sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Hospital dos Lázaros - Uma descoberta


Taí uma coisa que eu adoro! Descobrir um cantinho novo na minha cidade ou nos lugares que estou a passeio (falei AQUI da descoberta do Begijnhof em Amsterdam).

E foi assim andando pelas ruas de São Cristóvão com olhar curioso, querendo encontrar algum lugar, espiando cada detalhe que me deparei com um portão enorme, todo trabalhado, trancado e com uma construção antiga e curiosa por trás (contei neste post AQUI). Perguntei, procurei, pesquisei e descobri que se tratava do Hospital dos Lázaros em São Cristóvão.



O site do IBAM cita o local como um posto turístico de importância histórica e arquitetônica. Aí eu quis conhecer, né? E fiquei de boca aberta! O lugar é realmente surpreendente. A gente não tem ideia do que se esconde ali por trás.

Um espaço enorme que lá atrás, muito antigamente, foi propriedade dos jesuítas até ser confiscada pela Coroa quando essa ordem religiosa foi expulsa de Portugal e de seus domínios.


Cercado de jardins bem cuidados.


Caminhar pelos espaços verdes disponíveis já seria um ótimo passeio.


Até me imaginei sentada à sombra de uma das árvores lendo um livro.


Mas as surpresas não ficaram apenas do lado de fora. A entrar no prédio principal, que foi um centro de referência de tratamento da lepra, fundado em 1763, as surpresas continuaram.

Apesar do hospital estar fechado, o refeitório da ala feminina estava impecável. Com centro de mesa e tudo. Lindo de ver! É uma pena os hospitais em funcionamento não terem uma estrutura dessa e demonstrarem o mesmo respeito e cuidado com os seus pacientes.

Uma curiosidade: a última paciente com lepra tinha morrido dois anos antes da minha visita em 2013. Ela foi deixada no hospital aos sete anos de idade e viveu lá até os oitenta sem nunca receber uma visita de familiar.


Além de muitas histórias, o prédio mantém muitos detalhes, como os azulejos do refeitório feminino.


O refeitório masculino é amplo, arejado, claro.


E também trabalhado no detalhe.



A luz dos refeitórios chega por um jardim interno cercado de azulejos.



Fiquei ali horas babando e tirando muitas fotos.


Na parte de baixo ainda tem uma pequena capela com planta octogonal dedicada a São Pedro, sala de jogos com mesas de sinuca, uma pequena biblioteca.



A escadaria é de madeira original que eu não me lembro mais qual é. Mas é uma dessas madeiras de lei bem tradicionais que não se vê mais por aí. E olha a conservação e a limpeza! Eu não resisti eu fui cumprimentar as duas moças responsáveis pela limpeza do lugar. Simplesmente impecável.


No saguão superior mais suspiros.


Os azulejos são trabalhados com fios de ouro.


Além dos leitos, tem uma segunda capela dedicada a São Cristóvão.


Nessa pérgula cheia de charme podemos observar outro jardim.



Os azulejos florais com gerânios aqui também chamam a atenção.



O ambulatório ainda cheirava a éter.

Os vitrais são lindos e vale prestar a atenção aos detalhes e cores. Abaixo um exemplo dos diversos vitrais que vi lá. O vitral art nouveau de Formenti de 1920 com inscrição Aqui Nasce a Esperança sugerida por D.Pedro II em 1881 no livro de visitas.



A imagem foi obtida no blog Literatura e Rio de Janeiro e vale a pena entrar no post "Lazareto de São Cristóvão" para ver as fotos belíssimas, principalmente da fachada frontal.

No jardim ainda tem um prédio que servia de cinema e teatro para os doentes, e a mórbida Capela Mortuária, onde os mortos eram velados antes de saírem para o enterro. Construída em estilo gótico com vitrais e o anjo da morte esculpido acima da porta da capela que eu cortei na foto.




Não foi fácil conseguir a visita, mas com um pouco de insistência eu consegui. Liguei para a Arquidiocese da Candelária, responsável pelo local.

Telefone: (021) 2589-0065 Ramal:
E-mail: sec@candelaria.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Begijnhof, um refúgio no coração de Amsterdam


Amsterdam é uma cidade que encanta e surpreende a todo instante. É importante, além de termos em mente os pontos que queremos conhecer, ficarmos sempre atentos a cada portão, cada entradinha, porque ali atrás pode ter uma grande surpresa. Foi assim com o jardim do Museu do Gato. E foi assim com Begijnhof, o Jardim das Beguinas.


Dicas de passeios em Amsterdam

Saímos do mercado das flores e seguimos caminhando pelo Singel até a Praça Spui.


Bem em frente encontramos uma feira de artesanato bem interessante, mas foi o prédio de tijolinhos à esquerda, depois do "The American Book Center", que chamou a nossa atenção.


Uma entrada comum de um prédio qualquer com algumas pessoas na frente com aquela cara de: entro ou não entro?


Mas prestando a atenção aos detalhes da fachada tivemos a certeza de que deveríamos entrar.


Depois de atravessar um pequeno corredor, nós descobrimos o que se esconde por trás daqueles pequenos prédios. Um espaço verde, tranquilo, cercado de casas bem antigas, um verdadeiro oásis.

O lugar cheio de encanto e de história foi construído em torno de 1346 com o objetivo de servir de moradia para as beguinas, que hoje dão nome ao local. Elas formavam uma ordem católica feminina de viúvas e solteiras, que se dedicava aos trabalhos de caridade junto aos pobres e doentes. As últimas verdadeiras Beguinas viveram ali até a década de 1970.


Dicas de passeios em Amsterdam

Nesse ambiente de paz a gente se esquece da vida, do tempo e da pressa em cumprir o roteiro da viagem.


Logo na entrada eu já fiquei tão encantada tirando fotos neste cenário que me esqueci de virar para trás e fotografar a casa de madeira mais antiga de Amsterdam. Logo eu que fotografo tudo!

No post "Amsterdam dia 4", no blog Maletando, a gente pode ver a imagem. Vale a pena ver o post com as dicas.

 Imagem obtida no blog Maletando

No Begijnhof, além dos jardins cercados pelas casas, a Englese Klerk, uma igreja do século XV toda de tijolinhos, também é um dos atrativos. A Igreja Inglesa foi Católica e, como muitas outras de Amsterdam, tornou-se Protestante durante a Reforma. 

Dicas de passeios em Amsterdam

Mas Begijnhof Kapel, a capela escondida, foi que chamou mais a nossa atenção. Ela fica nas casas 29 e 30 e não tem uma fachada de igreja.

Dicas de passeios em Amsterdam

Foi usada pelas Beguinas durante a perseguição à Igreja Católica.


Depois de passarmos algum tempo nesse refúgio de paz cheio de história no centro de Amsterdam voltamos para as ruas e canais da cidade, revigoradas e cheias de disposição para novas descobertas.

Dicas de passeios em Amsterdam


Atualmente as casas continuam sendo habitadas apenas por mulheres. Pede-se que a visita seja feita com o máximo de silêncio, mantendo a voz baixa. 
Está aberto todos os dias das 9h às 17h.

Outros posts sobre Amsterdam:

Museu do Gato;
Feira Albert Cuyp Markt;
Biblioteca;
Museumplein: uma praça e três museus;
Uma palhinha de Amsterdam.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Pessoa em "No final dá tudo certo"


Como já falei aqui, às vezes eu posto umas histórias minhas, coisas do dia a dia, no FB e depois as perco por lá. Por isso gosto de repeti-las aqui, apenas para ficarem bem guardadinhas para minha lembrança, já que a memória é curta.



Olha a situação da pessoa... Saí do trabalho sem din din algum, mas do tipo zerada mesmo. Aí quando tenta passar o cartão do metrô, tchan, tchan, tchan... Saldo insuficiente. O único caixa eletrônico da região fica onde? Dentro da estação do metrô, após a roleta. A pessoa vai na humildade pedir para o segurança da estação deixá-la passar para ir ao caixa somente retirar o dinheiro e assim poder pagar o bendito metrô. O segurança dominado pela antipatia, cara carrancuda e arrogância responde: NÃO. A pessoa tenta se explicar e o camarada nem tchum. Não se comove nem um cadinho. A pessoa pensa nas suas possibilidades: passar engatinhando, de vestido e salto, por baixo da roleta, ou esperar uma alma caridosa disposta a pagar a sua "passagi". A criatura que se encontrava "na precisão" conseguiu a segunda opção, passou e como não tinha dinheiro no bendito caixa, seguiu seu destino na pindaíba. Encontrou a amiga no cinema e esta lhe pagou uma pipoca. Quando a pessoa estava ali no balcão esperando, encosta ao seu lado um ômi esperando o café. Mas a pessoa nem nota, afinal ela só tem olhos para o marido. Até que o ômi simpático, sorridente, charmoso fala algo bem do tipo que se fala com as pessoas desconhecidas que estão ao nosso lado em uma fila. Nesse momento a pessoa olha pro alto e vê o cara simpático, totalmente o oposto do tal segurança sem coração lá do metrô, esquece que é carioca, pega o celular e pede pra tirar uma foto. 
Nada como pedir dinheiro na roleta do metrô pra fazer a gente perder certas vergonhas.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Mousse de Chocolate das Antigas

O post da Lia Agio, no Tacho da Pepa, “Mousse chocolático de chocolate” lembrou-me de uma receita de mousse de chocolate das antigas. Uma receita que eu aprendi com uma amiga quando eu tinha 10 anos, idade que a Sofia tem hoje. Essa minha amiga, que o pai cozinhava maravilhosamente bem, me contou, na época, que a receita era de uma loja de doce de Paquetá.

Histórias à parte, essa mousse de chocolate fez parte da minha infância e início da adolescência. Uma tigela cheia dessa delícia estava sempre presente, feita por mim, nas festas, almoços ou jantares especiais. Não me lembro bem quando ela caiu no meu esquecimento. Só sei que nunca mais a fiz. Tanto que as minhas filhas ainda não tinham experimentado a tal mousse da minha infância.

Outro dia, durante o workshop funcional que fiz com a Nanda Carneiro, ela utilizou praticamente a mesma receita, mas com as substituições de alguns ingredientes para torná-la funcional. Assim, mais uma vez as memórias da mousse de chocolate da minha infância vieram à tona. Neste final de semana eu resolvi fazer com a Sofia.



mousse de chocolate


O que utilizamos:

- 4 ovos;
- 4 colheres de sopa de açúcar;
- 4 gotas de baunilha;
- 100 g de manteiga sem sal;
- 100 g de chocolate em pó (usamos o chocolate em barra, mas a mousse ficou meio clarinha. Na minha época usava o chocolate Bhering).


Como fizemos:

Em uma panela colocamos a manteiga e o chocolate e misturamos em fogo baixo. Como usamos o chocolate em barra, fizemos isso em banho-maria. E reservamos. É importante começar por essa parte para dar tempo da mistura esfriar um pouco.

Separamos as claras e batemos em neve em ponto de suspiro. Tem que ficar bem durinho, do tipo que não cai quando viramos o bowl. Essa foi a parte que a Sofia mais gostou: verificar se as claras estavam bem batidas virando o bowl sobre a minha cabeça.

Em outra tigela batemos os ovos, o açúcar e a baunilha até ficar um creme homogêneo e bem claro.

Misturamos a gemada com as claras sempre batendo e acrescentamos o chocolate derretido.


Levamos à geladeira por 24 horas. É dureza esperar tanto tempo para comer essa gordice deliciosa, mas vale a pena.

Receita de mousse de chocolate

Vale a pena também conferir as receitas da Nanda e da Lia clicando nos links abaixo:

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Findi 43 de 2015 - Na lida

O final de semana foi todo na função de mãe. Um tal de leva filha pra lá, leva filha pra cá.

A Ana Luiza fez o ENEM, ainda por experiência, e ficamos meio que à disposição para o leva e traz para as provas. A Sofia teve aula de teatro e foi mais um leva, fica esperando, assiste a reunião de pais e volta.

E nesse vai e volta teve ida ao mercado para comprar lanchinhos pra Ana levar para o ENEM. E quem acompanhou a mãe nessa tarefa? Xinoca toda produzida.


A semana de provas da Sofia começou, então ficamos no estudo. Enquanto ela estudava, ora eu pintei, ora eu fiquei na rede lendo e outras muitas ajudei nos resumos, entendimento e fazendo perguntas.


Para relaxar entre uma matéria e outra fomos para a cozinha e a Sofia ajudou no preparo do almoço. Aproveitamos para fazer a nossa refeição na varanda. O arroz negro com cenoura, nozes pecan e craberry ficou delicioso.


E em outra pausa para descanso fizemos uma mousse de chocolate que fez parte da minha infância. Foi uma delícia ensinar essa receita para a minha filha. Vou falar dela amanhã aqui no blog.



No final do dia rolou uma sessão de cinema em casa e vimos "De Volta para o Futuro III".




Este post faz parte da BC Coisinhas de Findi proposta pela Camila do Blog CasaMila.

domingo, 25 de outubro de 2015

8 dicas de coisas para fazer num domingo

A Rê Vitrola comentou no Facebook sobre um post no blog dela que se chama “8 coisas pra fazer num domingo” em que algumas pessoas comentaram “isso não me ajudou em nada”. Aí, é claro, que me bateu uma curiosidade louca de ver o post. Primeiro porque a Rê escreve superbem e os posts dela sempre têm dicas legais. Segundo porque como seria um post com dicas de algo para fazer que não ajuda em nada?

Pois é, o post me ajudou, me deu ideias do que fazer, me lembrou de outras que já faço. E eu que estou meio monotemática só falando de viagem, só pensando em viagem, me inspirei no post da Mulher Vitrola e pensei sobre as nossas oito dicas de coisas para fazer num domingo.

1 – Fazer um bolo

Aqui em casa o domingo no final de tarde tem cheiro de bolo saindo do forno. Já virou meio que tradição experimentar uma receita nova ou fazer uma já conhecida.



E se você precisa de inspiração, na categoria cupcake aqui do blog tem muitas receitas.

2 – Montar o cardápio da semana

Tá certo que o ideal seria fazer isso no sábado já que tem feira por perto e o mercado está aberto. Mas a gente gosta mesmo de pensar no cardápio semanal no domingo. Abrimos alguns livros de culinária para escolher algo diferente e damos as sugestões do que estamos com vontade de comer durante a semana.


Aqui no blog tem um post com 10 cardápios de almoço para 10 semanas.


3 – Deitar na rede lendo um livro

A rede na varanda fica concorrida e populosa. Um pra lá, outro pra cá, cada um com seu livro na mão, e a Xina no meio. Ô coisa boa!




4 – Ler o resumo das novelas e a coluna da Martha Medeiros

Não tenho visto nenhuma novela. Ou melhor, tenho visto sim. Assisto “Cúmplices de um resgate” com a Sofia. Mas não importa se acompanho ou não as novelas. Eu tenho a mania de ler o resumo de todas elas no jornal de domingo. E a Sofia lê comigo. Outra leitura que já virou um programa de domingo é a coluna da Martha Medeiros na Revista O Globo.



5 – Sessão de cinema em casa

Quando eu ainda não era mãe, o meu programa de domingo era cinema e Shaika. Ir ao cinema no domingo já era tradição, assim como ir à praia no final de semana.
Hoje em dia trouxemos a sessão de cinema com pipoca para casa. Na maioria das vezes escolhemos uma série de filmes ou um tema. Por exemplo, teve o dia do Jurassic Park e revemos praticamente todos os filmes. Em outro domingo escolhemos ver filmes que envolviam a culinária. Agora estamos em uma fase de filmes que têm Paris como cenário (taí uma ideia para post).



6 -  Tomar café da manhã em um lugar diferente

Iniciar o dia com um café da manhã fora. Pode ser em um hotel (veja o post 4 hotéis na orla do Rio para tomar café da manhã no Rio), em lugares especiais tipo a Chácara Tropical, nas padarias do seu bairro (3 lugares para tomar café da manhã em Botafogo) ou até montar a mesa do café da manhã na mesa da varanda.




Sério! Depois que a Sofia se tornou uma flamenguista fervorosa, o Maraca tem feito parte de muitos dos nossos domingos. Aliás, é um programa bem carioca esse. Vale a pena, mesmo para quem não é torcedor de time algum, ir pelo menos uma vez na vida. Ali está concentrado todo o jeito carioca de ser.




8 – Aproveitar a orla fechada para os carros

Passear pela orla ou pelo Aterro do Flamengo que ficam fechados para o trânsito. Tem um post aqui n blog mostrando um domingo de patinação na orla de Ipanema, Fomos de Patins, que foi bem típico de um domingão carioca.




E foi lendo o post da Renata e pensando no que mais gostamos de fazer aos domingos que me dei conta que por aqui não rola a tão popular depressão do domingo. Não rola tédio, nem o pânico da abertura do Fantástico (até porque a gente não assiste a esse programa) . O domingo é dia de descansar e relaxar, sem a obrigação de programação intensa. Apenas um dia para fazer coisas que gostamos. E olha que tem muita coisa boa para ser feita. Vejam outras oito sugestões no post da Mulher Vitrola:

E no post da Vitrola tem outras oito dicas bem domingueiras para ajudar. 
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