As pessoas só têm uma coisa em comum: são todas diferentes.
Dentre esse grupo de pessoas tem um em específico onde essa verdade é mais ressaltada. As mães.
Além de sermos diferentes uma das outras, conseguimos ser diferentes com cada filho. Eu me toquei disso quando a minha psicóloga falou: "a sua irmã não tem a mesma mãe que você.". Como assim? Claro que é a mesma mãe sim. Eu a vejo todos os dias. Eu a reconheço.
Acontece que a sua mãe teve você em um momento específico da vida dela. A sua irmã nasceu em outro momento. Neste espaço de tempo a sua mãe se modificou, como todas as pessoas mudam a cada dia. Neste espaço de tempo a sua mãe teve experiências. Outras experiências. Aprendeu. Mudou de opinião. Muita coisa aconteceu. Mesmo que o intervalo entre um filho e outro seja curto, a experiência de ter um filho é muito transformadora. A mãe do segundo filho não é a mesma mãe do primeiro.
Além do mais, cada filho é diferente. Cada filho pede algo diferente da mesma mãe. E cada filho enxerga a mãe do seu próprio ponto de vista.
Mesmo com essas diferenças tão claras, as mães têm pontos em comum. E como têm. Vamos lá.
1 - Comparam-se
Principalmente no início da maternidade ficamos nos comparando com outras mães. E o pior é o resultado dessas comparações. Parece que escolhemos a dedo a tal outra mãe com quem nos comparamos. Elas sempre fazem algo melhor do que nós. Com isso nos estressamos com nós mesmas e esquecemos o quanto já somos ótimas mães para os nossos filhos.
Em outros casos, nos comparamos com outras mães achando que as outras seriam melhores mães se fizessem tudo como nós. Ledo engano! Nestes momentos estamos apenas perdendo uma grande oportunidade de exercitar a empatia e até de aprender algo.
2 - Sentem-se culpadas
Culpa, ah a culpa... já é clichê dizer que junto com um filho nasce a culpa. Eu acho que assim que recebemos o resultado a tal da culpa já começa a pipocar na nossa cabeça. É a culpa por ter comido algo e não estar cuidando da alimentação. A culpa por não estar fazendo exercícios e não estar cuidando da gestação. A culpa por estar cansada e não ter conversado com a barriga e por aí vai. Depois que o nosso grande amor chega ao mundo, então... nossa! A culpa domina.
Todas nós cometemos erros sim. Todas nós poderíamos ter feito algo melhor. Ok! Vamos aprendendo e melhorando com o tempo e as experiências vividas. Podemos escolher ser tão gentis e solidárias com nós mesmas quanto somos com as pessoas que amamos. Podemos ter esse gesto de amor com nós mesmas. Assim, parte dessa culpa se derreteria como açúcar na água.
Neste jogo de culpa travamos a "Guerra das Mães" com a nossa pior inimiga: nós mesmas. Podemos então escolher não entrar na batalha da tal "Guerra das Mães" com outras mães. Podemos escolher ser empáticas com elas e aproveitar as oportunidades para apender algo.
3 - Têm dias ruins
Todas nós temos dias ruins. Temos dias péssimos. Por mais que sejamos planejadas e organizadas existem aqueles dias que tudo sai do controle. Que tudo dá errado. Por mais que a vida mostrada nas redes sociais só nos conte a parte boa, só mostre a mesa arrumada com a comida perfeita, tem o dia que o feijão desanda. Por mais que as fotos no Instagram só nos mostrem penteadas, com o look do dia e a make em dia, têm os dias que chegam ao fim e ainda estamos de camisola. Dias ruins já faziam parte da nossa vida humana antes dos filhos. Com a chegada da maternidade, que nos torna mais humanas, esse dias apenas aumentam em quantidade. Por isso "miga" não se sinta péssima achando que essas coisas só acontecem com você. Acontecem com todas, mesmo que a gente não mostre.
4 - Surtam
Toda mãe tem seu dia de surto. Tem seu dia de vizinha louca e histérica daqueles que a gente pensa que o vizinho vai chamar alguém para te internar a qualquer momento. Por mais calma que a gente seja, por mais que saibamos que gritos não levam a nada. Por mais que tenhamos lido todos os livros de maternidade que ensinam, na teoria, que devemos ser calmas, seguras, tranquilas e confiantes. Não tem jeito. O surto vai dar as caras nos nossos dias. Todas as mães têm o seu momento de insanidade temporária, têm o dia em que viram monstro (eu adoro o livro infantil "
Quando a Mamãe Virou um Monstro").
E o pior é que depois do surto voltamos para o segundo item desta lista, a culpa. Muita calma nesta hora. Não deixe que esse momento de insanidade faça você acreditar que é a pior mãe do mundo. Já tem outra mãe ali no apartamento ao lado se sentindo ocupando este título.
5 - Precisamos de um tempo
Viver a maternidade é maravilho. Viver a maternidade é intenso. Amamos cada momento. Não trocaríamos por nada. Mas é cansativo também. E muito cansativo. Para todas as mães com seus milhares de particularidades e diferenças. É cansativo para a mãe que fica em casa com os filhos. É cansativo para a mãe que trabalha fora. É cansativo para a mãe que trabalha em casa.
Todas nós temos aqueles momentos que queríamos fugir; tomar um banho em paz; fazer coco sem ser interrompida, sair com as amigas e rir até ter dor de barriga; ir para uma praia paradisíaca e fazer top less sem pingar leite das tetas. Temos aquele momento em que desejamos ter paz, de alguma forma ter apenas paz e nada mais.
Isto é algo que todas nós precisamos, desejamos, sonhamos em alguns momentos. Isto não significa que somos "menas mãe". Isto não dá direito que ninguém duvide do nosso amor e dedicação a nossos filhos. Isto apenas significa que estamos cansadas. É apenas a evidência de que estamos constantemente colocando as necessidades de outras pessoas (muito amadas, por sinal) acima das nossas próprias.
6 - Precisamos de ajuda e apoio
Assumimos muitos papéis. Achamos que podemos dar conta de tudo. E ainda mais. Nos cobramos dar conta de tudo. Praticamente exigimos isto de nós mesmas. Mas a grande verdade é que precisamos de ajuda. Estamos sim fazendo o nosso melhor. Mas, às vezes, muitas vezes, fazer o nosso melhor significa delegar o que não é tão importante, deixar de lado outras coisas. Reconhecer as nossas limitações e aceitar ajuda. E assim
priorizar o que é mais importante.
O pior é que nesta "Guerra das Mães", algumas vezes, pedir ajuda, aceitar ajuda, parece ser coisa de "menas mãe". De quem, talvez, não seja tão boa nessa coisa de maternidade. Não, não volte para o segundo item desta lista. Não aceite a culpa. Precisar de ajuda não é coisa de "menas mãe". É coisa de gente. De ser humano. De pessoa que fica cansada, que tem seus momentos de tristeza.
Todas nós precisamos de ajuda e de apoio. Não é uma batalha de mães que conseguem fazer tudo X mães que não dão conta. Trata-se apenas de uma questão de mães que estão cansadas hoje X mães que ficarão cansadas amanhã ou que estiveram cansadas ontem.
Por isso, "migas" mães, quando encontramos hoje uma mãe lutando alguma batalha, devemos nos lembrar que ela está fazendo um ótimo trabalho, o melhor que ela pode fazer. Nunca sabemos como foi o dia dela. Nunca sabemos se ela está ali catando os pedaços como nós estivemos ontem. Se ela está ali fazendo força para manter o equilíbrio como nós estaremos amanhã. Simplesmente sorria para ela e diga-lhe que está indo bem. Porque ela precisa, assim como a gente já precisou ou vai precisar.
Mesmo com todas as nossas diferenças e as diferenças dos nossos filhos, estamos todas no mesmo barco. E o mar, às vezes, muitas vezes, fica turbulento para todas. Por isso oferecer apoio, dar sorrisos e, sobretudo, abster-se de julgar em silêncio (ou alto) é dar à outra o que nós mesmas precisamos.
7 - Amamos nossos filhos mais do tudo nesta vida
Por mais que o resultado das comparações com outras mães faça nos sentirmos péssimas mães. Por mais que a culpa nos domine. Por mais que tenhamos dias ruins. Por mais que tenhamos nossos surtos e gritemos feito loucas, alucinadas. Por mais que desejemos fugir. Por mais que precisemos de ajuda. Não há nada no mundo como ser mãe. Não há nada no mundo como o sentimento de uma mãe por um filho. Todas nós não temos palavras suficientes para explicar este sentimento.
Somos diferentes sim. Mas temos muito em comum. E são nestes pontos em comum que podemos encontrar a empatia. São nestes pontos em comum, muito além do certo e do errado, que podemos nos encontrar. Todas no pódio de melhores mães do mundo para os nossos filhos.