takai; o apresentador Marcelo Tas, a doutora em psicanálise Silvana Rabelo da PUC - SP e a coordenadora do Núcleo de Cultura e
Pesquisas do Brincar da PUC - SP, Maria Angela.
Os pontos abordados nesse painel que me chamaram a atenção foram:
- Rosa e Azul: imposição da indústria ou necessidade de mercado? Aqui ficou claro, conforme reforçado pelas especialistas, que não é um preconceito das crianças e sim dos pais. Brincar é o momento onde tudo se revela e não é a cor do objeto que o menino está brincando que indica algo e sim o papel que ele está desempenhando na brincadeira.
- Escola um lugar para estudar ou para brincar? Segundo as especialistas, hoje em dia, o lugar para brincar junto, exercitar o coletivo, é a escola. É importante a escola inserir o tempo de brincar nas suas atividades. A escola, em geral, está muito séria, muito chata e muito antiga.
- Vídeogames, iPad, iPhone: negar ou liberar? Na opinião das especialistas não devemos negar, pois estamos na era da tecnologia e temos que tirar proveito dos benefícios desses meios. Apenas observar e oferecer outras formas de brincar.
Além de contar com toda a excelente organização, de receber muita informação importante, ter a oportunidade de ouvir outros pontos de vista, compartilhar das vivências e experiências dos debatedores, foi maravilhoso encontrar e conversar com muitas mães blogueiras, amigas virtuais como: Vivi -
Mãe Digital, Keka -
MamiHardRock, Tathy -
Entre Fraldas e Livros, Paola -
Mãe Dipa, Loreta -
Bagagem de Mãe, Carol Bagio -
Nina Ensina, Thais -
Sem Firulas, Michele -
Meu dia-dia de mãe e a Fabi -
Conversa de Mãe e muitas outras mães que eu vi por lá mas não consegui falar pessoalmente. Pena que não tirei foto com todas.
Vivi - Mãe Digital, eu e Rose Misceno - M@aejestade
Eu, Loreta - Bagagem de Mãe e Vivi - Mãe Digital
Fernanda Young e Eu
Agora quais foram os fatos que me lembraram desse evento inesquecível?
1 - A Sofia chegou da escola dizendo:
- Mãe, a aula hoje foi "a maior legal" e a minha professora é "a maior legal". A gente aprendeu estruturas geométricas brincando de massinha. Vamos brincar? Eu vou te ensinar como a Andréa me ensinou.
Ficamos um bom tempo sentadas no chão brincando de fazer estruturas geométricas com massinha de modelar e palitos de picolé, repetindo como foi feita a brincadeira na escola.
Eu fico muito feliz em confirmar que a escola das minhas filhas entende a importância do brincar possibilitando um aprendizado divertido. Fico feliz das minhas filhas gostarem da escola e não a terem como um lugar chato conforme foi ressaltado durante o seminário.
2 - A Sofia chegou da escola com os braços e mãos todos desenhados. Durante o segundo painel foi debatido sobre a criança desenhar o corpo como se fosse tatuagem. Houve um exemplo em que a professora brigou com a criança. Foi explicado pelas especialistas que o fato da criança desenhar o corpo é uma forma de fazer arte, apenas um desenho em um local diferente do papel e que isso é muito saudável.
Mais um ponto em que eu e a escola das minhas filhas estamos alinhadas: esse tipo de expressão é totalmente permitido.
Foi tão bom que eu já estou com saudades e torcendo para chegar logo o próximo seminário da Revista Crescer