Duas horas de terapia no centro do Rio: Exposição, gastronomia e igreja

Eu me permiti duas horas de terapia no Centro Histórico do Rio. Ou melhor, eu me presenteei com essas horinhas.

Estava me sentindo angustiada com alguns probleminhas corriqueiros e cotidianos, dessas coisas da vida que acontecem com todos nós e a todo momento.

Acontece que nesse dia eu não estava com estrutura suficiente pra encará-los tão de boa assim. E uma coisa que eu venho aprendendo é respeitar os meus limites. Não me cobre ser forte o tempo inteiro, a conseguir resolver tudo sempre, e estar sorrindo e de alto astral constantemente. É claro  que eu prefiro segurar a onda, ou melhor, as ondas. Que eu me sinto bem encarando a vida numa boa e encontrado caminhos para as encruzilhadas que surgem.  E assim eu aprendi que me permitir um tempo, que chutar o pau da barraca vez ou outra, é um caminho para eu me sentir melhor e me estruturar.

Foi assim que eu saí para almoçar sem destino, sem pressa e sem me preocupar com a hora de retornar.

A primeira parada não planejada foi no CCBB para ver a exposição “Kandinsky – Tudo começa num ponto”.

Wassily Kandinsky é um dos mais renomados mestres da pintura moderna e também pioneiro e fundador do abstracionismo.

A exposição, além de obras de Kandisky, traz também trabalhos de seus contemporâneos e de artistas que o influenciaram. O acervo exposto tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, além de obras de oitos museus do interior da Rússia.

Durante o meu passeio pela exposição eu me senti em uma viagem para a Rússia conhecendoum pouco dos seus costumes, histórias e lendas. E viajar é um ótima maneira de abastecer o corpo e alma com ótimas lembranças e emoções positivas.

A convicção de Kandisky de que, tanto na vida quanto na arte, a arte e o espiritual devem prevalecer sobre o material refletida em suas obras, refletiu em mim ao observá-las.

São Jorge pintado por Kandinsky

Como disse a Fernanda Reali neste post AQUI:  "Para contrabalançar a visão dura que adquirimos no cotidiano, temos a arte que nos atiça a sensibilidade, nos suaviza".

Improvisação 209

Inspirado pela prática xamânica, Kandisky procurou na alma dos objetos as manifestações espontâneas de seus sons interiores.

Improvisação

Observar as telas e ouvir as minhas emoções, meus sentimentos e minhas necessidades naquele momento me fiz  mais presente e me relaxou. 

Saindo da exposição fui almoçar no restaurante Cais do Oriente que tem um ambiente agradável, amplo e superbem decorado, além da comida ser saborosa e ter uma apresentação que enche os olhos. Em todas as mesas tinha um vasinho com flores e justamente a minha estava sem. Pedi ao garçon que trouxesse um flor bem bonita para a minha mesa porque eu merecia. O resultado foi Leitura, flor, comida gostosa, beleza,e eu sendo ótima companhia pra mim mesma. Algumas vezes, esse tempo pra mim, essa conversa boa comigo mesma, esse desligamento são fundamentais. A sensação de se bastar por uma horinha foi renovadora.

Continuando a caminhada parei na loja da Granado para uns minutos de aromaterapia e para levar um presente pra Ana Luiza. Presentear com carinho é um ato de amor, é uma maneira de demonstrar que pensei nela e uma forma de cuidar.

Pra finalizar mais um pouco de beleza por que o belo faz bem ao espírito. Não é a toa que os templos religiosos são tão bonitos.

Me perdi no centro histórico do Rio, esbarrando com arte, boa comida, beleza e refúgio até me encontrar. Foi uma pausa pra seguir com calma e com alma.