quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Cinema - Três estreias nacionais

Quinta-feira é dia de estreia nos cinemas brasileiros. Não foi sempre assim. Antes de março de 2014 as estreias aconteciam às sextas-feiras.

Eu gostei dessa mudança. A antecipação dos lançamentos me dá a sensação de que já estamos com um pé no final de semana. Já temos novidades e programinha desde a quinta-feira.

Como sou convidada para algumas cabines de imprensa e pré-estreias, algumas vezes já assisti aos filmes estreantes. Quando eu não consigo ir a minha amiga Márcia, que tem a página e Instagram @cineeilumine, me representa e depois me conta o que achou. Aí é que a vontade de assistir aumenta. Eu fico contando as horas para a quinta-feira chegar.

Resolvi passar por aqui e falar de algumas estreias de hoje nos cinemas dentre as que já assisti, Destaquei três estreias nacionais (o post com todos que fui convidada para a cabine ou pré-estreia está no Instagram @inventandomamae em #estreiasdasemana):

O documentário "Rogeria - Senhor Astolfo Barroso Pinto" para emocionar, "Maria do Caritó", para dar boas risadas, "Intruso" para levar uns sustos.

Intruso

Esse suspense nacional, gênero pouco difundido no cinema brasileiro, foi rodado em 2007 e com apenas 10 mil reais. Apesar de ter sido premiado na categoria Melhor Filme pelo Júri Popular no Rio Fantastik Film Festival em 2016, e ter sido exibido no Festival do Rio (2009) e no Festin Lisboa (2017), apenas agora, doze anos depois, foi lançado no circuito. 



O thriller conta a história de uma família obrigada a receber em casa um visitante inesperado. Tensos, assustados e cheios de questionamentos, todos tentam manter suas vidas normalmente, mas a chegada desse hóspede, vivido por Eriberto Leão, muda o cotidiano da família ao exigir que certas regras sejam seguidas. Apenas o patriarca e sua esposa, interpretados por Genezio de Barros e Lu Grimaldi, parecem saber o motivo da visita. Ninguém pode deixar o local ou comunicar-se com outras pessoas. Aqueles que quebram as regras são severamente punidos; ninguém pode ajudá-los.

Foram 12 dias de gravação em uma casa em Itaipava, região serrana do Rio de Janeiro. O elenco ficou todos os dias imerso na história. Ninguém saiu da casa!


Eu gostei de ir na pré-estreia primeiro por ter a companhia da minha filha. Segundo porque gosto de incentivar o cinema nacional, ainda mais essas produções feitas sem incentivo e com a dedicação dos envolvidos. Terceiro por ser um gênero muito pouco produzido no cinema nacional, mesmo eu não sendo muito de filmes de terror. Sério, eu levo muito susto. Em algumas cenas até rolou de tampar os olhos e ficar espiando por uma frestinha entre os dedos.


Rogéria - Senhor Astolfo Barroso Pinto

Rogéria é um ícone da cena artística brasileira. Fez sucesso nos anos 60 como atriz, cantora, vedete transformista. Rogéria nasceu como Astolfo Barroso Pinto e no percurso de sua vida assumiu com coragem, autenticidade e dignidade a figura feminina.

O filme é mais do que um documentário. Além das entrevistas e de cenas de arquivo, traz também dramatizações da vida da artista, que é interpretada por quatro atores diferentes.


A pré-estreia, que eu fui com a minha amiga Márcia, estava bombando. Badaladíssima. Muito concorrida. Refletindo bem o que a Rogéria representa para o cenário artístico nacional e para a sociedade LGBT.


Na saída da sessão a minha amiga comentou "Documentário com uma pitada de ficção na medida certa. Conta a trajetória de Rogéria desde do menino determinado e brigão, passando pelo jovem maquiador até três dias antes de morrer (ela morreu durante as gravações o que mudou o rumo do projeto) e cantar em show la vie en rose. É um filme sensível e sincero, sensível na linguagem ficcional e sincero na mensagem documental. Não dá para separar Astolfo de Rogéria, tal como documentário de ficção. É Gêmeos com ascendente em Leão, duas faces em um. O filme traduz fielmente Rogéria e Astolfo, um não vive sem o outro. Astolfo é o protetor, o espírito, a força e Rogéria é sua expressão.". Depois dessa análise da Márcia, nem preciso dizer mais nada.

Depois do filme ainda rolou um show performático. A Rogéria merece toda essa homenagem e respeito.

Sinopse: "Um documentário que vai contar a vida e a trajetória artística de Rogéria a partir da dualidade entre artista e personagem, entre Rogéria e Astolfo. Passando por todos os momentos da vida da transformista, o filme mescla dramatizações de etapas de sua vida – como o acidente que lhe feriu a cabeça – e depoimentos de artistas brasileiros, como Betty Faria, Jô Soares, Bibi Ferreira e Aguinaldo Silva. Atual, provocante e sensível, o filme trata de temas frequentemente abordados no mundo de hoje, como questões de gênero, preconceito e afirmação de direitos no Brasil.".

Maria do Caritó

“Maria do Caritó”, comédia estrelada por Lilia Cabral. Só por isso já vale a pena assistir.

Filme baseado na peça homônima que ficou em cartaz durante cinco anos e encenada também pela Lilia Cabral, conta a história de Maria nascida de um parto difícil que culminou na morte da mãe. Por esse milagre de ter sobrevivido ao parto, o pai então a prometeu a São Djalminha. Assim Maria chegou aos 50 anos como Maria do Caritó ("ficar no caritó" era uma expressão bastante utilizada no nordeste brasileiro para as mulheres que envelhecem sem casar)  sendo a virgem prometida, louca para encontrar um companheiro. Por isso a solteirona vive fazendo promessa ao santo para arranjar marido e poder sair da cidade onde o pai, mancomunado com um político corrupto e com o padre, a mantém virgenzinha da silva, com aquele fogaréu consumindo suas entranhas. Como esperança é a última que morre, Maria vê as suas se renovarem com a chegada de circo na cidade. Isso porque uma cartomante previu que seu tão sonhado pretendente seria um homem de fora. 

Um filme que garante o riso fácil com piadas inocentes e repleto de mensagens. Principalmente para as mulheres nesse momento atual de afirmação e empoderamento. Por mais que já se tenha dito bastante que não precisamos depender de ninguém, que a nossa felicidade depende de nós mesmo, que cultivar o amor próprio é fundamental, ainda vale muito a pena repetir e reafirmar esses conceitos. Ainda mais quando isso é feito de forma leve, divertida e inteligente.  






Você pode me encontrar também
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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8 comentários:

  1. Acredito que sejam bons filmes muito divertidos de ver
    Um feriado feliz.
    (Dia de todos os Santos)

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    1. Obrigada Valério.
      São bons filmes sim. Eu gosto de incentivar o cinema nacional brasileiro. Acho que ele merece.
      beijos

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  2. Devem ser muito legais e quero assistir a Maria do Caritó,parece ótimo! beijos, tudo de bom,chica

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    1. OI Chica, Maria do Caritó vale muito a pena. Risada garantida.
      beijos
      Chris

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  3. faz tempo que nao assisto filmes brasileiros, adorei conhecer mais sobre esses, com certeza fiquei curiosa pra assistir o filme da Rogeria

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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    1. OI Lívia,
      eu gosto de incentivar o cinema brasileiro por isso procuro assistir sempre que posso. O filme da Rogéria está muito bom mesmo.
      Vale a pena conhecer mais da história dela que foi tão corajosa e transgressora em uma época de muita repressão.
      beijos
      Chris

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  4. Achei interessante a resenha do primeiro filme. Fiquei curioso pra ver.
    Boa semana!

    Até mais, Emerson Garcia

    Jovem Jornalista
    Fanpage
    Instagram

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    1. Oi Émerson, a história é interessante e curiosa.
      beijos
      Chris

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