Um dia com a agenda abarrotada de reuniões, horário prensado de almoço. Esse breve intervalo ocupado com a função de levar a filha em uma atividade. Apesar da correria, me mantive presente e aberta. Atenta.
Quando o caminho está confuso e pede pressa, é hora de olhar pra perto. Olhar ao redor. Dar ritmo ao caminhar. Observar a beleza dos detalhes ao redor. O objetivo? Acalmar a mente, cadenciar a respiração, clarear os pensamentos, dar o compasso do próximo passo.
Me permiti sentar e saborear. Deixei transbordar. "Porque eu acho que a vida transborda, não existe uma xícara arrumada para conter a vida" @gowriters
"Por meio dos sentidos suspeitamos o mundo. O sabor acorda a nossa memória. O sabor encurta o tempo. Descobrimos que cada gosto guarda uma história.".
Acordei a minha memória. Encurtei o meu tempo voltando, apenas em algumas garfadas eu voltei ao ano de 2015, quando vírus devastando a Terra acontecia somente em filmes ficção ou de realidade distópica, e eu realizava o sonho de conhecer Amsterdam com a minha filha e a minha mãe. Ah, quantas histórias nesse sabor...
Vi uma igreja aberta (coisa rara ultimamente) e completamente vazia.
Me deixei atrair pela beleza e pela tranquilidade. Saí renovada.
Me deixei fascinar por uma militância colorida e criativa, e pela combinação de cores do cenário.
Vi grandeza a partir de um espaço limitado.
An-dança: colocar dança no seu caminhar, sábado no seu dia "útil", ver beleza ao redor; sorrir com os olhos; sentir com todos os sentidos; perceber raridade nas banalidades, comer sem pudor; sentir os pés no chão e a cabeça no ar; viver o agora e despertar memórias; estar no presente, lembrar histórias do passado, desejar histórias para o futuro; ter uma rota, se permitir desviar, se perder e se encontrar; ver o por do sol pelo buraco da tela, pelo espaço entre os prédios, e enxergar a imensidão. Transbordar. Fazer das idas e vindas corriqueiras, an-danças.
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