quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Filme "Quando Hittler Robou o Coelho Cor-de-Rosa"


O filme "Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa" que estreia hoje nos cinemas é daqueles filmes que a gente acaba de assistir com uma sensação calorosa no coração e na alma. 

O romance autobiográfico de Judith Kerr sobre uma família que fugia da Alemanha nazista, publicado há quase 50 anos, tocou leitores de todas as idades ao redor do mundo. Agora a adaptado para o cinema, dirigido por Caroline Link, promete muita emoção.

Filme "Quando Hittler Robou o Coelho Cor-de-Rosa"


A história começa pouco antes das eleições alemãs de março de 1933, que levarão os nazistas ao poder. Anna, uma menina judia de 9 anos, mora em Berlin com sua família (mãe, pai e irmão) onde vivem bem e com conforto. 

O pai de Anna é um jornalista reconhecido, um crítico de arte renomado e temido, que publicou artigos criticando Adolf Hitler e os nazistas. 

Com a iminência da vitória de Hittler nas eleições o patriarca reconhece o risco que sua família corre se permanecer em Berlim. Assim resolve fugir com a família para a Suíça. Para que a fuga seja bem sucedida eles precisam levar poucas malas. Assim Anna e o irmão podem levar apenas um brinquedo. 

Anna fica na dúvida se deveria escolher seu amado coelho rosa, seu bichinho de pelúcia mais antigo, ou um recente que ela ganhou no Natal. Acaba se decidindo deixar o seu amado brinquedo da primeira infância para trás. 

A partir daí a família vive o que é ser um refugiado, pessoas que perdem suas casas, precisam deixar para trás seus amigos, suas histórias, seus pertences e partem em busca de pertencimento em outras terras. 

A família de Anna sai de Berlim para a Suíça e quando as crianças começam a se adaptar precisam partir para Paris. Novo país, nova língua, nova casa, novos hábitos, novos amigos e muitas dificuldades. Novamente quando estão começando a se adaptarem precisam partir. Dessa vez rumo a Inglaterra. Voltam a estaca zero e a um novo recomeço.

Apesar da história estar ambientada no período do nazismo, não é um filme que fala diretamente dos horrores do nazismo. Fala sim de perda, sobre perder a própria cidadania, de fuga. Mas sem focar na crueldade em si, e sim com um foco positivo. Acima de tudo fala de esperança, de adaptabilidade, de possibilidades. 

É um filme sobre anti-semitismo e sobre o exílio forçado, mas com a leveza do olhar de uma criança esperta, sensível e inteligente, que apesar da melancolia da perda do lar, no fundo enxerga ali uma grande aventura. 

"Quando Hittler Robou o Coelho Cor-de-Rosa" fala da importância da união da família, do apoio mútuo e do amor. Em determinado momento o pai lembra aos filhos que se eles só reclamarem do que perderam, vão perder também a oportunidade de ver o que há de novo e de bom em qualquer mudança.

Acho que a leveza do filme não diminui o contexto histórico desse período tão brutal e horroroso da história da humanidade. Essa parte já foi e ainda é mostrada em diversas produções. A história contada na perspectiva de uma criança trouxe um ótimo equilíbrio entre as dificuldades, as dores, e o medo de ser um refugiado com o otimismo da infância. Equilibrou aventura com a dureza da realidade

Um filme para família, que vai agradar as crianças e ensiná-las sobre o nazismo, e que pode agradar também aos adultos.

Eu assisti ao filme em um cabine virtual e recomendo muito. Aqueles que como eu ainda não se sentem seguros em ir às salas de cinema aproveitem a oportunidade assim que "Quando Hittler Robou o Coelho Cor-de-Rosa" for lançado no streaming. E aqueles que já estão encarando uma sessão com pipoca, aproveitem!

Riva Krymalowski, a atriz que interpreta Anna Kemper, é uma fofura cativante.

Sinopse: Neste drama familiar, sensível e emocionante, uma garota judia-alemã dá seus primeiros passos na vida adulta, à medida que os eventos mundiais se intrometem em sua rotina feliz e despreocupada. Aos 9 anos, Anna está muito ocupada com os trabalhos escolares e com os amigos para notar o rosto de Hitler nos cartazes estampados na Berlim de 1933. Quando seu pai desaparece e a família sai secretamente da Alemanha, a menina começa a entender que a vida nunca mais será a mesma. O que se segue é uma aventura corajosa, cheia de medo e incerteza. O filme é uma adaptação do romance infantil semiautobiográfico de Judith Kerr (1923-2019). A direção é da cineasta Caroline Link, vencedora do Oscar.




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A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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18 comentários:

  1. Olá Chris: esta é uma ótima sugestão. Por norma, não costumo ver filmes sobre a segunda guerra mundial, uma vez que me impressionam muito, mas este , embora passado na altura, tem uma abordagem diferente que me cativou. Obrigada por mais esta interessante sugestão.
    Bjn
    Márcia

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    1. Oi Márcia, o que eu achei interessante nesse filme foi justamente não mostrar a matança, o sofrimento, a dor tão diretamente na carne, sabe? Mostra o dor da perda, mas com um olhar positivo.
      beijos
      Chris

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  2. Acho que vou gostar imenso deste filme. Lembrei-me daquele: "A menina que roubava livros". Gosto muito de filmes com o tema da II guerra mas analisados do ponto de vista pessoal. Um pouco como "O pianista".

    Bjs
    Coisas de Feltro

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    1. A Menina que roubava livros também é lindo! Acho que vais gostar desse sim.
      beijos
      Chris

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  3. Respostas
    1. OI Cidália, eu achei sim. Mas eu gosto muito dessa temática, então sou suspeita.
      beijos
      Chris

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  4. Acredito que seja um filme que prenda o olhar à tela.

    Cumprimentos

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  5. Deve ser um filme com muitos ensinamentos. Parabéns pela resenha tão bem escrita.

    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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  6. Fiquei curiosa, não vi ainda!

    Beijos,
    www.tammycezaretti.com.br

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  7. Não conhecia, Chris. Mas vou sim assistir. Eu gosto bastante de obras que contam mais sobre esse período triste na história, mas ser contado pela visão de uma criança, deve ser bem interessante.

    Beijo.
    Cores do Vício

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    1. Oi Pathy, eu também gosto muito dessa temática, apesar de alguns filmes me causarem um sentimento de revolta bem forte. Mas não foi o caso desse, pois mostrou que houve o sofrimento sim, mas mostrou um outro olhar em cima de todo o terror e crueldade vivido na época.
      beijos
      Chris

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