Frescobol pra toda a família

Quando viajamos para algum lugar de praia, além de biquíni, canga e protetor, levamos na nossa mala o velho e bom frescobol.

Esse jogo divertido e inocente em que a dupla, ou trio, usa raquetes de madeira para manter a bolinha de borracha no ar o maior tempo possível nos proporcionou muita integração e diversão na nossa última viagem que foi pra Caraíva.

A Sofia, considerada criancinha pelas adolescentes, se tornava uma ótima parceira para bater uma bolinha.

Já comigo, que não tenho nenhuma habilidade com esportes com bola, mas mesmo assim gosto da brincadeira, elas treinavam muito alongamento ao tentar rebater as minhas bolas, tolerância e paciência.

Juro que eu me esforço, que eu tento mandar a bola direto na raquete da minha dupla, mas confesso que rola uma certa dificuldade de minha parte. Mas o problema é comigo mesmo, o frescobol é fácil de praticar, é relativamente barato e é adequado pra todas as idades.

Aí né... depois de um tempo correndo atrás da bola comigo, as filhas preferem mesmo é uma boa partida com quem sabe tudo de frescobol: o pai. Tudo bem, eu aproveito pra babar nesse momento e registrar tudo.

Mas eu sou insistente e a toda hora eu quero voltar pra rodada porque o frescobol, além de um jogo divertido é um esporte que queima calorias por ser um tal de pula, abaixa, estica e corre. E tudo o que eu quero é praticar esporte e fazer atividade física me divertindo, né?

Imagina só praticar um ótimo exercício cardiovascular devido à repetição dos exercícios (quem joga comigo tem essa parte intensificada, olha a vantagem aí); tonificar ombros, braços (bíceps e tríceps), panturrilhas, pernas e glúteos, e trabalhar as articulações dos ombros, braços e joelhos, tudo isso como uma brincadeira praiana? Tudo de bom, né?

Mas o que eu acho mais sensacional no frescobol é o fato de ele não ser um jogo no qual um jogador vence o outro. Os dois vencem juntos, a dupla vai ser melhor se um lançar a bolinha da melhor forma para o parceiro. Por isso eu acho muito legal envolver as crianças com a prática desse jogo carioca. Pra elas, depois da partida, a raquete e a bola ainda servem pra brincar na areia.

Outros benefícios interessantes do frescobol, tanto para as crianças quanto para os adultos, são: desenvolvimento de habilidades de deslocamento, noção de tempo-espaço, coordenação motora, flexibilidade, agilidade e socialização. 

Eu achei o máximo essa cena na Praia da Barra em Caraíva onde um senhor turista convidou um menino local pra jogar com ele. Uma criança que estava com outra família se ofereceu para pegar a bola quando eles errassem, e ainda tinha um cachorro, que não saiu na foto, que era de outro grupo que estava pra lá e pra cá tentando pegar a bolinha no ar. Vai dizer que isso não é socialização? Isso é bem o jeito carioca de ser.

O frescobol, que hoje já contagiou toda a orla brasileira, surgiu nas areias de Copacabana na década de 40 e representa tão bem o "estilo de vida" da cidade que recebeu o título de patrimônio imaterial do Rio, se juntando a outras carioquices bem conhecidas, como o mate, o biscoito O Globo, a torcida do Flamengo (acho que deveria ser a torcida do Fluminense. Tá bom, vamos manter o clima ganha-ganha do frescobol e dizer que deveriam ser as duas) e outras mais.

Dicas pra praticar o frescobol:

- Material necessário: raquetes de madeira, uma bola de borracha oca e disposição pra se divertir.

- Regras básicas: o único objetivo é manter a bola no ar o maior tempo possível, não existindo assim vencidos, nem vencedores.

- Quem pode praticar: todos, não há restrição de idade, altura, peso, preparo físico. Basta conseguir segurar a raquete. Só deve ser evitado por pessoas com problemas articulares e de coluna, já que força ombros e joelhos.

 - Cuidados necessários: É fundamental respeitar o espaço dos banhistas e frequentadores da praia. Se a beira da água estiver muito cheia, vá jogar em outro espaço. Alguns jogadores batem bola com muita força e eu já vi pessoas sendo machucadas levando raquetadas e boladas.