Gastronomia de Rua Carioca

Uma das carioquices bem cariocas é a comida de rua que tem espalhada pela cidade. 

Em cada bairro a gente tem aquele ambulante favorito que encanta não só pela delícia que serve, mas muito mais por sua simpatia e jeitinho carioca de conquistar o cliente. 

Muitos são figuras carimbadas, que de tão conhecidas são quase celebridades cariocas. Celebridades do tipo que vira e mexe aparecem na TV dando entrevistas. Alguns deles participam de eventos descolados mostrando o estilo carioca de ser e outros até fazem palestras, como é o caso do vendedor de amendoim do viaduto da Praia de Botafogo que ministra palestra com o tema "Pequeno empresário com mente milionária".

E os cariocas vão sendo conquistados por seus ambulantes e sempre tendo um pra chamar de seu. As crianças que têm o seu pipoqueiro favorito na época de escola, quando vão para a facul não ficam órfãs de seus ambulantes. Quem vai para a PUC, por exemplo, encontra o Xina.

E essa relação do povo carioca com seus ambulantes preferidos começa cedo, bem cedo. Até os bebês já podem ter o seu, como foi o caso da Ana Luiza com o Albany do Baixo Bebê Lagoa.

Eu, por exemplo, já tive a minha baiana do acarajé de São Conrado e sempre que batia aquela saudade da Bahia eu corria lá no calçadão. O meu amigo do melhor cuscuz de coco do Rio de Janeiro que fica lá em São Cristóvão. O cara do coco da Cidade Nova que me chama de querida e se despede com beijos.  O pastel da feira. O baiano da praia do Leme. A esfiha do árabe na praia. 

Aliás, se tem um lugar onde esses ambulantes são abundantes e se destacam é nas praias. Afinal é lá que a gente toma o mate de galão. E cada posto fideliza o seu vendedor do coração. É o caso do Marcelo, que é unanimidade no posto 9, lá no Coqueirão.

Sabendo dessa relação dos cariocas com suas comidas de ruas e seus ambulantes preferidos, imagina como foi o evento Celebra Gastronomia de Rua que rolou no final de semana nos pilotis do MAM.

Quando eu chamei a Ana Luiza para ir comigo ela não teve dúvidas, topou na hora. Ainda mais quando soube que o Claudinho estaria lá com seu sucolé. É a Ana Luiza já tem o ambulante dela.

Os nossos ambulantes, figurinhas cariocas carimbadas, estavam lá cheios de sorriso, vendendo e tirando fotos com a sua freguesia. 

Pra gente foi muito legal encontrar os nossos já conhecidos:

- Sucolé do Claudinho lá do Posto 9 em Ipanema. Aquele que faz a gente sair do posto 8 andando até o posto 9 só para tomar um de seus sucolés refrescantes e deliciosos.

-  A esfiha do Paulinho, o árabe do Pepê, que vende as esfihas em um camelo de rodas. 

- O pastel do Bigode lá da feira da GG. Já até falei dessa feira que é um evento de sábado e que vale a pena dar um rolé por lá para entender melhor o jeito carioca de ser.  Tá neste post AQUI.

Foi ótimo conhecer outros ambulantes queridos da nossa cidade.

Gente, o que é essa empada do Paulinho?

E os brigadeiros do Atelier Brigadeiro Carioca? Eles ficam na Lapa, no Museu do Amanhã e na Rio Branco. Mas tivemos a boa notícia de que vão se espalhar por outros bairros.

O evento, que foi o primeiro do ano da agenda cultural dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (eu já estou ansiosa para saber dos próximos), reuniu 20 quitutes cariocas, famosos na cidade, de ambulantes que são referência.

Tinha muita variedade de todos os cantos da cidade. Além dos que eu e a Ana Luiza experimentamos e eu já citei aqui, estavam lá também: 

• Bolinho de Bacalhau do Mazzaropi (Laranjeiras)
• Cocada da Cris (Laranjeiras)
• Caipirinha do Luizinho (Flamengo)
• Papito do Xina (Gávea) - aquele da PUC

• Acarajé Nega Teresa (Santa Teresa)
• Angú da Lucinha (Saúde)
• Salgadinhos Família Marques (Lapa)
• Caldos da Nega (Rio Comprido)
• Churrasquinho da Jô (Vila Isabel)
• Yakisoba do Kayo (Benfica)
• Oriental do Barcellos (Ilha do Governador)
• Tacacá da Rose (Ilha do Governador)
• Pão de Queijo do Carlinhos (Bangu)

Mas não foi só comida que rolou por lá. A agenda cultural estava bem diversificada com música, teatro, poesia e outras manifestações culturais. 

A minha amiga Simone foi no sábado à noite e me mandou um vídeo da quadrilha que estava rolando solta e animada por lá. 

O MAM estava todo decorado com painéis assinados pelo desenhista e artista Geléia da Rocinha.

Como era um evento dos Jogos Rio 2016 os mascotes fofuchos, Tom e Vinícius, e a Tocha Olímpica também deram pinta por lá.

Ah, um detalhe que eu achei super na organização do evento: tinha uma pessoa para dar álcool gel para quem saísse do banheiro passar nas mãos.

Que venham os próximos eventos da agenda cultural dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016.